Capítulo 76

Voltei para casa e confesso que além da raiva que eu estava sentindo, não estava confortável o bastante para tratar Isabella normal.

Passei o dia dando toda a minha atenção as crianças e a noite, fomos para o meu show, que seria ali bem perto.

Rober nos chamou para um balada, assim que acabou, mas eu neguei.

Mesmo Isabella insistindo e sendo visível a vontade que ela estava de ir.

Após deixar as minhas filhas na cama, assim que chegamos em casa, fui comer um pão na cozinha e ela foi atrás.

Me perguntou o que eu tinha e eu demorei a responder, ela repetiu sua pergunta. Na verdade, eu estava com muito ciúmes e não queria brigar com ela, me sentindo culpado por tudo que tinha feito.

- Então eu te falo porque estou estranho. – Respirei fundo e tirei o celular do bolso.

Lhe entreguei para visse suas fotos com aquele homem.

- É sério que é por isso? – Ela me olhava indignada.

- Quem é ele, Isabella?

- Eu não sei. Ele puxou assunto comigo no shopping, enquanto as crianças brincavam. Por favor, Luan! Fazer esse drama todo por causa de uma foto que não tem nada demais...

- Pra mim tem! Eu não gosto de ver você assim com outro homem. Nem me avisou que sairia.

- Eu pensei que estivesse ocupado e eu disse que tava animada pra sair.

- Mas pensei que tava animada pra sair comigo.

- Claro que era com você, mas você não pode, eu sai com nossas filhas. Você está muito estranho, nunca foi assim. Agora se eu der um passo tenho que te avisar? – Ela me encarou pro alguns segundos.

Perdi a fome e me levantei dali, a deixando sozinha.

Só tirei minha bermuda e deitei na cama me cobrindo. Fechei os olhos e nem vim Isabella chegar na cama.

Acordei no outro dia, já era mais de duas horas. Escutei a voz do Rober na minha sala e logo seus passos em direção ao meu quarto.

- Até que enfim! – Ele riu e entrou.

Me sentei na cama sonolento.

- Nem vem...

- Brigou com Isabella?

- Como sabe?

- A cara dela não tá das melhores, tipo essa sua.

- Briguei por causa de umas fotos dela com um homem, que eu vi rodando na internet.

- Eu vi...Não tem nada demais nisso, Luan!

- Eu posso até saber disso, mas fiquei com ciúmes...Ainda estou.

- Ou está se sentindo culpado pelo que fez e quer mudar o foco do negocio? – Fiquei quieto. – Não vai contar pra ela?

- Vou! – Suspirei.

- Me conta de novo a parte que estava no restaurante com essa tal de Débora?

- Pra quê relembrar essa tragédia?

- Ontem eu fiquei pensando umas coisas, enfim...Me conta? – Assenti e lhe contei a parte em que encontrei ela e comemos no restaurante, com detalhes. – Espera...Você foi no banheiro?

- Fui.

- E quando voltou?

- Já te falei, Rober. Bebemos um suco.

- Vocês pediram suco antes de você ir no banheiro.

- Pra que isso? Não. Foi ela que pediu, quando eu cheguei já estava lá. – Não entendi.

- Luan! – Ele arregalou os olhos.

- O que foi?

- Ela colocou alguma coisa no seu suco.

- Hã? – Parei pra pensar.

Tudo fazia sentido, como eu pude delirar do nada? Eu bebi aquele suco todo, quando eu cheguei ele já estava na nossa mesa.

- Tenho certeza que ela te dopou!

- Eu não acredito. Meu Deus! E agora?

- Quer denunciar?

- De jeito nenhum! Não quero escândalo.

- Mas, Luan...

- Não, Rober! Eu vou tentar resolver. – Ele assentiu.

- Vai falar com a Arleyde sobre isso?

- Vou!

- Isso! – Me troquei e descemos para sala.

Fui para o escritório com o Rober e lá, contei tudo para minha assessora, que quase morreu do coração.

- Mas eu não tenho certeza de nada... – Eu dizia.

- Vamos ter...Vamos fazer exames pra ver o que ingeriu, o que for! – Assenti.

Não queria voltar para casa, se não era certo que Isabella me acharia ainda mais estranho, mesmo ela pensando ser por suas fotos, eu tinha receio.

Almocei no restaurante que tinha ali perto mesmo, com todos e depois voltei para o escritório.

- Helen? – Meu celular tocou e eu atendi.

- Oi, Lu! – Ela riu. – Isa está ai? O celular dela só dá desligado e o da casa, só ocupado.

- O da casa está com defeito...O dela eu não sei.

- Está em casa?

- Não...Helen! Quero conversar com você, pode ser ?

- Pode! É grave?

- Um pouco! Faz assim, não fala nada pra Isabella? Por favor!

- Pode deixar. Me encontra na lanchonete perto da minha casa em trinta minutos?

- Se o trânsito me ajudar, eu encontro.

- Eu te espero! – Me despedi dela.

Coloquei um boné e um óculos escuro e parti em direção a casa de Helen, que não ficava muito longe dali.

Assim que cheguei, ela já me esperava em uma mesa afastada, então me sentei.

- O que houve de tão grave?

- Quero que me escute com atenção, tá? – Ela assentiu.

Respirei fundo e comecei a contar para ela tudo que tinha acontecido comigo, como estava agindo com Isabella e ainda a parte que eu tinha brigado com ela por umas fotos dela com um homem do lado.

Perguntei o que achava daquilo tudo. Ela era meio maluca quando queria, mas sabia ser uma pessoa centrada.

- Bom...- Ela tomou um pouco de seu suco. – Isso é muito assustador, parece filme e...A Isabella vai ficar furiosa. Eu acho melhor contar logo.

- Eu tô com medo. Vou fazer exames pra ver o que eu ingeri e mostrar o resultado a ela, pra provar que eu não queria nada.

- Meu Deus, isso é muito louco! – Ela fez careta. – Mas vai dar certo. Eu vou te ajudar!

- Vou ver se consigo fazer tudo amanhã mesmo.

- Eu arrumo pra você no hospital, sem Isabella saber.

- Faz isso por mim?

- Faço sim!