quarta-feira, 30 de julho de 2014

Capítulo 93



Fiquei surpresa com o que me disse e uma raiva me invadiu.
- Não! – Quase gritei e em menos de um segundo, senti suas mãos me puxando pra ele e seus lábios nos meus.
Tentei me afastar nos primeiros momentos, até bati em um de seus braços que me agarravam com força, mas claro que cedi e correspondi o seu beijo a sua altura, com paixão e desejo.
O beijo foi esquentando e Luan foi me deitando na cama, passou a beijar o meu pescoço e um fogo começou a se acender em mim como não acendia a muito tempo. Agarrei seus braços com minhas unhas, quando senti um chupão no meu pescoço e me segurava para não gemer.
Ele mordeu meu queixo e passou a língua logo em seguida, o que me fez suspirar novamente.
Suas mãos alisaram minha barriga por baixo da blusa e quando já estava preparado para tirá-la escutamos um choro e eu me afastei dele rápido, pensando ser Nathalia, era maiorzinha e podia ficar perguntando o que acontecia ali, eu não queria ter explicar ou mentir algumas coisas naquele momentos. Olhei para os lados e nada das meninas, era Breno que berrava alto.
Fui até a sala que tinha na enorme suíte e Nathalia e Luna dormiam no sofá, bem coladas uma na outra e eu me espantei por nem ter sentido falta delas. 
Peguei Breno no colo rápido antes que acordasse as meninas e os três me dessem trabalho de noite e o coloquei no peito.
Sentia tanta fome que sugava meu seio, que chegava a machucar um pouco.
Me sentei na cama do lado do Luan e quando passei por um espelho, ri de mim mesmo com o cabelo pior que um leão.
Olhei para Luan que não tinha cara de nada, estava engraçado.
- (risos) O que foi?
- Nada... – Ele suspirou. – Tinha que acordar agora, Breno? – Ele olhou para o filho nos meus braços e eu ri mais uma vez.
- Tadinho, ele estava morrendo de fome!
- Dorme logo pra gente continuar...
- Nem pensar! Nossos filhos estão aqui e se Nathalia acorda? Sabe que tá na fase de perguntar tudo!
- Ah, amor! A gente menti e elas não vão acordar...
- De jeito nenhum!
- Mas você tava quase indo. – Ele riu.
- É, mas não vou mais, cai na real!  - Ri junto com ele.
- E eu? – Olhei pra ele que beijou minha bochecha.
- Se vira! – Me olhou espantado.
- Nossa!
- Ué, amor, vai tomar um banho frio.
- Mas tá muito frio.
- Dorme assim então!
- Quando eu for fazer xixi vai doer!
- Então vai a merda, Luan! – Ri e me levantei com Breno nos braços enquanto ia até seu berço e o coloquei nele, já dormia.
Luan passou por mim resmungando, enquanto ia pro bainheiro.
- Deixa você comigo...
- Vai fazer o que?
- Não te interessa! – Ele fechou a porta do banheiro na minha cara e eu fiquei de boca aberta, mas logo ri.
Peguei minhas filhas do sofá, uma de cada vez e as coloquei na outra cama que tinha ali.
Não sei como as meninas não tinham acordado com aquela falação todo nossa, sorte que tinham o sono pesado igual o pai.

( ... )

Marcamos de viajar em um dia na sexta feira que eu estava de folga e só voltaríamos no domingo de tarde. Resolvemos ir para Florianópolis, foi uma viagem bem em família, com os pais do Luan, alguns de nossos primos, tios e amigos também.
Ficaríamos em um hotel de frente para a praia da Joaquina. Eu que escolhi aquele lugar, pesquisei bastante, me encantei com as fotos da praia e mostrei a todos que também amaram. O hotel era de luxo e tinha até uma parte privada da praia só para hospedes, o que eu também fiz questão de pesquisar pensando no Luan.
Queríamos mais privacidade e como ele mesmo disse antes de sairmos de casa, queria se sentir uma pessoa como outra qualquer pelo menos naqueles 3 dias que ficaríamos ali.
- Não fui com a cara daquela Cíntia! – Fiz careta assim que entramos no quarto.
As crianças já mexiam em tudo que viam e Breno estava acordado e atento com seus olhos grandes, em tudo.
- Quem? A quase namorada do Rober? – Luan disse rindo.
- Claro, Luan! Tem outra? – Ele fez careta, enquanto me olhava.
- Nem me liguei direito nela. Por que não gostou?
- Você não se liga em nada mesmo! – Ri.
- Mas por que não gostou dela? – Ele voltou na pergunta.
- Porque...Ela é estagiária no hospital, só nos vimos duas vezes mas parece que ela que não foi com a minha cara primeiro. – Eu trocava a roupa de Breno, já que estava bem mais quente que em São Paulo.
- Brigaram ?
- Não chegamos a brigar mas ela é chata, tudo que eu falo pros estagiários quer me corrigir, colocar defeito.
- (risos) Sério? – Assenti.
- Sabe que as vezes pego ela me olhando, olhando meu cabelo , meu corpo, quando não vou de branco, até minhas roupas. – Lhe olhei.
- Isso é inveja! – Ele ainda ria, sem levar a sério. Revirei os olhos.
- Pode ser mesmo, mas ela é nojentinha, novinha, o Rober também gosta né? – Ouvi Luan gargalhar.
- Ah, ele gosta de uma novinha mesmo! – A menina tinha dezoito anos, estava na faculdade à dois anos.
Analu também foi conosco e não demorou muito para ela deixar suas coisas no quarto em que ficaria e voltar para irmos comer, do jeito que eu tinha falado.
- Vamos, amor? – Luan assentiu e se levantou, pegou Breno dos meus braços enquanto eu dava a mão Luna e Analu, Nathalia.
Comemos bastante já que a fome era muito e fomos conhecer um pouco a área de lazer do hotel e a praia, que era mais perfeita que nas fotos.
- Cara, você escolheu bem, amor! – Luan olhava tudo em volta encantado.
- Não vamos entrar no mar, mamãe?
- Viemos só conhecer por enquanto, meu amor! – Logo voltamos para o quarto e não deu nem um minuto para Bruna me ligar dizendo que todos já iriam para praia.
Estávamos esperando eles mesmo, eu adorava aquela movimentação, muita gente.
Arrumei as meninas e coloquei em Breno por cima da frauda, uma sunga do super homem, que Luan havia comprado em uma de suas viagens, que fez todo mundo querer apertar de tanta gostosura.
Eu e Luan fomos os primeiros a entrarmos no mar, ficamos um pouco conversando e as vezes nos beijamos, não sempre por vergonha minha.
Pedimos algumas coisas no quiosque e tava tudo como eu imaginava, todos rindo, se divertindo e contando piadas, típico da nossa família.
- Ta gostando, Cíntia? – O Luan puxou assunto com ela que era meio calada, mas só perto deles, e eu olhei para o outro lado.
- To sim, Luan! Sua família é ótima! – Olhei rápido pra ela, que sorria.
- Que bom! – Luan retribuiu.
- Eu conheço a sua mulher, ela te disse? – Ele assentiu sem jeito. – Vou ser médica também. – A essa altura, todos já estavam prestando a atenção na conversa deles.
- Que bacana!
- A Isa pode te ensinar muito, viu? É muito boa no que faz. – Minha tia disse sorrindo, inocente e ela sorriu forçado. Ri por dentro.
- É sim, já participei de dois estágios com ela, explica muito bem. Acho até engraçado umas coisas... – Ela começou a rir.
- O que? – Luan perguntou.
- Todos os pais das crianças só querem a doutora Isabella, acho que as vezes os filhos nem estão doentes, só querem ver ela. – Ela continuou rindo e eu a olhei séria.
Aquilo não era verdade, claro que já teve cantada, apenas uma, mas não dos pais das crianças ficarem indo direto só pra me ver.
- Hum! – Luan deu uma golada de sua bebida e eu bufei por dentro, ela estava conseguindo deixar ele com ciúmes.
Bruna cortou a conversa percebendo o clima e eu agradeci minha cunhada mentalmente.
O clima agradável voltou, só Luan que estava calado, me abraçava, me beijava, mas estava mais quieto, só ria das coisas que falavam.
Cíntia tinha se soltado e também puxava papo. Também, depois das coisas que disse a Luan, estava vendo que ele não tinha gostado muito. Tinha conseguido o que queria.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Capítulo 92



Chegamos no hotel e Luan carregava Luna que dormia, Well, Nathalia e eu, Breno.
O coloquei no berço que tinha no quarto e as meninas em uma outra cama de casal que também tinha ali.
Tirava as sandálias com o olhar de Luan em mim, mas sem dizer uma palavra. Tomei um banho e quando sai do banheiro ele ainda tirava sua roupa.
- Isabella, não dorme que eu ainda quero falar com você.
- Não vou dormir! – foi apenas o que eu disse.
Respirei fundo quando o vi saindo do banheiro e não teria mais como fugir, ainda não estava muito bem.
- Olha...Eu só perdoei a menina porque achei certo, não sou ninguém pra não desculpar alguém. – Ele se sentou do meu lado e começou.
- Dane-se, Luan!
- Isabella, calma! Só estamos conversando...
- Eu achei uma falta de respeito o que você fez comigo, abraçando aquela vadia comigo ali perto ainda.
- Eu não te desrespeitei! Só fiz o certo!
- Ah ta bom, Luan! Você é o certo, não é?
- Para com isso e me entende.
- Não to afim! – Bufei e me deitei, enquanto ele me olhava.
- Você é complicada demais! – Sorri irônica pra ele, antes de fechar os olhos.
Só acordei seis horas da manhã com o choro de Breno, mas que logo se calou, olhei para trás e Luan o ninava enquanto cantava baixinho e fazia o filho voltar a dormir, não era fome mesmo. Voltei a dormir e só acordamos todos juntos 14:00hrs.
Almoçamos e eu ainda não tinha tocado em uma palavra com Luan e nem ele comigo, só brincava com os filhos. Teve que sair as 15:00hrs para uma rádio e não se despediu de mim. Eu ignorava e não me importava, estava chateada desde o dia anterior.
Entrei na internet, enquanto Breno brincava com seu boneco do meu lado e as meninas viam TV, me espantei com a notícia que se espalhava pelas redes sociais.

“ Isabella Santana, esposa e prima de Luan Santana, é flagrada aos gritos com uma mulher dentro do camarim do cantor.
Segundo fontes, a morena ficou furiosa assim que entrou no camarim e viu os dois sozinhos lá dentro e depois só se escutavam gritos.
E podemos ver mesmo por essa foto que ela não saiu do camarim muito bem, sorrindo, como costuma sempre está para as fãs do marido e posando para as fotos.
Será o que, que Isabella viu naquele camarim? Será que vem separação por ai? “

Bufei quando vi uma foto minha logo em baixo, com uma cara péssima saindo do camarim. A história tinha tomado outro rumo completamente diferente e pela primeira vez parei pra pensar que eu tinha agido mal.
As fãs enviavam perguntas sobre isso para uma rádio e eu lembrei que Luan já estaria no ar, então procurei o link online no celular até achar.
- Luan, agora as perguntas das fãs... – O locutor falava.
- Pode mandar que nós responde, rapaz! – Ele disse rindo e bem humorado como sempre, pelo menos na frente dos outros.
- Então vamos começar...A Gabriella do Rio de Janeiro quer saber. Você está brigado com a Isa? – Luan riu fraco e eu suspirei.
- Não rapaz, da onde saiu isso? Eu e Isa estamos ótimos!
- Aliás, sua mulher é linda, Luan! Um beijo pra ela!
- (risos) Beijo pra ela, linda demais!
- Outra pergunta da Bruna de Porto Alegre. Luan, a Isa brigou com alguém ontem no seu camarim?
- Brigou? – Luan respondeu, parecendo que não entendia nada, mas no fundo, estava tão surpreso quanto eu por saberem daquilo. – Então...Ela não brigou com ninguém, da onde saiu isso?
- Está em alguns sites, você não viu ainda?
- Não!
- Estão dizendo que ela brigou com uma mulher que estava a sós com você no camarim...
- Não, não mesmo!
- E essa foto que tiraram dela? Parecia bem brava...
- Ela é brava! – Ele respondeu e riu fraco pra descontrair, sabia dar uma resposta. – Pelo menos comigo! – O locutor riu junto.
- Não parece de jeito nenhum, sempre tão simpática, falam muito bem dela.
- Ela é simpática sim e muito gente boa, mas não é muito calma, é bem estressada. – Ele riu mais uma vez.
- Vocês brigam muito, então?
- Não muito, mas brigamos, como qualquer casal normal!
- Então essa foto? Ela poderia ter brigado com você? – Alguns segundos em silencio, até que Luan volta a falar.
- É...A gente não estava muito bem, mas já voltamos as boas e estamos ótimos! Somos um casal normal, como qualquer outro, a mídia, imprensa, pensa que não podemos brigar e nem nada que é completamente normal, mas não é assim, estamos sujeitos a tudo.
- Entendo! Tem mais uma pergunta aqui... A Mariane de Portugal quer saber se você e a Isabella sofrem muito preconceito por serem primos, ou se a imprensa já superou, porque as fãs adoram isso!
- (risos) Que bom que as fãs gostam, eu nem deveria estar surpreso porque elas gostam de tudo que vem de mim e as vezes nem é tão bom assim! – Eles riram. – Bom, no começo sofremos como qualquer família normal, já gostávamos um do outro de forma diferente desde a adolescência, mas não conseguíamos assumir nada justamente por já sabermos o que viria pela frente, mas quando nos tornamos adultos, já sabíamos o que queríamos e ninguém podia impedir. – Ele contou a história certa, mas pulou algumas partes. Achei melhor. – Hoje em dia é tranqüilo e minha família gosta de estar tudo em família mesmo. Claro que ainda tem a crítica, nunca vai acabar, mas é bem a minoria, quem eu queria que me apoiasse já apóia, minhas fãs e minha família, isso basta! E aliás, primeira vez que conto isso em entrevista em detalhes, não me sentia bem respondendo, mas agora não me importo mais! – Respirei fundo e sorri com aquela entrevista, gostei de tudo que ele disse.
A entrevista acabou e em menos de uma hora, Luan já estava no quarto e as crianças gritando, por ele.
- Shiu! O Breno acabou de dormir! – Eu falava com elas.
- Você ouviu a rádio? – Luan se sentou do meu lado.
Parecia ler meus pensamentos.
- Eu ouvi...
- E ai?
- Gostei de tudo que você disse! – Sorri.
- Achei que iria ficar brava por eu ter contado nossa história.
- Você não contou com muitos detalhes e pulou as partes certas, não to brava!
- Já vim preparado pra bronca! – Ele riu fraco e olhou pr baixo. – Você me dá bronca por tudo! – Acho que ele não disse na maldade, mas eu não gostei muito.
- Ah! Nossa! Então eu te dou bronca por tudo?
- Você anda muito irritada!
- Ando irritada com certas coisas, Luan! Certas coisas que são irritantes.
- Então eu te irrito? – Ele ainda dizia calmo.
- Está me irritando agora! Meu Deus, eu falei com você numa boa, queria fazer as pazes e você vem dizendo isso.
- Foi mal, Isa! Mas...
- Isso que você pensa de mim agora?
- Claro que não! Eu nunca pensei isso de você! Só acho que anda meio irritada!
- Se coloca no meu lugar e pensa que se não fosse comigo o que aconteceu naquele camarim ontem, você não estaria bravo. – Ele se calou por alguns segundos. – Tá vendo! – Bufei.
- Eu disse sem pensar, foi mal! E também eu não gostei muito do que saiu na mídia!
- Dane-se a mídia!
- Você sabe a pessoa que eu sou e que isso não pode acontecer de novo...
-  Não vai, tá bom? Eu só fiquei muito irritada com o que eu ouvi! Se você quiser, eu paro de viajar com você também, aí você pode fazer o que você quiser da sua vida, até transar com essas mulheres no camarim. Só torce, Luan, torce pra eu não ficar sabendo! – Eu me alterei, enquanto ele me olhava sério.

- Cala a boca, Isabella! 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Capítulo 91


( 3 meses depois )

Com muito custo e insistência, Luan conseguiu me convencer de viajarmos para um show seu em Florianópolis, RS, com duas crianças pequenas e uma praticamente recém nascida.
Chegamos na cidade por volta das cinco horas e só deu tempo de assistirmos um pouco de TV e pedimos um lanche com tudo que tinha direito, do hotel.
Arrumei as meninas primeiro, que tomaram banho juntas e enquanto eu dava banho em Breno no quarto, Luan foi tomar o seu.
Depois que tivemos uma conversa séria com as meninas, elas realmente pararam de vez com as brigas e não sentiam mais tanto ciúmes do irmão, ainda sentiam um pouco porque é coisa de criança, mas não era sempre.
Estavam lindas, Luna com um vestido rosa e Nathalia com seu vestido lilás, as duas com os cabelinhos molhados, com uma tiara da cor do vestido na cabeça, com as sandálias que Bruna tinha dado para as duas e extremamente cheirosas. Me ajudavam a dar banho no Breno, enquanto riam e se divertiam.
- Pega o sabonete na bolsa pra mamãe? Esqueci! – Pedi Luna, que saiu correndo e logo voltou com o sabonete infantil nas mãozinhas.
- Mãe, ele gosta da água? – Ela perguntava enquanto me olhava curiosa.
- Gosta, amor. Igual vocês adoram uma água, não é? – Era tão lindo ver a felicidade delas me ajudando.
Nathalia passava o sabonete por seus bracinhos com delicadeza e Luna jogava a água devagar. Eram tão delicadas, sabiam que não podiam machucar o irmãozinho.
Luan saiu do banheiro eu já colocava frauda em Breno.
- Que demora esse banho, em? – Ele comentou rindo.
- Ele gosta, papai. – Luan disse e eu ri.
- E vocês ajudaram a mamãe, foi?
- Foi! A gente deu banho no Breno! – Dessa vez, foi Nathalia que disse animada.
Deixei os três com Luan, assim que acabou de se vestir e fui correndo para o banheiro tomar um banho o mais rápido possível.
Mesmo fazendo tudo rápido, não adiantou muito, descemos atrasados para a van do mesmo jeito.
- Desculpa, Arleyde, a culpa foi minha! – Eu me desculpava ao ver que já estavam nos esperando a um tempo na van.
- O que é isso, Isa! Três filhos não deve ser fácil! – Ela sorriu pra mim.
- E não é mesmo! – Fiz careta e todos riram.
- E o Luan não troca nenhuma frauda pra te ajudar, né Isa? – Rober comentou e ganhou um tapa na cabeça, do Luan. Estávamos sentados atrás deles.
- Fica quieto!
- Já trocou?
- Ainda não...Ainda!
- Sei!
- (risos) Vocês são bobos demais!
- Amor, será que ele não vai se assustar com a barulheira? – Luan fez careta, enquanto alisava a mãozinha do filho que dormia no meu colo.
- Acho que não, amor! – Sorri.
Ouvimos gargalhadas das meninas e elas brincavam com Well em um dos primeiros bancos da van.
Como já era de se esperar muito repórter querendo tirar foto do nosso filho, mas Luan achou melhor não e a família toda posou para a foto, só que com o rostinho de Breno tampado por uma toalha. Ele ainda dormia.
Fiquei no camarim no atendimento das fãs e todas corriam até mim para ver Breno, antes de sair. A primeira, Rober não queria deixar por ter acabado o tempo e pra elas não verem o meu filho, mas eu interferi e pedi para que deixasse. Não tinha mal elas verem o Breno e dar um beijo nas meninas.
Quando ela saiu, reforcei a dizer que não tinha problema e ele compreendeu sem questionar, deixando todas irem até mim.
Depois do show, fui para o camarim da banda, quando Rober me disse que Luan ainda atenderia o contratante do show. Paparicaram meus filhos e enquanto Breno, que já estava atento e acordado, brincava entretido e sorrindo com Marla, resolvi ver se Luan já estava sozinho.
Me aproximei e ouvia duas vozes bem baixas, parei para ouvir.
- Luan... – Ouvi ele suspirar alto.
- Eu nem sei seu nome!
- É Jaqueline. Me perdoa, por favor? Eu gosto tanto de você. – Ouvi um silêncio, então fui para ver na fresta da porta, o que acontecia. Eles se abraçavam  forte.
- Eu te perdôo...
- Eu não quis separar você da Isa. Só queria uma noite com você, que por sinal, foi a melhor da minha vida. – Eles se soltaram e eu vi....Um sorrisinho, nos lábios do Luan?
Acho que eu estava cega.
- Como é? – Entrei no camarim eles se assustaram.
- Você é a Isabella?
- Não interessa quem eu sou!
- Calma, amor...Ela foi a menina daquela vez. – Luan disse sem graça. – Ela veio me pedir desculpas.
- E você, Isa? Me perdoa?
- Não, eu não te perdôo! – Os dois novamente se assustaram comigo.
- Isa...
- Cala a boca, Luan! Se você perdoou essa vadia, o problema é seu! Eu não perdôo porque ela quase destruiu o nosso casamento.
- Me desculpa de coração! Eu era doida no Luan, mas já cai na real que ele te ama!
- Na boa, garota? Dá o fora daqui? Vai estudar, sair das fraudas primeiro...
- Isa...
- Isabella pra você! Aliás, não é nada pra você! Vaza daqui!
- Nossa, calma! Só quero ser gentil...
- Depois de tudo que você fez? Me poupe!
- Então pede pro Luan não cair mais na conversa de mulher e nem ir jantar com qualquer uma...
- (risos) É isso mesmo que você é! Qualquer uma! Tá mostrando as garrinhas, é?
- Não estou! Só queria me desculpar e você veio com ignorância.
- Você não entende o inferno que fez na minha vida? – Eu me aproximava dela e acho que Luan tinha até medo de dizer alguma coisa.
- Eu entendo! Me desculpa!
- Quer saber? Te desculpo! Pronto! Agora já pode vazar e vê se nunca mais pise em um show do Luan.
- Nossa, Luan! Sua mulher é muito mal educada, assim você perde admiradores...
- Ele não precisa de admiradores! – Eu falei antes que Luan. – E sim de fãs de verdade, que isso ele tem demais e elas gostam de mim.
- Porque não conhecem a cobra que você é! – Me irritei com aquela frase e partir pra cima da tal de Jaqueline, deixando Luan assustado como nunca vi na vida.
Só voltei pra vida real quando me dei conta que já empurrava a menina e ela me empurrava de volta, o ódio me possuía.
Partiria pra cima dela de novo, se não fosse meu marido me segurar e o segurança dele entrar correndo, segurando a menina.
- Idiota! – Ela me olhava!
- Well, leva essa menina daqui? E não deixa nunca mais ela pisar perto da porta desse camarim!
- Você é a cantora, por um acaso? – Ela falava, enquanto era “carregada”.
- Mas o cantor é meu marido, cala a boca! – Ela saiu e Rober e Arleyde, entraram me olhando! – Me solta! – Gritei pro Luan, que me soltou,
Passei por eles e sai dali. Estava com tanta raiva que nem queria falar com ninguém.
No caminho do hotel, Arleyde tomou coragem pra puxar assunto comigo.
- O que aconteceu, Isa? – Ela falou, enquanto todos esperavam uma resposta.
- Amanhã eu te falo, Arleyde.
- Eu escutei você falando alto... – Rober, falava sem graça.
- Falei mesmo! – Lhe olhei e ri, deixando ele sem entender.
- Isa...
- Depois a gente conversa, Luan! – Lhe interrompi e ele se calou.
Olhei para Rober que me olhava e revirei os olhos, enquanto ele ria sem graça.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Capítulo 90



Luan chegou naquela semana e eu expliquei a situação pra ele que parecia também não saber o que fazer.
- Quer outra babá?
- Não, Luan! As crianças querem a minha atenção e não de outra pessoa. Eu só não sei como conciliar três crianças de idades diferentes, cada uma quer uma coisa...
- Calma! Isso é uma fase por causa do Breno, logo passa.
- Por que não é com você! – Eu estava tão irritada, queria que Luan me ajudasse e ele não sabia o que fazer também.
Sai do quarto batendo a porta e fui para sala onde Analu, nossa nova babá, brincava com as meninas e Breno dormia no carrinho.
Quando eu apareci as birras também começaram e Breno acordava chorando com aquilo tudo, era automático e minha casa já deveria até incomodar os vizinhos de tão barulhenta que andava.
- Eita! Mas que chororo é esse? – Meu tio entrou e logo atrás dele, tia Marizete e Bruna.
- Eu também to querendo saber, tio.
Fui pra cozinha com Breno, enquanto meu tio e Bruna acalmavam as meninas.
- Por que isso tudo, Isa?
- Não sei mais o que fazer, Tia. Todos os dias é isso!
- Mas elas se davam tão bem...
- Eu também me pergunto isso, mas do nada começaram com isso.
- Não é por causa do Breno? – Parei para lhe encarar.
- Acho que elas querem minha atenção igual o Breno tem, né?
- Exatamente!
- E eu não sei o que eu faço, quando o Luan está em casa ele distrai elas, mas só quando eu não estou por perto, quando eu apareço já era e a nova babá está se dando super bem com elas, mas também só consegue entretê-las quando eu não estou por perto. - Minha tia conversou comigo e me deu muitos conselhos, até me contou histórias de quando Bruna nasceu, Luan também teve essa fase de crise de ciúmes, que era tudo normal.
Eles almoçaram conosco e foram embora. Coloquei Breno na cama depois de amamentá-lo novamente e as meninas estavam quietas vendo o DVD do Luan.
- Vem aqui, amor. – Ele me chamou no quarto e eu fui. – Elas estão morrendo de ciúmes.
- Eu sei, conversei com a sua mãe. É isso mesmo! – Suspirei.
- Não fica assim, é...Me desculpa por não poder te ajudar todos os dias. – Parei para encará-lo e lembrei do que eu tinha lhe dito de forma grossa.
- Amor, desculpa eu por ter falado aquilo pra você. Eu só estava estressada.
- Eu te entendo! São três crianças!
- É, mas a culpa não é sua! Me desculpa?
- Claro, amor! – Ele sorriu e eu lhe abracei. – Sabe? Eu conversei com a Nathalia e ela veio toda manhosa no meu colo e disse que não queria mais um irmãzinho. Mas eu disse que agora não tinha mais jeito! - Ele riu fraco e eu também. – Acha que a gente fez mal em arrumar outro bebê agora?
- Não! – Falei firme. – Eu vou dar um jeito nisso, tá? Vou conversar com elas e explicar que elas também são meu bebês. – Sorri. – Acho que faltou isso da minha parte.
- E da minha também. Eu já expliquei algumas coisas elas...
- Obrigada, amor. Eu também vou falar.
- Vai dá tudo certo, é só uma fase de família grande.
- (risos) Tenho certeza! – Ele me puxou para um beijou.
Se deitou na cama, fazendo eu ficar por cima e o beijo já começava a esquentar, suas mãos já começavam a passear por de baixo da minha blusa, quando eu cortei e me sentei.
- Ainda não posso, meu amor! – Ele fez careta, enquanto se sentava também.
- Tinha me esquecido!
- (risos) Só mais dois meses!
- Dois? – Ri da carinha dele e selei nossos lábios.
Resolvi descer para conversar com as meninas e enquanto saíamos do quarto, escutei um choro na sala e descemos correndo.
Nathalia que chorava e Luna estava assustada, mas não avistávamos Nathalia.
- Cadê sua irmã, Luna? – Ela apontou o dedinho pra trás do sofá e nós fomos até lá.
Ela chorava deitada no chão, com a mão no braço. Não parecia o choro de manhã de todos os dias.
- O que aconteceu, filha? – Luan também se assustou e a pegou no colo.
- Meu braço, pai...Tá doendo! Não encosta! – Ela chorava alto.
- O que você tava fazendo atrás do sofá? – Perguntei.
- Eu caí lá trás... – Ela soluçava.
- Como caiu, filha?
- Eu tava sentada naquele negocio do sofá brigando com a Luna...
- Meu Deus, Nathalia! Ali não é lugar de sentar e nem é pra brigar com sua irmã, eu já disse!
- Ela que começa! – Seu choro aumentou.
- Calma, amor!
- Meu braço! – Ela gritava.
- Deixa a mamãe ver...
- Não, tá doendo muito! – Ela colocou sua cabeça no ombro de Luan.
Olhei a maneira que seu braço estava, do jeito que ela segurava e toquei com cuidado, ela queria tirar, mas pedi para que Luan a segurasse e não deixasse, eu precisava ver.
- Ela quebrou! – Eu disse e Luan arregalou os olhos.
- O que?
- Vou ligar pra Karine. – Subi as escadas rápido, me troquei e liguei para pedriatra das meninas, já que eu não tinha condições nenhuma de eu mesma cuidar dos meus próprios filhos. 
Peguei Breno do berço e tive que o levar pra clínica também, já que mamava bastante e eu não tinha tirado leito para colocar na mamadeira.
- Analu, fica com a Luna? – Ela concordou, enquanto se sentava.
- Me desculpa, dona Isabella, a Maria me pediu para ir comprar um negocio para ela fazer e eu fui. As meninas estavam tão quietas vendo o DVD.
- Você não tem culpa, o que é isso! Elas estão sempre brigando também, podia ter acontecido no seu dia de folga. – Luna não queria, mas não tinha condições de lhe levar.
Ocorreu tudo bem com Nathalia, seu braço foi engessado e ela foi medicada, já estava ótima e voltamos pra casa com ela já sem chorar.
Dispensei a babá assim que chegamos e Maria também foi embora, então resolvi ter a conversa que eu tanto queria com elas.
- Amores, eu sei que vocês querem atenção, a mamãe vai dar atenção pra vocês o quanto ela puder, mas me ajudem agora? O irmãozinho de vocês está muito pequeno, ele precisa de uma atenção especial, mas ele vai crescer, é só agora... – Eu explicava.
- Você não vai trocar a gente por ele? – Nathalia me olhava com os olhinhos de dar pena.
- Claro que não, meu amor! Vocês não estavam tão feliz com o irmãozinho? – Elas assentiram e eu sorri. – Então! Ele é tão pequeno e chorão. – Ri e elas me acompanharam.
- Vamos fazer assim, vocês ajudam a mamãe a cuidar do irmãozinho enquanto o papai não tiver? – Luan disse e novamente elas assentiram. – Mas pra isso não podem brigar, se não é trabalho dobrado pra mamãe e ela vai ser obrigada a deixar vocês de castigo, o que não querem. Ajudem ela com o irmãozinho, prometem?
- Prometo! – Disse Nathalia.

- Você promete, Luna? – Luan riu fraco e ela repetiu o que a irmã disse. – Já são mocinhas e já podem ajudar a mamãe, vocês querem ver o papai bravo? – Negaram. – Então dá um braço aqui em conjunto! – Sorri para ele, quando senti que nos abraçavam. Era difícil mas a gente conseguia levar sempre.

divulgando, amores : http://fanficoamorpodedarcerto.blogspot.com.br/

terça-feira, 22 de julho de 2014

Capítulo 89



Respirei fundo e coloquei na cabeça que aquela seria a minha ultima força, que seria a mais forte de todas que faria o meu filho nascer.
O quarto se calou completamente e eles me deram aquele tempo para me concentrar.
Dei tudo de mim e uma dor insuportável no ventre me atingiu.
- Ai meu Deus, eu tenho que conseguir! – Falava ofegante.
- Você vai, amor! – Luan apertou minha mão e beijou meu rosto.
Ele se acomodou melhor do meu lado, colocando sua mão em minha barriga, enquanto me abraçava com a outra.
Fiz mais uma força gigantesca e dessa vez a dor no ventre, parecia que ia me rasgar.
- A cabeça já veio, Isa! Só mais um pouco, vai! – Juliane, dizia animada. – Coloca sua mão aqui, Luan, pra você pegar quando ele sair. – Luan com receio fez o que ela pediu e com as duas mãos segurava a cabecinha do nosso bebê.
Respirei fundo de novo e percebi que esse era mais um segredo que eu tinha descoberto de um parto, só respirar fundo e se concentrar.
Fiz mais uma força e sentir mais coisa saindo, mas não parei, enquanto Luan não tirou as mãos de dentro da água com nosso filho nelas, eu não parei de fazer força.
Um alívio me invadiu quando senti o corpo do bebê saindo de dentro de mim, uma sensação mágica demais.

*
Eu nunca tinha passado pelo que estava passando em um parto de Isabella e nem imaginaria passar em parto nenhum. Era inexplicável aquela sensação.
Eu sofria junto com ela, me dava vontade de gritar também, toda vez que ela gritava de dor, mas eu tinha que me manter forte pra passar força pra ela.
Quando Juliane me pediu para ir pegar o bebê eu me assustei ,mas adorei a idéia.
Coloquei as mãos em sua cabecinha, que ao contrário de Luna, tinha muito cabelo.
Isabella fez mais força e em poucos segundos senti as minhas mãos pesarem.
Minha mãe me deu um pano para embrulhar meu filho e eu me aproximei de Isabella com ele nos braços.
Ela o pegou e como em um passe de mágica, todo aquele choro escandaloso que ecoava pelo quarto, parou, assim que ele sentiu o calor do peito de sua mãe.
Lhe abracei de lado e beijei seu rosto suado, seu cabelo grudava em sua testa, mas seu sorriso estava nos lábios, assim como o meu também.
- Ele é lindo! – Ela dizia.
- Muito! – Sorri e peguei na pequena mãozinha que agarrou meu dedo com força. – E forte também. – Rimos.
Isabella o amamentou ainda ali dentro e depois de alguns minutos a doutora me chamou para que cortasse o cordão umbilical. Peguei nosso filho no colo, depois de mais alguns minutos para que Isabella saísse dali e fosse para cama.
Meu pai chegou com as nossas filhas, assim que eu o entreguei de volta.
As meninas ficaram tão encantadas com o bebezinho, que seus olhinhos brilhavam.
- E o nome dessa criança, gente? – Meu pai dizia.
- É verdade! – Isabella fez careta. – O Luan escolhe dessa vez! – Ela me olhou sorrindo.
- Nossa! – Olhei para carinha do meu filho para vê se tinha cara de algum nome, quando eu disse isso, eles riram de mim, mas ele não tinha. – Posso pensar um pouco?
- Só não demora muito! – Ela respondeu rindo.
Resolvi entrar no meu twitter e contar tudo que tinha acontecido, como o parto tinha sido. Apesar de sofrermos, eu tinha adorado a idéia.
Contei para minhas fãs e elas se empolgarão junto comigo. Fiquei vendo o que falavam e a maioria falava do “Breno”, só então me toquei. Elas queriam tanto aquele nome que eu disse que colocaria em um filho meu à anos atrás, então seria aquele. Eu ri por ainda lembrarem, eu já tinha me esquecido.
- Vai ser Breno o nome do nosso filho, amor. – Falei com Isabella.
- Lindo o nome! – Ela sorriu. – Você viu aí na internet?
- Não, as minhas fãs que estão falando tanto no “Breninho”, foi em uma entrevista que eu dei antes de nos reencontrarmos, que meu filho iria se chamar Breno, confesso que já tinha me esquecido, mas elas não, então nada mais justo! – Sorri.
- Concordo! – Ela sorriu comigo.
- Nem eu lembrava disso, filho! – Minha mãe dizia.
Postei uma foto que Bruna tinha tirado com seu celular, enquanto também gravava com sua câmera, no instagram. Não iria mostrar o rostinho, mas a foto ficou tão linda e eu estava tão animado, que acabei postando.


“ O nosso Breno chegou, amores. Lindo e forte! Nós te amamos, filho! ♥”

*

Dois dias depois, as coisas já estavam voltando ao normal, eu já estava com casa e Luan ainda não tinha voltado para seus shows, mas claro que tia Marizete, tio Amarildo e Bruna, não saiam de lá para nos ajudar com três crianças.
Breno era bem chorão e o que mais gostava, era que eu andasse com ele encostado ao meu peito, eu agradecia que meu parto tinha sido normal e que eu já podia andar, se não ele não pararia de chorar e deixaria Luan doido. O bebê não podia dar um chorinho que ele já ficava preocupado, me fazendo rir.
Estava na sala quando ouvi a voz do Luan e a porta da casa se abrir, ele tinha ido resolver algumas coisas no escritório e levado as meninas, ouvi risos e logo a casa se enchendo de gente para ver o Breno, que por um milagre, estava com os olhinhos bem abertos, mas infelizmente costumava trocar o dia pela noite e acordar cedinho pra mamar e para que eu ficasse andando com ele dentro de casa, o que me cansava bastante.
- Podiam ter avisado que vinham, eu me arrumava melhor! – Eu disse eles riram. – Não olhem muito pra mim, não.
- (risos) Que boba, amor. Você tá linda! – Luan selou nossos lábios.
- Sei! – Rimos.
Depois de alguns minutos mais amigos do Luan foram chegando e nem vimos o tempo passar em meio de tanta conversa, Breno passando de colo em colo e abrindo o berreiro.
Foram embora só depois do almoço e Breno dormiu, então, eu Luan e as crianças fomos comer.
No outro dia, Breno não chorou cedo, eu estranhei mas deixei, chorou tanto a noite, que deveria estar muito cansado. Deixei Luan dormindo e desci as escadas.
- Nossa, caíram da cama por que? – Falei com minhas filhas que já assistiam televisão na sala.
- A gente perdeu o sono, mãe. – Nathalia disse e eu me aproximei para beijá-las.
Fui até a cozinha tomar café mas voltei pra sala com choros.
- O que foi? – As duas choravam.
- Mãe, a Luna tá me batendo.
- Sua boba! – Me aproximei estanhando aquilo tudo.
Elas se davam tão bem e estavam brigando.
Consegui parar com aquilo, mas na hora do almoço começaram de novo a briga e acho que Luan até acordou com tanto choro, já que desceu do jeito que dormiu, com a cara de sono e o cabelo bagunçado.
- Pai! – As duas correram manhosa pra ele, que me olhou sem entender também.
Luan voltou a trabalhar e com o passar dos dias as coisas só pioravam na minha casa, o que quase me pirava. Minhas filhas só brigavam e Breno só chorava.
- Vocês podem me dizer por que essas brigas agora? – Eu falei alto, enquanto olhava séria pras duas. Mesmo sendo crianças eu não estava gostando nenhum pouco daquelas briguinhas.
Nessa mesma hora o choro de Breno ecôo pela casa e eu subi as escadas para pegá-lo, quando voltei pra sala o choro de Nathalia e Luna voltaram. Me sentei no sofá olhando de cara feia de uma pra outra e elas se aproximaram, ficando uma de cada lado meu, chorando, enquanto Breno mamava.
- Mãe, quero mama! – Luna soluçava do meu lado.
- Calma, vou colocar seu irmão no carrinho e vou fazer sua mamadeira.
- Aqui! – Ela apontava pro meu peito.
- Você já é uma mocinha, filha, já mama na madeira. Aqui é pro seu irmãozinho que é pequeno.
- Não! – Ela gritava chorando.
Olhei pro céu respirando fundo, tentando saber o que fazer.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Capítulo 88



Minha barriga estava gigante, mas mesmo assim aquilo não me impedia de nada.
Nos beijávamos loucamente, ele se deitava do meu lado na cama, pra não me machucar em todo ato, eu ficava por cima, acho que eu não estava muito pesada, por ele não reclamar, ou estava com medo de reclamar.
- Você suou mais que eu! – Ele me olhava assustado, enquanto estávamos deitados.
- (risos) É a gravidez.
- Sério? Nossa!
- Aham, e já estou com sede. Pega lá uma água pra mim, meu amor! – Ele riu da carinha que eu fazia e me deu um beijo na testa, antes de vestir sua cueca e descer as escadas.
Tomamos um banho juntos e fomos dormir abraçados.
No outro dia de madrugada, acordei ofegante e Luan também acordou me olhando assustado.
- O que foi, amor?
- Luan! Eu quero comer uma coisa...
- Que coisa? – Ele se sentou sonolento.
- Tô com desejo! – Falei manhosa. – Sonhei que estava comendo tomate com chocolate.
-Vai me dizer que você quer comer mesmo isso? – Ele arregalou os olhos, quando eu assenti com a cabeça. – Não tem tomate aqui, Isa. Acho que acabou, e nem chocolate.
- Compra? Por favor! Eu quero muito...
- Tá, tá...Eu ouvi falar que se a grávida não come o que quer, o bebê nasce com cara do negocio e eu não quero meu filho com cara de tomate e chocolate. – Ele fez careta enquanto se levantava e eu ri.
Depois de mais de duas horas, eu já quase dormia de novo e o Luan voltou, morto de sono.
- Foi fabricar? – Perguntei.
- Não mais quase...São três horas da manhã, eu tive que correr atrás de supermercado 24hrs, que não tem aqui perto. – Fez careta.
- Quase que perco a vontade...
- Você não é nem doida! – Ri.
Comi aquilo tudo misturado, com prazer, tava bom demais. Luan me olhava com nojo. Depois de me empanturrar de tomate com chocolate, corri pro banheiro e coloquei tudo pra fora.
- Ai, que sono! – Me deitei e Luan fez o mesmo.
- Me dá um trabalho danado pra comprar isso tudo, pra colocar pra fora. – Ouvi Luan reclamando, mas não liguei.
- Boa noite, amor! – Beijei seu rosto e me virei para dormir.
O ouvi reclamar mais um pouco, mas logo colocou sua mão em minha cintura e também pegou no sono.
O meu 7° mês de gestação foi o mais tranqüilo de todos, por incrível que pareça.
Minha barriga já estava incrivelmente grande, não suava tanto, nem estava tão emotiva, só em relação ao bebê. Foi o mês que eu estava mais ansiosa. É tão estranha a gestação.
No 8° mês, eu me sentia tão cansada, que parece que tinha participado de uma guerra. A barriga pesava demais e até meus seios, que só aumentava a quantidade de colostro, o líquido que vem antes do leito, que alimenta o bebê.
Eu já tinha parado de trabalhar no sétimo mês e na consulta, Juliane me colocou completamente de repouso, pelo meu inchaço.
A nutricionista que me acompanhava também me passava uma nova dieta, que me assustou bastante.
- Como seu bebê anda muito esperto e muito grandão, vou te passar uma nova dieta. – Ela me entregou o papel e eu me assustei.
- Comer seis vezes no dia, Laís?
- Isso mesmo!
- Eu não comi assim na gravidez da Luna. Comi, amor? – Perguntei ao Luan.
- Acho que não! – Ele tentava lembrar.
- É que a Luna, foi mais calma, tava menor...
- Ai meu Deus, já vi que esse vai me dar trabalho! – Eles riram de mim.
Voltamos pra casa e minha tia quando viu aquela lista de coisas que eu tinha que comer, não sossegou até fazer eu ficar lá com as meninas, quando Luan tivesse em show, ele claro, adorou a idéia.
- Luan, é muito trabalho pra sua mãe mais três pessoas aqui. – Fomos para sala e eu falei.
- Claro que não, amor! A Bruna vai cuidar das meninas e ela de você.
- A Bruna tem as coisas dela e não precisa cuidar de mim.
- Para, Isabella! Já está decidido! – Não discuti. Ficaria ali.
Buscamos algumas coisas minha em casa, já que Luan já viajaria pela tarde, porém, só ficaria quatro dias fora.
Fiquei na internet aqueles dias, já que não tinha nada pra fazer, vi uma coisa e fiquei com aquilo na cabeça o tempo todo. Não contei a ninguém e mesmo morrendo de medo, decidi tentar.
Assim que Luan voltou de suas viagens, eu o puxei para o quarto.
- O que foi?
- Eu tive uma idéia, aliás, eu vi na internet e já decidi que quero fazer.
- O que é? – Ele uniu as sobrancelhas.
- Eu quero fazer meu parto aqui em casa, na água! Parto natural.
- O que? – Ele me olhou assustado e eu ri.
- É isso, amor. Quero ter nosso bebê aqui, na água, naquela piscina grande de plástico que a Luna tem a um tempão. Comprei antes de nos casarmos, lembra?
- Claro que lembro! Ela sempre amou água. – Assenti sorrindo.
- E então?
- Tem certeza? Não acha arriscado, amor? Tenho medo!
- E se eu perguntar a Juliane primeiro se eu posso? – Ele suspirou.
- Tudo bem, com duas condições. Se você perguntar e ela liberar e se ele aceitar vir aqui ficar com a gente.
- Tá bom! – Lhe abracei feliz.
Tinha certeza que ela liberaria, já que estava tudo bem comigo e também aceitaria ir até minha casa.
No outro dia mesmo foi a minha consulta e ela se assustou quando lhe contei o que queria.
- Sério que você quer isso? – Eu assenti. – Nossa, me assustei, porque hoje em dia é difícil quererem parto natural, mas achei lindo da sua parte!
- Você vai poder ir lá em casa, Ju? – Perguntei o que tanto Luan queria.
- Claro que vou! E vai poder sim, você e seu bebê estão ótimos e tenho certeza que o parto vai ser normal, ele já está na posição de que quer se virar! – Sorri, feliz.
Com 9 meses e dez dias de gestação, a minha bolsa estourou exatamente as 8:00hrs da manhã e Luan ligou correndo para Juliane, enquanto meus tios e minha prima, montavam a piscina de Luna correndo.
- Ai que dor!  - Eu reclamava.
- Calma, minha filha!
- Por incrível que pareça, eu to calma, tia! – Sorri forçado.
Juliane chegou em minutos, já estava tudo pronto para o meu parto e minhas contrações só aumentavam.
- Agora é só esperar ele descer, Isabella! – Ela dizia, enquanto me examinava.
Tinha levado duas enfermeiras nossas amigas, para lhe ajudarem.
- Ainda não desceu? Aí! – Ela negou.
Depois de meia hora só me examinando e vendo se estava tudo bem com o bebê, ele ainda não descia.
- Calma, amor! – Luan falava isso pra mim, mas tenho certeza que era pra ele.
- Como não tá descendo, Juliane? – Eu falava com dificuldade.
- Calma, Isabella! Tenho certeza que vai descer, isso é normal porque você está no seu terceiro filho. É só você relaxar e ainda temos muito tempo pela frente.
- Muito? – Fiz careta e ela assentiu rindo.
- Amor, não quer entrar na piscina? – Luan me perguntou.
- Ah, quero! – Eles me ajudaram a levantar e me colocaram sentada lá.
A água estava ótima, morna, como Juliane tinha pedido, pra eu relaxar.
- Luan, entra com ela ai dentro e fica fazendo uma massagem, do jeito que eu te pedir, o bebê vai descer mais rápido.
- Eu? – Luan disse, me fazendo ri.
- Tem outro Luan aqui? – Meu tio gargalhou e todos riram.
Luan entrou e ficou na minha frente, mexia na minha barriga, como Juliane tinha pedido.
Depois de três horas de puro sofrimento dentro da piscina, gemendo de tanta dor o meu bebê ainda não tinha descido e eu começava a me desesperar.
- Faz o seguinte, Luan. Senta atrás dela e faz os movimentos que eu te falar no quadril.– Luan assentiu e fez o que Juliane falava com calma.
Ele estava aparentemente mais calmo que eu, talvez pra me passar mais segurança.
- Ai! – As dores aumentavam conforme ele fazia os movimentos na barriga e nas minhas costas, para o meu quadril com as mãos.
Mas só as dores que aumentavam mesmo, depois de mais uma hora ali ela mandou Luan me ajudar a tirar o short de ginástica que eu vestia, depois de me examinar.
- To indo, porque não quero ver! O neném nasce e eu morro! – Meu tio saiu rindo, nos fazendo ri também.
- Nossa, pai! – Luan ria.
Tirei o short minúsculo com a ajuda do Luan ele passou novamente para minha frente, a mando de Jualiane.
- Pode escolher a posição mais confortável pra você! – Ela me falava.
- Acho que vou ficar sentada mesmo.
- Se quiser, pose se apoiar de bruços na borda, costumam dizer que é mais confortável.
- Não, vou ficar assim mesmo! – Disse e ela concordou.
- Começa a fazer força, depois que a cabeça sair, o resto é mole. – Ri da sua fala e Luan me olhou sem entender.
- Para de rir, Isabella! – Ele me dizia.
Respirei fundo, enquanto segurava em sua mão e comecei a fazer força aos poucos.
Ela mandou Luan colocar a mão novamente em minha barriga e assim ele fez.
- Pressiona um pouco pra baixo, Luan! – Segurava sua mão com tanta força, que via a hora dele gemer ali de dor também.
Fiz força, gemi, suei e depois de mais meia hora, eu já estava esgotada.
- Quero virar de costas. – Falei ofegante e novamente Luan me ajudou.
Fiquei debruçada na borda da piscina de plástico, enquanto Juliane jogava água nas minhas costas e minha tia ajudava. Luan fazia carinho no meu rosto, beijava, me passava uma força incrível e parecia que também iria dar a luz junto comigo.
- Quero virar de frente... – Falei e Luan me olhou estranho. – Acho que é melhor pra parir. – Me justifiquei e ele me ajudou novamente.
- Aquilo foi só pra relaxar, Luan! – Juliane disse rindo.
Comecei a fazer força, muita força.
- Vai, amor! – Luan sussurrava pra mim.
- Não pode desistir, Isa! Vamos lá! – Ela me incentivava.

Meus amores, espero demais que tenham gostado desse capítulo grande, né? haha Eu amei escrever pra vocês sobre a gravidez e principalmente esse capítulo e o próximo, me empolguei tanto que fiz ele maior que costumo. Eu pesquisei tudo sobre cada mês de gravidez e sobre o parto natural, fui tudo pesquisadinho pra não escrever besteiras pra vocês :x E a ideia surgiu de um video que eu vi no youtube, eu já tinha visto, mas passou ele do ladinho pra eu ver quando tava escrevendo o capítulo e tive a ideia, querem ver pra imaginarem melhor essa cena toda? Clica AQUI e eu não copiei o video, viu? Eu coloquei conforme a minha imaginação, isso é só pra terem uma ideia, se alguém nunca viu ai está e apesar do sofrimento, eu acho LINDO! Então é isso, meus amores! 
Comentem aqui o que acharam? Beijoss <3