terça-feira, 3 de junho de 2014

Capítulo 42



No outro dia, tive que voltar mesmo para Boston, era só resolver algumas coisas.
Me despedi dos meus parentes e minha avó, dizia está preocupada, que não queria que eu fosse, mas eu a acalmei, dizendo que na próxima semana já estaria de volta.
- Promete que passa aqui, assim que chegar?
- (risos) Prometo, vozinha.  Assim que eu chegar, deixo minhas coisas no apartamento, porque Helen, já deve vir comigo e venho pra cá com ela. Aproveito e apresento minha amiga a vocês.
- Ela é gata? – Matheus disse, nos fazendo rir e ganhou um tapa do Luan.
- Mas você, em... – Tia Lizete, revirou os olhos.
- É gata, mas você é muito novinho, priminho! – Ele fez careta, me fazendo gargalhar.
Dei um ultimo abraço em todos e segui com o carro que Luan tinha alugado, para o aeroporto. Ele fez questão de me levar.
Fomos conversando normalmente e assim que ele estacionou o carro no estacionamento do aeroporto, me olhou e suspirou.
- Você prometeu voltar. – Apoiou sua mão em minha perna.
- (risos) Eu volto...Juro! – Ele sorriu e puxou meu rosto com as mãos.
Mas antes que conseguisse colocar sua língua na minha boca, o afastei de mim. – Eu quero pensar sobre isso.
- Isa...
- É sério, Luan. Agora você é famoso, todos vão saber que sou sua prima, tem os preconceitos...
- Que se dane, todos! Eu quero você, quero ser feliz com você e prometemos um ao outro isso, quando fossemos de maior e vacinados ficaríamos juntos, e aqui estamos nós.
- Me deixa pensar, vai?
- Tudo bem! Me passa o endereço desse hospital, e de onde vai ficar?
- Pra quê ?
- Eu quero, ué. Me passa seu telefone também, tudo. Quero me manter informado!
- Nossa! – Ri.
Depois de me despedir dele, com apenas um beijo na bochecha, saí do carro e peguei minhas malas, já que aquilo ele não poderia fazer.

(...)

Assim  que cheguei em Boston, liguei para Helen, que foi se encontrar comigo e fomos para casa de seus pais.
- Amiga, então eu vou para o hospital e depois tô de volta! – Falei, assim que me troquei.
- Está bem, meu amor. Também estou resolvendo as ultimas coisas para irmos! – Ela bateu palmas animada, me fazendo ri.
Peguei um táxi e fui até o meu antigo emprego. Assim que cheguei, tinha um grupo de médicos conversando na porta e correram para me abraçar, quando me viram.
Eram meus amigos, e uns amores.
Depois de falar com todos ali, segui para a sala de Emily, que havia me ligado.
- Em que posso ajudá-la? – Sorri, depois que lhe abracei e me sentei.
- Primeiro, mil desculpas por te fazer voltar pra cá. Sei que estava no Brasil. – Ela começou, com seu português um pouco embolado. Seu sotaque era uma graça.
- Imagina, Emily! Mas faltou algo ? Preciso de um advogado ?
- Não faltou nada, mas eu queria te pedir pelo amor de Deus que trabalhe aqui, por pelo menos mais um mês.
- O que? – Arregalei os olhos.
- Só por mais um mês, Isa? Sei que é muita cara de pau pedir isso, mas o hospital está péssimo de médicos e só tinha duas pediatras, você saiu, ficou uma e pra piorar, ela está quase ganhando bebê. Só um mês? Já tá vindo outra.
- Eu não sei se posso, já tô arrumando minha vida no Brasil.
- Por favor? A situação está horrível! – Ela me olhava com os olhinhos tão bonitinhos, que eu cedi.
- Tudo bem, mas só um mês, Emily. Mais que isso eu não posso!
- Claro que sim! Tá feito e não se preocupe, você vai ganhar por fora. – Ela sorriu.
Voltei para casa de Helen e lhe contei tudo, ela ficou um pouco triste por só irmos para o Brasil, no outro mês.
Eu insistia para que fosse sem mim, mas ela não queria e seu pai também achou melhor me esperar, já que ela não conhecia o Brasil.
Eu até esquecia dessa parte, falava um português tão bem, que me esquecia que nunca tinha ido ao Brasil, me esquecia que não era brasileira.
Comecei no outro dia mesmo, a minha volta para o hospital.
Na hora do almoço, fiquei com preguiça de sair dali e fui até a cantina mesmo, fazer um lanche. Assim que me sentei em uma mesa, olhei para frente e uma pessoa puxava uma cadeira.
- O que você quer, Paulo? – Meus olhos eram de raiva, em cima dele.
- Calma, eu quero paz! – Ele riu. – Você me deixou naquele dia, nunca mais te vi. Fui na sua casa, mas seu pai disse que você tinha ido embora, aliás, ele está arrasado.
- Imagino! – Fui irônica.
- É sério! Você sumiu e não me deu explicações mais.
- E precisa, Paulo? Já não basta tudo de ruim que você já me fez, só pra se aproveitar do interesse do meu pai, porque sabia que ele não ia fazer nada. Eu tenho nojo de você! – Nunca pensei que teria coragem de dizer aquelas palavras.
- Eu não fiz nada demais com você. Para de ser cheia de frescura, sei que gosta de mim.
- (risos) Onde eu gosto de você ? Não fez nada demais ? É muito cara de pau mesmo. Sai daqui, que eu quero comer! – Esbravejei.
- Esse hospital é meu e eu fico onde eu quiser.
- Você é muito infantil mesmo. Se afasta de mim, ou eu falo pro seu pai tudo que você me fez e as drogas que rolam na sua casa.
- Você não é louca!
- Paga pra ver. – Falei devagar. Seus olhos ficaram vermelhos de raiva.
- Experimenta então, garota! Te quero de volta, porque realmente sinto sua falta. Posso ter qualquer uma que quiser, mas gosto de você de verdade.
- Me esquece! Eu não quero nada com você. Já vou até me mudar desse país. – Me levantei rápido, com meu copo de suco e meu sanduíche e segui para minha sala.
Depois de trancar a porta, por precaução, consegui comer em paz.
Fiquei o dia todo irritada com as palavras de Paulo, mas guardando tudo pra mim, claro, já que ninguém tinha culpa.
Tive mais um de meus pesadelos durando à noite.
“Depois daquele descobrimento, eu estava em uma mágoa sem tamanho”.
Meu pai e minha mãe, voltaram para o Brasil, mas me deixando aqueles olhares decepcionados, na minha memória.
Se eu chorava antes, a partir daquele dia, eu chorava sempre, o dia e a noite toda. Menos quando estava na escola. Por incrível que pareça, foi o que me “salvou”.
Descontava toda minha mágoa nos estudos e só queria estudar e estudar. Nem comer eu queria mais, mas era obrigada por dona Estela, já que tinha um bebê dentro de mim.
Meu pai me pressionava muito, sempre me ligava e deixava claro o quanto estava decepcionado comigo. Cada ligação dele, era mais lágrimas.
Eu queria dar orgulho pra ele também, depois de tantas decepções e mesmo sofrendo e longe. Queria tirar as melhores notas, queria realmente ser médica, pra mostrar para ele que eu era capaz e que ele sentiria orgulho de mim novamente.
E assim os tempos foram se passando. Minha barriga começou a crescer depois dos seis meses, demorou um pouco, mas quando começou, não parou mais. Pensei até na idéia de serem gêmeos, mas logo tirei aquilo da cabeça. Um já estava de bom tamanho e o médico afirmou que era apenas um.
As pessoas da escola, me olhavam claro, eu era jovem demais, mas diferente do que eu achei que seria. Eles não me perguntavam nada, nem me zoavam por aquilo, muito menos me excluíam ou me tratavam diferente.
Com certeza, se eu estivesse no Brasil, aquilo aconteceria. As pessoas de lá eram mais afastadas, menos acolhedoras, mas tinham essa vantagem. Cada um com sua vida.
Com oito meses de gestação, fui descer as escadas, estava bem devagar e segurava no corrimão. Mas me desequilibrei, não sei como. A madeira da escada estava muito lisa.
Só então percebi, que tinha saído rolando do alto daquela escada e ter batido no final, com tudo as minhas costas no chão, quando a dor começou a aparecer e senti sangue em minhas pernas.”
Acordei mais uma vez chorando e assustada. Helen acordou também e me abraçou.
Ela sabia dos meus pesadelos, que eram um pouco freqüentes no começo, mas tinham parado.

9 comentários:

  1. Eu to louca pra saber o q realmente acoteceu ..
    Hellen Araujo

    ResponderExcluir
  2. eita poww esses pesadelos smp me deixando tensa :x
    se esse pesadelo aconteceu, ela perdeu o bebe, ou a criança pode ter nascido porem foi dada pra alguem? ain mds duvida, duvida, duvida kkkkkkk
    maissssss
    @lightlrds

    ResponderExcluir
  3. Eu quero te matar sra Manoela Ribeiro[
    @_vick_brito

    ResponderExcluir
  4. O Lu tem que dar uma surra nesse Paulo -..-
    Agora tenho certeza que ela tava gravida u.u kkk
    -Stephanie-

    ResponderExcluir
  5. Já vi que o Paulo vai ser um SUPER vilão (mais do q já é) e sobre o pai da Isa (mesmo ñ tendo aparecido nesse capítulo), esse eu vou deixar no off, pq eu só falo em matar ele kkkkkkkkkkkkkk u.u
    Eu to começando a acreditar Isa estava grávida e perdeu, ou sei lá, meu Deus Manoela eu vou te dar uma voadora, vc ta me deixando doida já kkkkkkkkkkkkkkkk. EU RI, MAS TO FALANDO SÉRIO DA VOADORA.. E NO MEIO DO PESCOÇO u.u
    @vemnemimluan

    ResponderExcluir
  6. G-ZUUUIISS continuuuaaaa,eles T E M que ficar junto prfv?
    @Daniiraysa

    ResponderExcluir
  7. Oh mai gud O.o Agora tô entendendo as coisas kkkkkk
    Mais Manu, ansiosa pro próximo cap *---*

    ResponderExcluir
  8. deu para perceber que o paulo vai ser o vilão. eu to achando que esse negocio de filho ai foi só uns pesadelos que ela tinha por causa dos problemas do passado. enfim!
    continuaaaa manu
    bjos

    ResponderExcluir
  9. o.O Começei a capitar os baguio agr. Continuaaa!

    ResponderExcluir