Capítulo 56

Depois de uma semana, eu tentava levar a minha vida normal. No meu trabalho, só algumas pessoas me conheciam das fotos que saiam em sites de fofocas, mas ninguém ousava me perguntar nada. Me aliviando.

Helen, curtia muito o Rio de Janeiro e mesmo trabalhando bastante, sempre saia, conhecia novos homens em baladas, estava adorando aquela vida. Eu não saia muito, já que uma única vez que me esqueci de avisar o Luan, ele quase me bateu.

- Isabella...Esqueceu de novo o celular? – Helen se aproximou.

Eu almoçava na cantina do hospital, com um colega de trabalho.

Um amor de pessoa, adorava conversar com ele.

- Esqueci. Como sabe?

- Seu namorado me atormentando! – Ela revirou os olhos e me deu seu celular. Ri.

- Oi, amor!

- Nossa, até que enfim!

- Esqueci de novo o celular... – Fiz careta. Aquilo era uma coisa freqüente.

- Percebi! Tá almoçando?

- Estou.

- Tá sozinha ? Helen disse que não estavam juntas.

- Ela estava resolvendo umas coisas no consultório dela. Estou com um colega.

- Ah...Homem?

- (risos) É, Luan!

- Entendi. Quero te fazer um convite.

- Manda!

- Vai ter uma premiação, que eu estou concorrendo. Queria que fosse comigo!

- Premiação de televisão?

- Isso!

- E vai passar na tv?

- Ao vivo! – Pensei.

- Ah...Não sei!

- Ah, amor! Que não sabe o que ? Vamos comigo, vamos aparecer pela primeira vez juntos.

- Tudo bem, então. Só estou com...Medo!

- Fica tranqüila. Já se acostumaram um pouco.

- Só se passou uma semana. – Resmunguei.

- (risos) Não tem problema! Beijos, preciso ir.

- Tá. Vai me buscar?

- Domingo, às cinco horas. Esteja pronta, ouviu?

- Tudo bem! – Revirei os olhos. – Beijos! – Vi Helen de longe, conversava com um médico, muito bonito por sinal. Neguei com a cabeça e a gritei.

- Fala pro seu namoradinho querido, que eu não sou empregada dele. – Ri.

- Tá na tpm ?

- Te interessa? – Levanteis os braços, como quem me rendia e ela saiu.

Nós ficávamos iguais na tpm, parecíamos realmente irmãs.

- Mulheres... – Bruno, negou com a cabeça.

- Eu estou aqui, ouviu ? – Rimos.

- Vocês são bem complicadas!

- Não tem namorada?

- Não, pensei que não tinha também. Nunca falou e tal.

- Você nunca me perguntou!

- Fico sem jeito. – Ele riu fraco. – Então, doutora Isabella Santana.

- (risos) Fala,  doutor Bruno Azevedo!

- Santana...Você é parente do Luan Santana ? E ó a coincidência, seu namorado também é Luan. Não que eu fiquei prestando a atenção na sua conversa.

- (risos) Sei.E...Se eu te disser que sou?

- Jura? Eu falei brincando.

- Pois eu sou prima dele e ele é meu namorado!

- Tá brincando comigo!

- Não estou, juro! – Cruzei os dedos e os beijei.

- Nossa! Eu não esperava mesmo por essa, principalmente que ele fosse seu namorado.

- É, no começo foi muito difícil pras famílias e acredito que pra mídia também, eu não procurei saber muito, mas acho que estão se acostumando.

- Seus pais aceitam ? – Fiquei calada por alguns segundos. – Desculpa perguntar algo assim...

- Não, o que é isso! É que eu perdi eles há pouco tempo! – Suspirei. – Eles não aceitavam no começo, até me obrigaram a morar em outro pais por causa disso.

- Já tem tempo que estão juntos?

- Desde a adolescência. Nos afastaram. Mas agora que já somos donos de nossos narizes, voltei pro Brasil e revolvemos continuar de onde paramos. Meus pais descobriram, voltaram pra cá atrás de mim, nos viram juntos...Enfim, foi uma confusão! Que no final resultou em um acidente deles que foi fatal.

- Sinto muito!

- Eu também. Mas graças a Deus, antes de partirem, nós fizemos as pazes. Eu, eles e o Luan.

- Que bom isso!

- Com certeza. Aliviou 80% meu coração. Mas eles não precisavam partir para entenderem o nosso amor!

- Me desculpa por tantas perguntas.

- O que é isso, Marcelo. Eu gosto de desabafar às vezes. É bom ! – Sorri.

- Vamos voltar ao trabalho?

- Até de noite agora! – Fiz careta enquanto me levantava.

- (risos) Isso é só o começo, doutora! – Saímos rindo.

No domingo, comecei a me arrumar quatro horas e mesmo assim corria para fazer tudo rápido. Já que o Luan me mandava sempre uma mensagem "não se atrasa".

Por incrível que pareça, às cinco horas em ponto, a campainha tocou.

Peguei minha bolsa e me despedi da minha amiga, antes de abrir a porta.