Capítulo 53

Fomos para o parque, onde tinha sido meu primeiro DVD. Perto da casa de Amanda.

Andamos por ali, nos sentamos em um banco e eu procurava distraí-la o máximo que podia e a cada sorriso que ela dava, era como uma vitória pra mim.

Quando estávamos voltando para o carro, eu insistia para que tomássemos um sorvete, mas Isabella não queria.

Avistamos Amanda e Fernando de longe, que se aproximaram de nós nos abraçaram, já sabiam do acontecido.

Acabou, que paramos na casa deles e comemos e vimos um filme.

Chegamos em casa à noite e eu fiz questão de dormir com ela, minha avó concordou sem questionar e os outros, nem perceberam.

*

 Já tinha se passado um mês da morte dos meus pais e eu ainda continuava para baixo. Não era pra menos. 

Mesmo eu tendo consciência, que me fizeram sofrer bastante, ainda eram meus pais, que eu amava e tinha esperanças de que um dia, iríamos nos acertar de vez e eles entenderiam o meu amor e de Luan.

Isso até aconteceu, mas eu preferia eles contra nós, vivos, a debaixo da terra.

Luan estava sendo um fofo comigo, todos os dias, me ligava querendo saber se eu estava melhor, se já tinha comido alguma coisa e quando eu falava que não, ele brigava de um jeito que me encantava.

Tia Marizete, Bruna e Glória, com sua filha, passaram dois dias comigo, me mimando. O meu chefe, que era um amor de pessoa, me liberou por dois dias do trabalho e elas ficaram comigo, já que Helen, teria que trabalhar naqueles dias.

Fizeram de tudo para me distrair, sempre querendo fazer tudo para me agradar.

Em uma terça feira de muito calor no Rio de Janeiro, o que não é novidade nenhuma, eu estava de tpm e falava com Luan no telefone, insistia para que eu fosse em um show, já que eu nunca mais tinha ido.

- Luan! Eu não fui mais, porque trabalho, né! – Eu falava irritada.

- Mas tem folgas, ué. Como hoje! Vem pra cá...

- Não dá! Está em cima da hora, como eu vou fazer? E amanhã já tenho que voltar!

- Calma, Isabella! Eu tenho um jatinho, você vem e volta na hora que quiser!

- Mas que saco! Eu vou ter que correr muito. – Revirei os olhos e bufei, enquanto me sentava.

- Você tá de tpm?

- Te interessa? – Respondi grossa.

- Nossa! Me interessa sim!

- Tá bom, Luan. Eu vou! Agora vê se para de me atormentar.

- Quatro horas, já pode ir para o aeroporto.

- Tá! – Foi só o que eu disse, antes de desligar.

Nem deixei que ele respondesse.

Me arrumei e arrumei uma pequena bolsa, rápido e fui direto para o aeroporto, onde seu jatinho me esperava.

Fui refletindo na viagem e me arrependi de ter sido tão grossa com ele, que só estava tentando me ajudar em tudo. Suspirei sozinha.

Assim que me encontrei com ele ,no quarto do hotel, primeira coisa q fiz, foi lhe dar um belo beijo, que fez ele se assustar.

- (risos) O que foi, muié?

- Me desculpa, amor? Eu fui muito grossa com você ! – Fiz bico e ele riu, enquanto assentia e me levava para sentar em sua cama.

- Desculpo, meu amor! Sei que é a tpm! – Ele fez careta.

- Mulheres! – Suspirei. – Me desculpa mesmo? – Lhe dei mais um beijo.

- Assim eu não desculpo tão cedo! – Rimos.

- Bobo! – Beijei sua bochecha com força e nos deitamos na cama.

Eu fazia carinho em sua barriga nua, enquanto ele mexia nos meus cabelos.

- Você tá de tpm mesmo?

- Tô, por que?

- Não dá pra gente fazer nada? – Gargalhei com aquela frase.

- Então você só queria me usar desde o começo?

- (risos) Só te usar não, meu amor. Mas só um pouquinho.

- Pois não vai!

- Mas dá, não dá?

- Tá louco? Nojento! – Fiz careta, enquanto ele me jogou para o lado rindo e me beijou.

Não deixei aprofundar e nem deixar o coitado na vontade, então ligamos a tv e depois comemos um doce ótimo.

- Não vai malhar mais? – Perguntei, enquanto comíamos.

- Vou, ué!

- Vai ficar barrigudo desse jeito! – Ri, enquanto ele mordia meu pescoço, com os lábios gelados pelo sorvete.

À noite, nos arrumamos e fomos para o local do show. Mas uma vez, as fãs me viram, mas Luan já tinha postado em sua rede social, que eu iria assistir ao show, para “esfriar” a cabeça. Elas entenderam.

Resolvi descer e ir até a grade, Rober ficou desesperado, enquanto ia atrás de mim, me fazendo ri.

- Calma, Roberval! Não vou pra forca! – Eu parei do nada, fazendo ele se assustar e quase bater com a cabeça em minhas costas.

- Mas não era pra você ir pra lá...

- Mas eu quero! Adoro as fãs! – Sorri.

Voltei a andar e ele a me acompanhar, me fazendo ri.

Conversei muito com elas e ganhei vários beijos, e como sempre, deixei o lugar lotada de presentes para o cantor.

Assim que voltamos para o hotel, nos deitamos na cama, mesmo sem um pingo de sono. Luan dizia e fazia coisas sem nexo, me fazia cócegas e de dez palavras, onze, eram palavrões.

- Para, seu boca suja! Vou passar sabão na sua boca, pra ver se limpa! – Ri.

- Passa a sua na minha, que limpa! – Neguei com a cabeça, enquanto ele selava nossos lábios rindo. – Amor! Tava pensando...

- Lá vem!

- (risos) Sério! Eu...- Ele se levantou e foi até sua mochila, pegou algo lá de dentro e voltou para cama de mãos fechadas.

Não entendi e me sentei, ele me olhou por alguns segundos, antes de se ajoelhar e abrir a mão. – Quer namorar comigo? – Minha boca se abriu e meus olhos foram para o lindo anel, que estava em sua mão e um sorriso incrível em seu rosto.

- É o que eu mais quero! – Sorri também e ele se levantou.

Colocou o anel no meu dedo e se jogou por cima de mim na cama, me fazendo gemer.

- Tô com cólica, peste! – Eu fechei os olhos.

- (risos) Me desculpa, minha vida! – Ele beijou meu rosto inteiro.

- Ficou muito engraçada essa cena.

- Que cena? – Ele parou.

- Você aí...Me olhou com uma cara tão séria pra fazer o pedido e ainda se ajoelhou só de cueca.

- (risos) Não gostou, é ? Foi o melhor que consegui! E quem também não queria eu só de boxer branca, fazendo um pedido de namoro. – Ele ergueu uma sobrancelha, falava sério e eu gargalhei.

- Como você é convencido, meu Deus!

- Eu posso, amor! – Finalmente ele riu e me beijou.

Ficamos naquelas brincadeiras bobas, sem noção, até o dia amanhecer.

Fomos dormir de conchinha , quando o sol já saia. Como sempre sonhei, em meus melhores sonhos.