Capítulo 79

Paramos em frente a um restaurante luxuoso e parecia ser muito bom, já que estava lotado.

Nos guiaram até uma mesa, que já parecia está reservada e nos sentamos.

- Fala logo... – Fui grossa.

- Calma, vamos comer primeiro. – Luan se levantou, antes da minha resposta.

O vi caminhando em direção ao caixa do restaurante e logo se enfiar mais lá para dentro. Não entendi, mas desviei o olhar e olhei em volta.

Realmente o lugar era muito bonito, o que mais tinha ali eram casais apaixonados e famílias bem grandes. O que me fazia suspirar.

Luan voltou, me assustando e voltou a se sentar na minha frente, com um sorriso gigante no rosto.

Não deu nem tempo de começar uma conversa e um garçom, já apareceu.

- Rápido aqui. – Comentei.

- É tudo muito organizado! – Assenti.

Comemos, bebemos, apenas comentando sobre o ambiente e a comida. Não sei se Luan enrolava ou se estava criando coragem para começar o assunto esperado.

- Vamos embora? – Perguntei, depois que ele acabou de comer, eu tinha acabado bem antes.

- Espera! Vamos pedir a sobremesa?

- Não quero! – Fiz careta.

- Por favor, Isa!

- Sério, estou cheia!

- Mas eu quero.

- Come você sozinho, ué.

- Isabella, por favor!

- Meu Deus que chatice, só por uma sobremesa. – Revirei os olhos. – Tá bom! – Ele assentiu sorridente e fez um sinal para o garçom que nos atendia, que entendeu.

Em minutos nossa sobremesa também chegou e começamos a comer. Quer dizer, eu comecei a comer, já que o Luan me encarava.

- Que foi? Não vai comer? – Perguntei.

- Nada...Vou! – Ele disse, mas continuou me olhando.

Dei de ombros e voltei a comer.

Já estava quase no final da sobremesa e Luan ainda não tinha comido nada da sua e ainda me encarava estranho.

Na ultima colherada que dei, quando fui mastigar, senti meu dente batendo em algo muito duro, que quase o quebrou, já que mastigava com força.

Fiz uma tremenda careta e mesmo sendo deselegante em um restaurante daquele, eu coloquei a mão na boca discretamente e tirei o que me incomodava de lá.

Olhei para o Luan sem acreditar.

- O que é isso? – Ele sorriu satisfeito.

- Eu te trouxe aqui pra gente fazer as pazes. – Ele começou. – Eu não fiz nada, quero que acredite em mim e me ouça! Esse anel, é pra renovar nosso casamento. Uma nova aliança!  - Voltei a encarar a linda aliança de ouro branco, com detalhes em dourado, na minha mão e olhei para ele.

- Eu vi as fotos. – Sussurrei, já querendo chorar, de tristeza por lembrar de tudo e emoção, por ter amado a surpresa, confesso. - Mas estou disposta a te ouvir. Esse tempo serviu pra eu pensar bastante, quero te ouvir! - O encarei.

- Essa mulher dançou comigo no meu show. Eu encontrei ela no hotel e ela insistiu tanto, que comeu no restaurante comigo, eu não iria negar. Mas ela me dopou, amor. Eu juro! – Seus olhos também lacrimejaram.

- Como uma mulher dopa um homem desse tamanho? - Suspirei.
Eu já sabia a maneira de descobrir a verdade. Não teria provas nem nada, na verdade, teria sim, os olhos dele seriam a minha prova.
Eu conhecia tanto aquele homem que pelo seu olhar, dava pra ver estava ou não mentindo.

- Eu juro! Ela colocou alguma coisa no meu suco e eu tenho como provar isso. – Ele sorriu.

- Como?

- Eu já procurava provar isso antes, fui até no médico fazer exames que comprovam que eu ingeri alguma substância estranha, mas não apareceu no exame.

Mas eu não parei de correr atrás disso, eu quero que acredite em mim, porque eu te amo, amo nossa família e não quero perder vocês de jeito nenhum! – Deixei uma lágrima escapar e olhei para o chão. – Eu procurei a mulher de novo, o pessoal da produção conseguiu encontrar ela...Ela confessou tudo, que realmente só queria estragar minha vida com você, a troco de nada. Eu nunca vi ela antes, juro! Ela é maluca! Ela disse que se for preciso ela te procura...Se você quiser, a gente vai atrás dela. – Ele disparou. 
Tirou do bolso seu celular e colocou no meu ouvido, baixo já que estávamos em um restaurante lotado. Fiquei confusa.
Parecia uma ligação do Rober com uma mulher que dizia ter realmente colocado sedativo no suco do Luan. Ela jurava querer só uma noite com ele a qualquer custo, que foi fraco o remédio por isso ele nem apagou.

- Amor! Me desculpa por isso! – Ele encarou sua mão, envergonhado. 
- Eu... - Mais uma lágrima caiu do meu olho. - Que peço desculpas. Eu tive que ouvir isso, mas eu te juro que vim disposta a saber a verdade somente pelo seu olhar, que não queria provas concretas.
- E o que ele diz? - Luan me pergunto em um sussurro.
- Que você tá falando a verdade! - Ele sorriu e pegou em minhas mãos, as beijando em seguida. 
- Eu te amo!

- Eu também te amo! – Ele voltou a me encarar.

- Então você aceita renovar nosso casamento? Nada melhor que na cidade que passamos nossa lua de mel! – Ele sorriu, tão lindo, com seus olhos vermelhinhos.

- Claro que eu aceito! – Falei baixo. – Eu te amo e acredito em você. Me desculpa por ter desconfiado assim. Quando eu vi aquelas fotos, eu perdi a cabeça...

- Eu te entendo. Eu também perderia!

- Você não acreditaria se eu falasse que tinha sido dopada sem provas, não é?

- Do mesmo jeito que você confia no meu amor, eu também confio no seu. – Ele pareceu se ofender com aquela minha frase.

- Sei que confia! Desculpa por tudo?

- Ainda pergunta? Eu tô louco de saudades de você! – Ele se sentou em uma cadeira do meu lado e pegou na minha mão. Sorri.

- Eu também. – Lhe entreguei a aliança.

Ele limpou com o guardanapo, colocou no meu dedo e beijou depois.

- Pra sempre!

- Pra sempre, amor! – Sorri.

Senti seus lábios nos meus de leve. Infelizmente era só isso que podíamos fazer naquela hora, naquele lugar.

Pedimos a conta e o garçom apareceu, fez um gesto de “certo” com a mão e piscou o olho para Luan, que riu e piscou de volta.

Junto com o valor da conta, Luan lhe deu uma boa gorjeta. 
Saímos dali de mãos dadas, em direção a uma pracinha linda que estava toda iluminada.

- Você conhece aquele garçom?

- Ele que colocou o anel no seu doce. – Ele riu.

- Sério? – Ele assentiu. – Como falou com ele? Ele fala português?

- Nada que uma boa mímica não resolva. – Ele gargalhou. – Foi engraçado, cara.

- Imagino! – Também ri, enquanto andávamos.

- Ele teve uma paciência danada pra entender o que eu queria dizer.

- Tô imaginando a cena aqui...

- Não ri de mim! – Ele beijou meu rosto e eu ri.

- De jeito nenhum, amor!

- Vamos pro hotel? – Ele me abraçou por trás. - Quero ver minhas princesas antes de irmos pro quarto.

- Vou pro seu quarto, é?

- Claro que sim!

- E quem vai ficar com suas filhas?

- A minha irmã. – Ele riu abafado.

- Seu safado, fica explorando a menina!

- Nunca, paixão!