Capítulo 75

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Acordei animado pra mais um dia de show no Rio de Janeiro.

A noite chegou rápido e por um milagre, consegui chegar na hora certa no local do show.

Como de costume, naquele show, teve uma “fã” mais atirada, ela dançou comigo e falou no meu ouvido que queria me conhecer melhor. Ri daquilo, já que acontecia quase sempre. Ela mordeu a minha orelha disfarçadamente e eu me assustei, com medo de que alguém tivesse visto.

A levei para descer do palco logo e vi seu sorriso e a piscada que deu para mim, antes de descer. Ela era até bonita, uma mulher bem atraente, com um corpo de chamar a atenção e deveria ser um pouco mais nova que eu.

Voltamos para o hotel e eu esqueci esse fato, mas lembrei novamente, quando sai do quarto já bem de madrugada, para comer alguma coisa no restaurante do hotel.

O telefone do meu quarto, só dava ocupado.

Encontrei com ela no elevador, que também descia.

- Olha, que coincidência, não acha? – Ela me olhava sorrindo.

Estava com uma roupa extremamente curta, mais que no show.

- Ah...É sim! – Mexi nos cabelos e sorri sem graça.

- Então, me acompanha ? Vai no restaurante? – Saímos do elevador.

- Vou sim! Como sabe?

- Imaginei! – Ela riu.

Fizemos um pedido e não demorou nem três minutos para chegar.

- É...Está hospedada aqui? – Puxei assunto, enquanto comíamos.

- Estou! Débora! – Ela estendeu sua mão e eu a peguei.

- Prazer! – Ri fraco.

Conversamos mais um pouco e eu me distrai, ela não era tão ruim de papo assim.

Pedi licença e fui ao banheiro, em uma hora, quando voltei, ela bebia um suco.

- Pedi para nós. É ótimo! – Assenti e voltei a me sentar.

- É de quê?

- Melancia!

- Minha fruta predileta! – Rimos.

- E eu não sei? – Tomei o suco todo, que realmente estava ótimo.

Nos levantamos e fomos até o elevador.

- Então...Até qualquer dia! – Me despedia dela, que também tinha saído do elevador.- Está em que andar? – Perguntei confuso.

Ela sorriu.

Fiquei zonzo e apoiei na parede ao meu lado, minha visão começou a ficar embaçada, mais eu ainda via o sorriso em seus lábios.

- Vou te levar pro quarto! – Ela me pegou pelo braço e eu fui.

Eu estava zonzo, não via nada direito, comecei a delirar, mas ainda sim, tinha um pouco de consciência das coisas que fazia.

Mas era como se eu não pudesse lutar contra aquilo, como se eu não quisesse mas não tinha forças pra lutar contra.

Acordei no outro dia assustado e bem melhor. Pensei até que tudo poderia ser um sonho, mas quando olhei para o meu lado vi que não.

Olhei para o meu corpo debaixo do edredom e fiquei assustado, quando vi que estava sem roupa.

Passei as mãos no rosto aflito e olhei para o quarto, completamente bagunçado, mas nem sinal da garota.

Vi um papel pequeno do meu lado na cama e o peguei.

“ Melhor noite da minha vida! Você foi demais, gato!

Beijos! “

Eu não estava acreditando no que tinha acabado de ler. Eu tinha passado a noite com aquela garota que eu nem conheci direito, mas me lembro de estar delirando um pouco.

Chamei Roberval correndo no meu quarto e lhe contei tudo que aconteceu, do começo ao fim.

- Você transou com ela? – Ela concluiu.

- Pelo que tudo indica! – Eu não parava quieto.

Não estava acreditando.

- A Isabella...

- Nem termina! Meu Deus o que eu fiz? Eu tava delirando...Juro! Eu não sei mesmo o que aconteceu. Que ódio!

- Não devia ter saído desse quarto, Luan!

- Agora a culpa é minha? Eu só queria comer...Juro que não tive culpa.

- E comeu, não é?  - Bufei.

- Para de brincar com isso!

- Juro que não é brincadeira. É melhor sua mulher saber disso pela sua boca.

- Eu vou contar sim. Hoje mesmo...

- Deixa pra falar amanhã...Pessoalmente. Vamos ter que ficar aqui hoje. Entrevista de ultima hora. – Ele fez careta.

- Pelo menos é mais um dia pra me preparar pro que vem pela frente. – Suspirei e enfim, me sentei na cama.

- Com certeza! – Rober disse.

Ficamos um tempo em silêncio, mas ele teve que ir, resolver algumas coisas.

Me deitei e fiquei pensando naquilo tudo.

Liguei para Isabella e lhe falei que não poderia voltar pra casa naquele dia, confesso que não fiquei muito confortável falando com ela, que nem tinha culpa de nada, claro, mas eu estava com remorso.

Dormi aquele dia todo, a noite dei a entrevista que faltava e no outro dia de manhã, acordei cedo para voltar para casa.

Na verdade, eu nem tinha dormido direito naquela noite.

Entrei na internet pelo celular, para parar de pensar tanta bobagem.

Me surpreendi com o que minhas fãs comentavam.

Era uma foto de Isabella com um rapaz em um shopping, enquanto minhas filhas brincavam, eles conversavam sorrindo.

Apesar de tudo e da besteira que eu tinha feito, eu estava morrendo de raiva e de ciúmes.

Claro que estava morrendo de ciúmes, eu amava a minha mulher e nem sabia o rumo que nossa vida levaria, depois que eu lhe contasse o que tinha acontecido.