quinta-feira, 19 de junho de 2014

Capítulo 59



- Pode falar, amor. – Respirei fundo e fechei os olhos.
- Se lembra quando eu fui embora...Obrigada pelos meus pais?
- Como eu poderia me esquecer? Mas pra quê lembrar disso agora?
- Espera! Tem a ver com tudo que tenho pra falar.
- Continua, então.
- Pouco tempo depois que cheguei lá, comecei a passar muito mal. A senhora, que era responsável pela república, chegou a ligar para os meus pais, mas eles diziam que eu estava inventando aquilo tudo por sua causa. Até que em um dia, não teve jeito e eu fui parar no hospital. – Suspirei. – Lá, eu dormir pra caramba e quando acordei meus pais já estavam no meu quarto e já sabiam o que eu tinha.
- E o que você tinha, amor ? É algo grave? Você descobriu alguma doença? Não mente pra mim, Isabella...
- Não era doença nenhuma... – Desabei a chorar mais uma vez.- Eu...Estava grávida! – Vi os olhos de Luan se arregalarem.
- Você estava o que ?
- Grávida...
- De um filho meu? – Assenti com a cabeça. - Como ninguém me avisou ? Como não fiquei sabendo ? – Ele passava as mãos pelos cabelos, agitado.
- Meu pai não quis, ele que decidia tudo. Eu não podia fazer nada!
- Não estou te culpando, sei como meu tio era, porém, você deveria ter me contado isso, assim que nos vimos de novo.
- Deixa eu terminar! – Luan apenas se calou. – Depois daquilo, eles voltaram pro Brasil.
Eu ia pra escola e ao mesmo tempo em que estava feliz por me sentir preenchida por dentro, literalmente, com um pedacinho seu em mim, eu estava assustada e nervosa. As pessoas me olhavam torto, assim que minha barriga começou a crescer, os meus pais não eram os mesmos comigo. Eu achava que nossa relação não poderia piorar, depois que descobriram sobre eu e você...Me enganei. Piorou e muito!
- E o que...Aconteceu ? – Ele suspirou, logo depois que fez a pergunta.
- Aos oito meses de gestação, eu cai da enorme escada que tinha na república. – Solucei, por conta do choro. Olhei para Luan e ele também chorava e limpava suas lágrimas disfarçadamente. – Eu rolei, escada a baixo e a última coisa que eu me lembro, é que eu sangrei...Muito!
- Você perdeu o bebê? – Ele disse tão baixo, que mais um centímetro longe dele, eu não ouviria.
- Foi o que me disseram, quando acordei. Eu chorei tanto, foi a pior época da minha vida. Eu quase entrei em depressão, enquanto meus pais jogavam na minha cara, que tinha sido o melhor a perda daquela criança.
- Não acredito! – Ele passou as mãos pelos cabelos. – Um filho nosso? – E finalmente, voltou a me olhar.
- Eu iria sofrer, mas iria adorar ter um filho seu. – Sorri fraco. – Era tudo que eu queria, era ter tido aquela criança.
- Não ia me contar, não é? – Ele perguntou, depois de alguns segundos em completo silêncio.
- De verdade? Não! Eu não suporto lembrar disso, já basta os pesadelos que tenho...
- E por que me contou?
- Por causa desses pesadelos mesmo, que me atormentam. Acho que é a consciência pesada, achei que era o certo a fazer, te contando tudo.
- Claro que é, eu tenho esse direito.
- Eu sei! Mas...Outra coisa também, é o que meu pai me disse antes de partir.
- Aquelas coisas estranhas que ele disse tem a ver com o...Nosso filho?
- Acho que sim! Eu não entendi muito bem, ele estava falando embolado, meio com falta de ar. Mas algo me diz que é sim! Era uma...Menina.
- O bebê? – Assenti e olhei para minhas mãos. Luan suspirou.
- Eu não sei porque meu pai disse aquelas coisas sem sentido. Não consigo acreditar, ou ... Não quero.
- Ele disse que...
- Assistiu meu parto. A criança nasceu calada mesmo e ele acreditou que realmente estava morta, mas depois, viu uma mulher vestida de branco, passar com um bebê pelo corredor, igual a que nasceu. E a menina estava...Com vida!
- Você acredita nisso?
- Eu não sei! – Suspirei. – Eu não sei o que pensar, se devo pensar. Eu queria esquecer isso tudo. Queria viver minha vida em paz, mas os pesadelos me atormentam. Eu não sei o que eu faço!
- Pode ser um sinal.
- Eu já pensei nisso também...E se ela estiver realmente viva? – Luan não me respondeu. Continuou calado.
- Estou muito chateado com você... – Ele começou depois de algum tempo.
- Por que ?
- Como, por que, Isabella ? Você me escondeu isso...
- Eu não tive culpa. Eu era uma criança, meu pai mandava em mim e ele não quis te contar. Simplesmente por saber que tio Amarildo, iria querer que ficássemos juntos, independente de sermos parentes.
- E iria mesmo! Mas estou falando de agora, de quando me encontrou de novo. Era pra ser a primeira coisa a ser falada comigo.
- Esse assunto me dói, Luan. E como eu vou chegar em você, depois de anos e te falar “Luan, eu estava esperando um filho seu e perdi”. Você não tem noção das coisas? – Disparei. Estava nervosa, aquele assunto causava aquilo em mim.
Só Helen, que sabia de tudo e quando tirava o dia pra me perguntar às coisas, meu humor acabava. Por isso, nem tinha lhe contado o que meu pai havia dito antes de partir.
- Deveria ter falado. E se tivesse tido a criança? Como iria ser?
- Eu não sei...
- Está vendo como você, é ? Nunca iria me procurar pra dizer que teríamos um filho.
- Também não é assim, Luan!
- Eu te conheço bem, Isabella! Só pensa em você mesma!
- Para com isso...Eu amo você mais que tudo nessa vida e penso muito mais em você do que em mim.
- Ta bom! – Ele riu irônico.
- Eu odeio quando faz isso! Odeio!
- Eu também odiei que me escondeu isso tudo e ouvir saindo da sua própria boca, que nunca me contaria, se não fosse seus pesadelos. – Ele se levantou, antes mesmo de eu conseguir dizer algo e foi para o banheiro.
Me deitei com as mãos na cabeça. Chorei mais um pouco, mas logo consegui pegar no sono e dessa vez, sem pesadelos ou sonhos. Dormi feito pedra.
No outro dia, já voltaríamos para o Brasil e o clima estava tenso dentro do avião, meus tios e Bruna viam aquilo, mas não perguntavam nada e nem puxavam assunto.
Me despedi apenas deles e fui para o meu apartamento. Eu queria um tempo sozinha.
Chorei tanto e depois que Helen chegou, ainda me deu seu colo, para que eu chorasse mais. Lhe contei tudo que tinha acontecido e ela dizia que eu tinha feito a coisa certa, contando tudo para o Luan.
- Você vai mais fundo nessa história do seu pai?
- Como você mesma disse, é só uma história do meu pai. Quero deixar pra lá...
- Pensa bem, amiga. E se for verdade? Se tiver fundamento?
- Tá vendo, por isso não queria te contar nada.
- Você tem que ver se tem possibilidades, eu odeio esse seu jeito de ser.
- Eu sou assim e não vou mudar!
- Não tô pedindo para que mude, só que pense. 

8 comentários:

  1. O Luan tbm n colabora, tadinha n è facil p ela, :( eu acho que eles tem que ir atras dessa criança *-*

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  2. Q tenso isso tudo, o Luan tem q ver q é dificil pra ela falar disso..
    Mais um hoje pelo amor do Luan

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  3. Eu disse ! Eu disse que tinha criança nessa história rapai ! rum! e esse Luan ein? da vontade de matar
    @_vick_brito

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  4. Luan só pensa no lado dele affz vontade de dar uns tabefes nesse guri rapaiz
    a Isa tem q ir atrás dessa história vei, a criança pode estar viva :3 e eles tem q encontra-lá
    maissssss
    @lightlrds

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  5. Amando tudo, essa criança tem q aparecer logo cara

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  6. Estou amando! Fanfic perfeita

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  7. Eeeeeeeeeu sabiaa u.u kkkkk a criança ta vivaa *-*
    -Stephanie-

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