sexta-feira, 23 de maio de 2014

Capítulo 32


Capítulo dedicado a Helen Machado, que é minha leitora fiel e faz aniversário hoje :D
Parabéns, amor! 

Acordei no outro dia e disse que não queria ir para escola, mas não teve jeito, minha mãe me obrigou a ir.
Tomei café com cara emburrada, mas não adiantou nada.
Aquela manhã foi chata como sempre, sem minha Isa por perto e minha cabeça, só estava nela. Se já tinha acordado, como estava se sentindo, se estava com dor, o que seu pai estava lhe fazendo ou lhe falando.
Não falava com ninguém, ficava até o recreio inteiro dentro da sala e aquilo já fazia dias.
Nossos amigos, já estavam sabendo um pouco do acontecido, só tive forças para contar por cima e eles me respeitavam, não ficando em cima e nem perguntando nada.
Voltei para casa em passos lentos e durante o almoço, meus pais me olhavam de uma maneira muito estranha.
Meu pai levou Bruna para sua escola e disse que quando voltasse, teria que me falar uma coisa. Me sentei no sofá e fiquei os esperando ansiosamente.

*

- Isabella! – Acordei com o meu pai me gritando e me sentei na cama rápido.
Andava com muito medo dele, de que me machucasse ainda mais. – Arrume suas malas...
- O que?
- Arrume as suas malas. – Ele falou pausadamente. – Você vai viajar.
- Eu? Sozinha?
- Tem duas semanas que estou decidindo. Você vai estudar fora do país, já até guardei lugar em uma república pra você.
- O que? – Eu não acreditava no que estava ouvindo.
- É isso mesmo que ouviu. Você vai acabar seu colégio e depois fazer a faculdade de medicina.
Já consegui uma bolsa e uma bolsa ótima, você se formará somente com quatro anos de estudo.
- Aonde? – Fechei os olhos, temendo pela resposta.
- Nos Estados Unidos.
- O que? Pai, o senhor não pode fazer isso comigo...
- Eu posso e vou. Você vai pra lá, mas só vai ficar na república até o ano que vem.
Quando estiver na faculdade, eu e sua mãe, nos mudaremos para lá também.
- Eu não quero ir... – Comecei a chorar.
- Você não tem escolha! – Sua voz era baixa, mas dura. – Anda logo, daqui a pouco o táxi chega.
- Por favor, pai. Eu faço o que quiser, eu nunca mais vejo o Luan. Eu imploro! – Me ajoelhei no chão e ele me olhou com seu olhar frio. Nem parecia mais meu pai.
- Já disse que não vou voltar mais atrás da minha decisão. É até bom, os estudos de lá são melhores e eu vou gastar uma nota com um ano de república e não foi fácil arrumar bolsa integral pra faculdade de medicina, mas consegui. E você vai estudar bastante, pra não repetir de ano e perder tudo.
- Por favor... – Eu continuava implorando.
- Vai logo tomar esse banho, Isabella! – Ele começava a falar alto e eu me levantei, derrotada.
- Vocês vão me deixar mesmo sozinha lá? Não deixavam direito nem eu ir ali na esquina sozinha, eu não sei falar inglês.
- As pessoas de lá são de confiança, meu amigo conhece e tem uma pessoa cuidando dos adolescentes e já dei ordem para você não sair pra lugar nenhum lá, se não for com minha ordem. E o inglês, você aprende.
- Eu vou viver em um colégio interno?
- Sabe a confiança que eu te dei a vida inteira? Se perdeu, quando te vi beijando na boca do seu primo. – E assim ele saiu do meu quarto, batendo a porta tão forte, que me fez tremer.
Tomei meu banho rápido e como sempre, não deixei de chorar.
Quando sai do banheiro, as minhas malas já estavam todas prontas.
E minha mãe, só guardava mais algumas coisas minhas, mas logo saiu dali, levando as malas.
Olhei em volta, ainda chorando e querendo acordar a qualquer custo daquele pesadelo.
Ainda não estava acreditando que tudo era real.
Ouvi um barulho, que veio da janela e olhei para a mesma.
- Luan? – Abri a janela e dei espaço para que entrasse.
- Você tá bem, amor? Ele te bateu muito? Tá doendo muito? – Ele me abraçou forte e começou a chorar junto comigo.
- Tá doendo, amor. Mas é aqui... – Coloquei a mão do lado esquerdo do peito. – Você já tá sabendo...
- Que querem te mandar embora? Tô! – Ele se afastou minimamente e segurou minhas duas mãos.
- Eu vou ter que ir... – Solucei, por conta do choro.- Mas eu volto!
- Eu sei que sim e eu vou te esperar...
- Vai mesmo? – Olhei para seus olhos vermelhos. Os meus, não deviam estar diferentes.
- Vou! Eu te amo, sempre vou te esperar. Quando você se formar...
- Eu tô pouco me lixando pra faculdade, meu sonho agora é você. – Lhe interrompi.
- Então, quando completarmos dezoito anos, eu vou te buscar. Eu te sustento, eu vou ser um grande cantor. Minha carreira tá crescendo.
- Claro que sim! – Sorri e ele também. Acariciei seu rosto. – Você vai ser um grande cantor.
- E vou te buscar, quando tivermos dezoito anos. Falta só pouco mais de um ano, meu amor.
- Você agüenta?
- Claro que agüento. Vou trabalhar bastante nesse tempo, pra juntar dinheiro e ir te buscar! –Sorriu e lhe abracei, muito apertado.
Ficamos por alguns minutos daquele jeito, só ouvindo nossos choros e naquele abraço mais que apertado.
Ouvimos a porta se abrir bruscamente, mas não nos afastamos. Luan apenas se virou
de frente e me abraçou de lado.
- O que você está fazendo aqui, moleque? – Meu pai olhava para Luan bravo. – Vamos embora agora, Isabella. Chega dessa palhaçada! Já se despediram? Ótimo! – Ele me puxou bruscamente dos braços do Luan e desceu as escadas comigo, me arrastando mesmo.
Fomos para fora e o táxi já estava ali parado, vi meus tios e Bruna, que não deveria está entendo nada, ali também.
- Pai, eu não sei me virar lá. Eu não sei falar a língua deles... – Eu ainda insistia, mesmo sabendo que seria em vão.
- Vão estar te esperando lá, com uma placa com o seu nome e já disse que você vai aprender a falar com o tempo.
Abracei primeiro minha tia, que tentava me acalmar com suas palavras bonitas, mas não adiantava. Depois meu tio, que disse que um dia nos encontraremos e já estaria tudo bem. Era tudo que eu mais queria naquele momento.
Abracei Bruna, que me perguntou o porque de eu está indo embora e eu apenas disse que teria que ir para estudar. Era melhor mesmo ela não saber daquele rolo todo, meu e do Luan. Ela logo saiu com sua amiga dali, dizendo ir brincar na praça.
Olhei para ele por último, que ainda chorava e lhe abracei forte, começando um choro alto de novo. Quando nos afastamos, não consegui me segurar e segurei seu rosto com minhas mãos e lhe dei um selinho, que durou muito rápido, pelo puxão que me pai me deu e logo me jogou dentro do táxi.
- Seus documentos estão ai, tirei tudo essa semana e também tem minha autorização pra viajar sozinha. – Meu pai disse.
- O senhor...Não vai comigo até o aeroporto?
- Não! – Foi só o que ele disse.
Minha mãe se aproximou e me deu um beijo no rosto e como sempre, calada.
Ele mesmo fechou a porta do carro, que começou a se mover.
Ali tive minha ultima visão, de uma adolescência que tinha tudo para ser perfeita, mas que não terminou nada bem.
Me ajoelhei no banco e a única coisa que consegui, foi levantar a mão e dar o último adeus para o amor da minha vida.

8 comentários:

  1. Como o pai de Isa consegue ser tão frio assim? Ele ñ pode ser chamado mais de pai e sim de monstro, to com raiva da mãe dela tmb q ver a filha dela sofrendo e ñ faz nada. Fala serio cara.
    Agora Luan e Isa já estavam separados e agora mais ainda com a ida dela para os Estados Unidos.
    Pai dela fdp, capiroto, cão dos infernos, viado, corno, puto, vadio, vaco, TO REVOLTS kkkkkkk u.u
    Obg por ter dedicado o capítulo pra mim *-------* presentão Manu ♥
    @vemnemimluan

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  2. Manu com o se me faz chorar desse jeito mulher! To sentido as dores da Isa
    :'(

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  3. Tem um oceano no meu olho :(
    Q triste cara,o pai da Isa é um monstro ;"(
    -Stephanie-

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  4. nossa coitada da Isa cara
    o pai dela se transformou no mostro mds
    q eles façam logo 18 anos e fujam juntos
    e q o pai da Isa morra pqpqpqpqp
    maissssssssssss
    @lightlrds

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  5. Credo q monstro, como pode ser tao frio e ruim com a propria filha..
    Maiiiiiiiiiiiis
    @HellenAraujooh

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  6. Isso não é um pai , isso é um mostro , nossa cara ele é tão frio , tão rude , parece que não tem coração ver uma filha toda machucada ( e ele que machucou) ver ela implorando , sofrendo e não fazer nada , e também a mãe dela não faz nada e por esse motivo ela também se torna um monstro ver a filha desesperada e não fazer nada, só pra ficar com esse monstro que ela chama de marido , vc mim deixou revolts menina
    @_vick_brito

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  7. Ai cara choreii :c eu não queria um pai desse nem de graça mds que horror,bater na filha dessa meneira Õ.Õ continuuaaa

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  8. Meu deus que mostro. Sei que a fic já acabou mas não aguentei ler sem ficar revoltada. Desde o capitulo anterior que choro horrores.

    Flávia Ferreira.
    Até aqui to amando

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