Capítulo 52

Me desesperei a chorar e Luan me apertou.

O médico chegou e eu tirei as mãos do rosto. Ele examinou meu pai e minha mãe.

Me olhou com cara de dó.

- Não acredito! – Era tudo o que eu dizia, em meio aos soluços.

- Não sai de perto dela e qualquer coisa me chama. – Ouvi ele falar para Luan, que assentiu.

Fomos para sala de espera e nos sentamos. Já me faltava ar, de tanto chorar.

- Calma, meu amor! Deus sabe o que faz.

- Não, Luan. Por que com eles? Sei que não eram os melhores pais do mundo, mas eram os meus pais, que mal ou bem, faziam tudo por mim. Eram novos! – Não consegui mais falar.

- Eles foram para um lugar melhor...Vem aqui, vem. Calma! – Ele me abraçou de novo.

Tirou seu celular do bolso e começou a digitar, com certeza para sua irmã.

Não demorou muito, para que seus pais chegassem ali. Meu tio, estava com os olhos muito vermelhos e minha tia, o abraçava. Bruna se sentou do meu lado.

- Tio! – Abracei ele que chorou ali comigo. – Eu não sei o que fazer, me sinto tão culpada...

- Não! Você não tem culpa de nada. Foi o destino deles!

- Ah meu Deus! – Voltei a me sentar do lado do Luan e lhe abraçar.

Era o abraço que eu precisava, era dele que eu precisava.

Minha tia alisou meu cabelo e Bruna, estava sem saber o que fazer.

Eu não conseguia mais parar de chorar.

Meu tio, foi resolver as coisas dos corpos e eu não tinha forças nem para sair do lugar.

Com muito custo e quase me carregando, Luan conseguiu me colocar no carro e me levar para casa.

Me ajudou a tomar um banho, assim que chegamos e fez um chá para eu tomar, enquanto me eu me secava, nem sei como conseguiu sozinho.

Coloquei uma camisola bem larga e me deitei na cama. Ele beijava meu rosto, enquanto eu tomava o chá, me dava carinho. Passou a mão em meu cabelo e ela agarrou, fez uma careta linda e pegou meu pente, que estava do lado da cama.

Se sentou atrás de mim e mais me fazia carinho, do que penteava meus cabelos molhados e completamente embaraçados.

- Dormi um pouco, meu amor! – Ele disse, assim que terminou e beijou de leve minha nuca.

- Eu não quero! – Suspirei.

- Dormi, sim. Eu canto pra você dormi bem! – Sorri fraco, enquanto me deitava e ele ao meu lado.

- Me acorda pro enterro? Não deixa eu perder...

- Pode deixar! Eu juro que não vai perder nada! – Ele sussurrou e eu fechei os olhos.

Dormir tão bem e relaxada, com sua voz no meu ouvido, como a tempos não conseguia. 

Mas em pensar que eu só estaria bem no sono, que na verdade, o pesadelo era na vida real.

*

Assim que Isabella dormiu, me levantei com cuidado e liguei para minha irmã. Meu pai já tinha resolvido tudo. Deveria está sendo muito difícil pra ele também.

Bruna me deu a notícia, de que minha avó teve que tomar calmantes, ela se agitou muito com a noticia. Não era pra menos.

O enterro seria em Campo Grande, já que meus avós faziam questão. Então deixei meu jatinho pronto, tomei um banho rápido, me troquei mais rápido ainda e fiz um lanche, com algumas coisas que tinha na geladeira.

Me sentei na sala para ver tv, já que ainda dava para Isabella dormir mais algum tempo.

- Luan? – Helen, me tirou dos pensamentos.

Eu olhava para televisão, mas minha cabeça estava longe.

- Oi, Helen. Beleza?

- Que cara é essa? O que aconteceu? – Ela se sentou do meu lado assustada.

Suspirei.

- Os pais da Isabella, morreram.

- O que? – Ela disse alto.

- Fala baixo! Ela está dormindo. Eles sofreram um acidente.

- Eu não acredito!

- Nem eu!

- Posso até imaginar como ela está.

- Bem pior do que imagina! – Deixei uma lágrima escapar e ela me abraçou.

Quando deu a hora, com dor no coração, tive que acordar Isabella.

Que se trocava enquanto chorava e foi assim o trajeto inteiro. Sua amiga também foi conosco, era uma força a mais pra ela.

Quando chegamos na casa dos meus avós, disse a ela que os corpos já estavam por lá. Descemos abraçados, e quando chegamos na porta, Isabella disse que não queria ver.

- Tem certeza? – Eu perguntava.

- Tenho! Quero ter lembranças boas deles! Vou ao enterro, mas não quero ver eles em um caixão. – Ela apoiou sua cabeça em meu ombro, enquanto voltou a chorar e minha camisa, abafava seu choro.

Concordei e beijei sua cabeça.

Fomos o enterro inteiro abraçados, estavam todos da família ali, que olhavam para Isabella com dó.

Acho que não pensaram nada por estarmos abraçados sempre, só que eu era o primo que estava dando força para ela, já que era o mais apegado.

Também, eu não estava ligando para o que iriam pensar e por mim, eu já contaria a todos, que ela era o amor da minha vida.

Fomos os primeiros a sair dali e na porta do cemitério, tivemos uma surpresa. Algumas fãs, com roupas pretas, de luto, estavam ali. Cada uma com uma rosa vermelha na mão, que se aproximaram de nós e entregou a Isabella. Elas nem me olharam direito, achei aquele gesto lindo.

Isabella, que já parava de chorar, voltou e puxou todas as cinco meninas para um abraço apertado. As meninas também se emocionaram e eu, apesar dos óculos escuros, deixei uma lágrima escapar. 

Foram poucas palavras, mas um gesto gigante.

Antes de irem, apenas disseram que estariam com ela e comigo sempre, só então, me deram um abraço também.

Voltamos para casa dos nossos avós e o restante da família, chegou logo depois.

Nos sentamos no sofá, enquanto minha irmã e Camila, preparavam um lanche para alguns, que nem tinham comido. Isabella, inclusive.

- Pode contar com a gente sempre. Está bem, Isa? – Glória se aproximou e ela sorriu fraco, antes de um abraço.

- Ela sabe disso! Pode contar sempre com sua família! – Minha avó disse, agora bem mais calma.

Ficamos ali, naquele clima muito tenso. Até que minha avó deu a idéia de levar Isabella em algum lugar dali, para distrair. Ela comeu e depois de muito custo, a convenci. 

"Mais tarde tem mais, porque eu amei os comentários de vocês, todo mundo participando, dando opinião :x rs Continuem assim, que eu amo! 
Então, até mais tarde, presente pra vocês! haha"