Capítulo 23

- A gente é doido e se alguém, visse? – Falei, quando já estávamos nos recompondo e Luan voltou a me abraçar pela cintura, já de sunga, não quis vestir sua bermuda.

- O amor é doido! – Rimos.

- Tá tudo lindo, mas acho melhor voltarmos!

- É...Também acho, mas antes... – Ele me roubou um beijo delicioso e molhado.

Chegamos em casa e fomos direto tomar banho, depois jantamos e a noite, fomos para sala.

Fiquei brincando de barbie com Bruna, enquanto Luan ria de mim.

- Não acha que está muito velha pra isso, não ? – Ele dizia.

- Fica quieto! – Eu joguei uma almofada em seu rosto.

No outro dia mesmo, fomos embora daquele paraíso, mas é claro que na madrugada, não faltou beijos escondidos.

Depois daquele dia na cachoeira, sempre dávamos um jeito de ficarmos sozinhos em casa e sempre nos amávamos, mesmo que fosse rápido.

Mas aquilo já fazia parte de nós, eu necessitava de senti-lo e ele dizia não ser diferente. Nossa sorte que nossas mães viviam saindo com Bruninha e quase sempre ficávamos sozinhos.

Um desses dias, fomos para casa do Luan, para o seu quarto. Aquele dia nosso desejo estava completamente acesso.

No meio do nosso momento, tive a impressão de escutar a porta de sua casa bater, mas não ouvimos passos se aproximar. Ignoramos e continuamos a consumar o ato. Aquele dia, me permiti até gemer, um pouco baixo. Eu estava com muito desejo e a timidez até passou.

Fomos para escola no outro dia e perto do portão de entrada, soltamos nossas mãos como sempre.

Pedi a professora para ir ao banheiro, na segunda aula e sai da sala correndo, estava apertada.

Quando estava saindo do banheiro, senti uma mão no meu braço e me virei assustada.

- Está doida, Bianca?

- Eu? Imagina! Tenho só um aviso pra te dar. – Estreitei os olhos, esperando o que viria. – Você vai se separar do Luan...

- O que? Nunca!

- Vai sim, sabe por que? – Cruzei os braços, a olhando. – Porque eu tenho um vídeo de vocês dois...Transando.

- O que? – Quase gritei e ela riu irônica.

Tirou de dentro do bolso o seu celular e me mostrou a gravação.

Estava nítido que éramos nós na imagem, na casa do Luan, em seu quarto.

- Então era você fechando a porta, quando eu escutei?

- Eu fui falar com o Luan, entrei sem bater mesmo e quando ia gritar escutei seu gemidos, horrorosos! – Ela fez cara de nojo. – Claro que já sabia o que estavam fazendo e filmei.

- Você é uma cobra!

- Não sou, eu sou apaixonada, só isso e você não tem direito de me tirar o garoto mais incrível que eu já conheci.

- Eu não te tirei nada, quando você chegou na escola, nós já ficávamos.

- Pode até ser, mas quem tem que ficar com ele sou eu. Só estou avisando. Ou você larga ele, ou esse vídeo vai parar no celular de todos nessa cidade.

- Você não pode tá falando sério...

- Paga pra ver, Isa! – Ela cuspiu meu nome e saiu dali, rindo.

Eu não sabia o que fazer, passei as mãos pelos cabelos várias vezes e me segurei para não chorar.

Voltei para sala e a cobra, me olhava com um sorrisinho de lado. Não demorou nem dez minutos , para Luan perceber que eu não estava nada bem.

- Me fala o que houve? – Ele disse, assim que todos saíram da sala para o recreio.

- É...Acho que não podemos mais ficar juntos! – Falei com lágrimas nos olhos e Luan se assustou.

- Nem brinca com isso, fala logo...

- Era isso que eu queria te dizer, mas não quero te magoar.

- Eu não to acreditando! – Ele riu de nervoso. – Você só pode está brincando...Estava tudo ótimo entre nós!

- Eu só... Não quero mais.

- Eu não acredito em você!

- Acredite, Luan! Eu não te quero mais. – Sai dali correndo.

Me enfiei em um canto isolado daquela escola e chorei, tudo que estava preso dês da hora que estava no banheiro.

Quando estava voltando para sala, Bianca se aproximou.

- Muito bom, fez tudo certo.

- Você não presta!

- Eu presto, já disse que só quero ser feliz!

- Você não pode ser feliz, sem custar a felicidade dos outros?

- Você me atrapalha, e se o preço de eu ser feliz, é você ser infeliz. Que seja, então! – Ela saiu andando na frente.

Eu não podia acreditar no que ouvia. Como uma menina tão jovem, de 16 anos, poderia falar aquelas coisas.

Fomos liberados cedo para casa e eu fui praticamente correndo, Luan tentou me gritar, mas acho que percebeu que eu precisava daquele tempo sozinha e do jeito que eu o conhecia, não iria desistir fácil de saber o que estava realmente acontecendo e eu teria que ser forte, para não desabar na frente dele. Teria que mentir.

Não queria um vídeo nosso, em um momento tão intimo, espalhado pela cidade.

Meu pai me daria uma coça tão grande, que acho que nunca mais minha vida seria a mesma e também prejudicaria Luan, principalmente, por sua carreira de cantor, estava bem conhecido pela cidade. Vivia em bares e festas particulares, fazendo shows.

*

Eu estava sentado no banco da praça, pensando e tentando entender o que se passava com Isabella. Do nada ela quis terminar, estávamos tão bem.

Resolvi ir até a casa dela e tirar de vez aquela história a limpo.

Vi sua mãe, saindo com seu pai de carro, já era final de tarde, com certeza ela estaria sozinha em casa.

Me aproximei da porta e ouvi vozes, dela e de Amanda, parei para ouvir.

- Como assim ela te ameaçou?

- Me ameaçou, Amanda. Disse que se eu não me afastasse do Luan, iria espalhar um vídeo nosso transando, que ela mesma filmou. – Isa, chorava sem parar e eu não estava acreditando no que ouvia.

- Essa Bianca é doida! Como ela conseguiu o vídeo?

- Nós estávamos na casa do Luan, ela entrou e nos ouviu, enfim... – Ela falava embolado.

- Como vocês não trancaram a porta também, Isabella? Onde já se viu, transar com a porta aberta. Imagina se fosse o seu pai...

- Nem termina! – Isabella, voltou a se desesperar. – Agora já foi! Esquecemos a porta aberta.

- Então é por isso... – Entrei e elas me olharam assustadas.