Capítulo 46

- Amor...Você não vai acreditar. – Amanda se levantou. – Olha quem está aqui. – Ele olhou para mim, mas logo desviou seu olhar para o Luan.

- Luan? Quanto tempo, cara! – Luan se levantou e o cumprimentou sorrindo.

- Muito, não é cara ? Eu sei que sumi, mas agora vamos manter o contato.

- E você? – Ele me olhou novamente e eu me levantei.

Não sabia se o conhecia, também o olhava com dúvidas, igual ele me olhava.

- Fernando, Isabella. – Amanda cochichou e eu arregalei os olhos.

- Fernando? Você...Mudou. Nossa! – Ele pareceu tão surpreso quanto eu.

- Você também mudou muito, Isabella. Nem te conheci! – Então finalmente, nos abraçamos.

- Não mudei nada! – Ri, quando nos separamos.

- Mudou sim, viu.

- Já você...

- Eu confesso mesmo, que mudei pra melhor! – Rimos. – Falar nisso, eu gostei daquela sua música, Luan.

- Ele tava querendo te encontrar só pra falar isso. – Amanda revirou os olhos e eles riram.

- Valeu, cara. Foi pra você!

- (risos) Sei!

- Que música, gente? – Estreitei os olhos e eles riram de mim, como se eu tivesse cometendo um crime.

Amanda nos chamou para terminarmos de comer na cozinha e assim fizemos.

Nos sentamos e conversamos bastante, até me mostraram a tal musica que Fernando tanto gostava. Revirei os olhos, quando percebi que tinha seu nome, era só por isso.

Levei um susto ainda maior, quando descobri que eles estavam casados há um ano.

- Não imaginava que aquelas ficadas de adolescência, iriam ir tão longe! – Brinquei, enquanto eles riam.

Não tocaram no assunto “eu e Luan” e eu agradeci por aquilo.

Amanda se levantou correndo, em uma hora e nos disse que tinha que nos mostrar uma coisa.

Depois de quase dez minutos sumida, ela apareceu sorrindo, com uma coisa nas mãos.

- O que é isso? – Fui a primeira a perguntar.

- Uma coisa que guardo de você, nem sei se vão lembrar.

- De nós? – Luan, também estava confuso.

- Olhem! – Ela nos entregou sorrindo.

Sorri involuntariamente também.

Era uma foto minha e do Luan, na escola. Eu lembrava exatamente daquele dia e pelo sorriso do rosto dele, acredito que também se lembrava.

- Mas é claro que eu lembro. Foi no dia que teve um pequeno festival no colégio. Comemos quase mil cachorros quentes. – Eles riram.

- Dessa parte, eu lembro bem! – Fernando disse.

- Eu...Posso ficar com ela? – Perguntei, minha amiga.

- Mas é claro que sim, Isa!

- Posso tirar uma cópia? – Luan me olhou e eu assenti, sorrindo.

Nunca iria esquecer os momentos que tinha passado ao seu lado.

Conversamos tanto, que quando nos demos conta, já era hora do almoço.

Nos despedimos deles com muito custo, já que Amanda insistia para que almoçássemos com eles e eu com dor no coração, recusei.

Mas marcamos de nos encontrar no Rio de Janeiro. Luan faria um show lá, no outro mês e iríamos nos divertir todos juntos, aproveitaria e apresentaria Helen.

Assim que chegamos na casa dos meus avós, lhes contei tudo que tinha acontecido, completamente empolgada. Eles me olhavam rindo.

Almoçamos conversando sobre nossa época de estudos, nossos amigos.

Luan dizia que nunca mais tinha tido noticias de Carla, que tinha se mudado de Maringá, depois de alguns meses que eu fui embora. Eles já estavam completamente amigos novamente.

- E o Gustavo ? – Ele fez uma careta tão grande, que todo mundo percebeu que não queria falar sobre aquilo.

- Nunca mais tive noticias dele! – Ele só disse isso, enquanto enfiava um garfo cheio de comida na boca. Com certeza, não queria responder mais nada sobre ele.

Neguei com a cabeça, enquanto minha avó ria. Deveria está sacando tudo, mesmo não sabendo de nada. Ela nos conhecia bem.

- Ele era nosso amigo... – Dei de ombros.

- Seu amigo! – Ele apontou para mim.

Revirei os olhos e mudei de assunto.

Ficamos por ali até no outro dia, que se passou rápido e tivemos que nos despedir deles.

Assim que chegamos ao Rio de Janeiro, Luan fez questão de nos deixar no apartamento, alegando que ainda não conhecíamos nada direito.

Helen, foi tomar um banho, assim que chegamos e eu me joguei no sofá, Luan se sentou ao meu lado.

- Até parece que eu nunca vim no Brasil. – Eu falava.

- Ué, mas tem tempo que não vinha.

- Me poupe, Luan! – Revirei os olhos, enquanto ele ria.

Me deitei no sofá e ele puxou meus pés, para seu colo. Começou a fazer um carinho tão bom no meu pé e pernas, que eu fechei os olhos e suspirei.

Ficamos daquele jeito, o silêncio dizia muita coisa, mais do que se estivéssemos falando.

Quando sentir que ele tinha parado com sua “massagem” , ainda permaneci de olhos fechados, mas em menos de meio segundo, senti o sofá se movimentando, meu corpo sendo coberto por outro e uma respiração quente no meu rosto.