Capítulo 87

5° mês de gestação e a ansiedade de ter nosso bebezinho nos braços era demais.

Luan me chamou para irmos a uma festa na casa do Fernando, aniversário de sua filha mais velha, naquele exato dia que eu completava 5 meses.

Arrumei as meninas e quatro horas, fomos para casa dele, que ficava no mesmo condomínio e não era muito longe da nossa.

Me acabei no aniversário comendo mais porcarias que minhas filhas, parece que meu apetite abriu de tal forma quando vi aquele monte de coisas que tinha ali.

Fui conversar com Mikelly, uma certa hora, enquanto as meninas brincavam e Luan conversava com seus amigos. Sua bebê estava tão linda, que eu fiquei com mais vontade de ter o meu nos meus braços.

- Então é menino? – Ela me perguntava.

- É sim, já estava na hora! – Rimos.

- Pois é.

- Acho que todo pai quer um menino...

- Nem me fale, acho que eu vou ter que ter outro. – Ela fez careta e nós rimos novamente.

- Tem sim e vai vir o menino, você vai ver. Eu to curtindo tanto essa gravidez, como se fosse a primeira. Acho que esse é o segredo, curtir todas como se fosse a primeira.

- Obrigado pela dica que vou usá-la, afinal você já é experiente, três !

- (risos) É o terceiro e último! – Conversamos mais um pouco.

O bolo foi logo cortado e nós voltamos para nossa cara.

- Amor... – Já estávamos deitados, quando Luan me cutucava.

- O que foi? – Falei baixo.

- Você não acha que seu pé tá inchado demais? – Olhamos para o meu tornozelo.

- Tá um pouco, amor. Mas é normal!

- Sério?

- Juro! – Ri dele.

- O Fernando disse que a Mikelly não inchou nada.

- Calma, amor, cada uma sente uma coisa. É normal isso! – Ele fez bico e me abraçou, fazendo carinho na minha barriga. – Já te disse que parece que nunca teve um filho antes? – Ri e ele me acompanhou.

- Já, mas é como você diz, vamos curtir como se fosse o primeiro. Só não podemos esquecer das nossas pequenas. – Ele falava, já com os olhos fechados.

- De jeito nenhum! – Coloquei a mão em seu cabelo e comecei um cafuné, enquanto ele sorria, ainda com seus olhos fechados.

Dormimos em poucos minutos e no outro dia, eu acordei com o que Luan tinha dito na cabeça, então tirei o dia para minhas filhas. Fomos no parque do condomínio, andamos por ali e passamos em um sorveteria, enquanto ele dormia igual pedra.

Elas voltaram cansadas e sem fome pelo sorvete, então se juntaram ao pai e em menos de 5 minutos, as duas já dormiam ao seu lado.

Aquela gravidez atacou bastante meu emocional, as vezes eu tava com um humor ótimo e do nada mudava, as vezes eu chorava, coisa que quase nunca fazia e brigava com Luan. As vezes eu exagerava em descontar nele o que eu sentia pelos hormônios da gravidez.

Vi que Luan começou a colocar fotos das meninas que dançava com ele nos shows, em sua rede social e claro, morri de raiva, mas procurei ser calma no começo da ligação que fiz pra ele.

-  Luan – Eu reclamava.

- Meu Deus, Isa! O que que tem? Agora eu vou postar essas fotos do show...

- Não tem melhor não?

- Não! – Ele me cortava, já sabia o estado que eu estava.

Suspirei e desliguei o telefone na cara dele. Eu já estava daquele jeito e na minha cabeça ele fazia tudo que eu não gostava de propósito.

Luan voltaria no outro dia pra casa, mas eu fiquei o esperando o dia todo com as meninas e nada dele. A noite, coloquei elas pra dormirem comigo e no outro dia acordamos todas juntas.

Fomos até a cozinha e Luan ainda não tinha dado sinal. Tinha certeza de que estava bem, já estava começando a ficar com raiva.

Acabei de pensar nele e a porta de casa se abriu. Minhas filhas correram para lhe abraçar com um sorriso imenso.

- Você tá bem, amor? – Ele me perguntava e eu apenas assentia.

- Você não iria vir ontem?

- É...- Ele mexeu nos cabelos. – Eu vim, só que tinha um jogo passando lá na casa dos meus pais e eu fiquei lá vendo, perdi a hora e resolvi dormir lá, pra matar a saudade.– Revirei os olhos.

- Podia ter me avisado, pelo menos. – Me levantei e fui até a sala e ele atrás.

As meninas foram brincar na área de fora. Eu deixava elas lá enquanto a babá não chegava, a piscina ficava coberta e não tinha perigo.

- Desculpa, achei que não se importaria.

- Não, se tivesse me avisado!

- Isabella, se acalma, você anda muito alterada!

- Claro, você só me estressa! – Aumentei a voz e Luan suspirou.

- Desculpa, não achei que iria ficar tão irritada.

- Eu e suas filhas ficamos te esperando até tarde.

- Desculpa mesmo! – Ele se aproximou e eu meu afastei.

- Não quero papo com você, não hoje! – Deixei ele ali sozinho.

Acabou que eu não tive mesmo mais papo com Luan a semana inteira, ele voltou a fazer show, eu ainda de cara amarrada e ele só curtiu nossas filhas, não procurava falar comigo também, pra não brigarmos mais.

Acordei no meio da noite de quando ele foi embora e olhei no relógio, eram 3:00hrs.

Respirei fundo e disquei os números dele, que atendeu de primeira.

- Amor, desculpa vai! – Eu disse baixo.

- Te desculpo! Juro que nunca mais te deixo esperando!

- É que eu não sei o que tá acontecendo comigo, desculpa por colocar a culpa de tudo em você! – Comecei  chorar.

- Ei, faz parte! Pra isso que eu to com você! – Ele riu de leve.

- To me sentindo culpada.

- Não se sinta, é tudo culpa da gravidez, mas é só um fase. Daqui a pouco nosso moleque já tá com a gente também. – Conversamos quase uma hora naquele dia e eu já morria de sono. Dormir bem melhor que nos dias anteriores.

No 6° mês de gestação, voltamos e ir ao consultório de Juliane e tudo andava bem com o bebê e comigo.

A minha fase chorona tinha passado e a fase em que eu estava, era a de ir no banheiro, bebia muita água e fazia muito xixi e tinha até medo de sair de casa e não agüentar.

Expliquei tudo a minha médica, que sorriu pra mim.

- Você está passando por todas as fases da gravidez, Isa. Não é todo mundo que passa e pode acreditar, é o sonho de muitas mulheres. – Rimos.

- Não são todas que conseguem, não é? – Ela negou.

- Vou passar uns cremes e óleos pro Luan, ou você mesma passar na barriga, não queremos estrias, não é? – Fiz careta negando e Luan riu.

- De jeito nenhum!

- Então tome os cuidados necessários. – Ela me passou a receita e nós fomos embora.

Luan ia rindo de mim no caminho.

- Você fica linda, com ou sem estrias, meu amor.

- Sei! – Eu o olhava rindo também.

Em uma noite, que voltamos de um jantar da casa de seus pais e colocamos nossas filhas, que já dormiam na cama, fomos até o quarto e eu já o agarrei.

- Amor...Você pode? – Ele falava com dificuldade entre o beijo.

- Posso, Luan! – Eu fui direta e o puxei para cama, enquanto ele ria.