Capítulo 21

- Luan...Não acho que é certo. – Eu falava com dificuldade, enquanto ele beijava minha orelha.

- Não tem nada de errado nisso.

- Tem sim! – O empurrei e ele me olhou.

- Deixa rolar, Isabella. Deixa o coração falar mais alto! – Ele disse aquelas palavras e voltou a me beijar e dessa vez, eu retribui a sua altura.

Uma sensação nova e única percorria pelas minhas veias. Eu estava com calor naquele ônibus, que parecia estar cada vez mais abafado.

Luan tirou minha blusa e continuou a beijar o meu pescoço, logo tirei a sua também.

Fiquei tímida quando percebi que só estávamos de peças íntimas, mas ele fazia de tudo para me deixar a vontade.

E no final, a noite dos meus sonhos, aconteceu.

A noite que eu sempre sonhei com a Amanda. Sonhávamos juntas como e quando iríamos “virar mulher” e ali estava eu, com meu primo, em um ônibus.

Acordei com a claridade forte batendo no meu rosto, por incrível que pareça, ainda continuava cansada.

- Luan! – O chamei umas três vezes e só então, ele se levantou sonolento. – Eles devem estar doidos atrás de nós! – Comecei a me vestir rápido e até perdi a timidez, por acorda nua e em seus braços.

- Você está em quarto separado?

- Eu e a Amanda.

- Devem estar pensando que está com ela. – Sua voz ainda era rouca. – E eu estou sozinho mesmo... – Ele deu de ombros.

- Pode ser. Tomara que não foram lá na madrugada, ver se eu já tinha chegado. -

Fomos correndo para o elevador do estacionamento.

- Não vai se despedi de mim? – Ele segurou meu braço, quando eu já estava preparada para correr até o meu quarto.

O seu era uns três, depois do meu.

- É... – Eu estava envergonhada.

- (risos) Não precisa ter vergonha de mim. Como vamos ficar?

- Não vamos ficar, Luan. Vamos continuar assim.

- Por que não, Isa? Eu quero muito ficar com você.

- Mas e a Bianca? – Ele revirou os olhos. – Seus pais, meus pais...

- Chega! Fica comigo por agora, escondido, que depois eu resolvo com os nossos pais.

- Você acha mesmo que a gente se ama? – Criei coragem e disse.

Ele me olhou assustado.

- Amar? Você também me ama?

- Eu sinto tudo que você fala que senti, acha que é amor? – Vi um sorriso lindo em seu rosto.

- Eu acho! – Ele disse firme. – Acho que nos amamos de verdade e  que fomos feitos um para o outro.

- (risos) Que clichê, isso!

- Eu sei, mas é a verdade! Eu te amo de verdade, acho que desde... – Ele fez graça e parou para pensar. – Dos meus 3 anos! – Ri com sua fala.

- Tenho que ir mesmo, vou tentar dormir um pouco antes de pegar estrada.

- Tudo bem, eu também volto com os meus pais. – Ele segurou minha cintura e se aproximou de mim.

Me deu um beijo apaixonado, sim, eu posso falar que aquele beijo foi o nosso primeiro beijo apaixonado, depois de uma noite linda de amor.

- Eu te amo! – Ele sorriu.

- Eu também te amo! – Eu repeti e o puxei para um selinho.

Saí correndo e rindo para as paredes. Antes de entrar no quarto, acenei para ele, que continuava parado no mesmo lugar e sorrindo também.

Consegui me trocar sem acordar Amanda e dormir sorrindo, tive ótimos sonhos, mas que não durou muito, já que uma Amanda doida me acordou.

Abri meus olhos pesados, parecia que eu tinha dormido só cinco minutos.

- O que você quer, Amanda? – Perguntei mal humorada, mas ela ignorou e riu.

- Me conta onde você foi com o Luan de madrugada...

- Lugar nenhum!

- Me conta, amiga. Por favor! – Bufei e me sentei na cama.

Contei o que tinha acontecido conosco, e mesmo ela pedindo os detalhes de tudo, já que ainda era virgem, eu não contei, claro. – Foi bom, então? – Ela concluiu por fim.

- Foi ótimo! – Sorri.

- Deve mesmo, seus olhinhos estão brilhando! – Ri e coloquei as mãos no rosto, envergonhada. – Mas e agora, como ficam?

- Eu não sei, ele disse que quer ficar comigo e depois resolveria com nossos pais.

- Voltar os tempos das escondidas? – Minha amiga, fazia graça.

- Mais ou menos, isso! – Rimos.

- Mais sério, ele quer mesmo namorar e tal?

- Ele não disse nessas palavras, mas disse que depois resolveria com nossos pais, então...

- Ah, que lindo! Vocês nasceram um para o outro!

- Foi isso que ele disse. – Sorri me lembrando.

Com muito custo, consegui voltar a pegar no sono, sem incômodos.

Os planos daquele dia mudaram completamente e ao invés de voltarmos para casa, iríamos assistir a mais um show do meu primo, em uma espécie de bar.

Graças a Deus, ninguém tinha sentido nossa falta e pra eles, tínhamos chegado um pouco depois do show do Luan.

Ele estava feliz, por te conseguido outro show por ali e nós também por ele.

Nos arrumamos e fomos na hora marcada, mas diferente do dia anterior, não deu quase ninguém no show, por ser pago. O outro era de graça.

Ficamos muito tristes, por ver só vinte pessoas ali, ou menos.

Ânderson, empresário de Luan, chegou dizendo que ele estava chateado, claro e queria que alguém fosse falar com ele, já que estava quase desistindo de fazer o show.

Tia Lizete se levantou, mas eu me levantei também.

- Deixa que eu vou, tia. – Eu disse.

- Tem certeza? – Ela me olhou em dúvida, já que eu e Luan estávamos “brigados”.

- Tenho, deixa?

- Pode ir, claro! – Ela sorriu e eu retribui.

Corri para uma espécie de camarim que montaram para ele e ele estava sentado de cabeça baixa, o que me deu uma dó tão grande.

- Ei, Lu! – O chamei e ele me olhou, me sentei do seu lado. – Não desisti, vai lá e canta para aquelas pessoas. São poucas, mas elas querem te ver.

- Eu não sei... – Ele suspirou.

- Por favor? Elas querem te ouvir e isso é só uma fase, logo você vai ser um cantor com milhares de fãs. – Ri e ele me acompanhou, rindo fraco.

- Será?

- Tenho certeza! – Disse firme. – Então vamos? – Ele não me respondeu e voltou a olhar para suas mãos, que brincavam com seu anel. – Vamos, vai?  Por mim, pelos seus pais, pelos meus, por todos? Vamos, amor? – Ele me olhou rápido, com minha ultima fala e sorriu, assim como eu estava.

- Eu vou, amor! – Ele se levantou e eu o acompanhei.

- Assim que se fala. Dê o melhor de você! Confia em você, entendeu?

- Eu vou aprender a confiar mais em mim e você vai me ajudar...

- Vou está sempre te ajudando, porque te amo!

- Eu também te amo, muito! – Nos beijamos.

Encerrei aquele beijo com selinhos e um sorriso no rosto.

- Promete não ficar mais triste por isso? Eu sei que é difícil, mas vai passar. Todos passam por isso!

- Tenho certeza que consigo com você do meu lado. – Ele beijou minhas mãos, que estavam entrelaçadas com as suas.

Escutamos a porta se abrir e Ânderson o chamar para cantar, ele assentiu com um sorriso no rosto e saímos do camarim.

Aquele show foi incrível, improvisaram um show acústico, que foi lindo.

E depois daquilo, voltamos para o hotel morrendo de felicidade e orgulho daquele menino.