terça-feira, 29 de abril de 2014

Capítulo 15


Fizemos a tal “festinha” na minha casa e eu gostei muito.
Brincamos muito e comemos bastante também e como o combinado, os meninos foram embora bem tarde e as meninas ficaram.
Escutei passos na madrugada e apesar do medo, sai do quarto e fui em direção ao barulho, na varanda.
- Luan! O que tá fazendo aqui ? Eu pensei que fosse um ladrão. – Bati em seu ombro e ele me roubou um selinho, enquanto ria.
- Desculpa se te assustei.
- Não faz mais isso. – Fiz bico e ele me abraçou.
- Senti saudade de você! – Ouvi sua voz tão baixinha no meu ouvido, me fez arrepiar.
- Eu também. – Confessei, enquanto ele sorria.
Nos sentamos no chão mesmo e ficamos conversando, olhando o céu, nos beijando e até contando piadas sem graça, mas que me fazia ri, só por ouvir sua risada gostosa.

( ... )

Na outra semana, passei o dia de sábado no shopping com a Amanda.
Era aniversário do Fernando, só seria algo para nós mesmo. Compramos algo para ele e roupas, para usarmos.
Assim que voltamos para minha casa, tomamos um banho, nos arrumamos e já iríamos para o aniversário. Amanda dormiria na minha casa, que era mais próxima da casa dele, onde seria a festinha.
Fomos chamar Luan e Bruna para irmos para festa e eu já avisaria meus pais que já estava indo, já que eles estavam lá com meus tios, como sempre.
Fomos para o aniversário que estava muito animado. Luan tocou como sempre e nós nos divertimos muito e claro, que tivemos que “fugir” um pouco.
Nos beijávamos em baixo da escada, já que era o lugar mais discreto que tinha ali.
- Lu, é...A Bruna sabe da gente? – Cortei um beijo, perguntando.
- Não, por que?
- Não conta, tá?
- Não vou. Ela pode falar...
- É.
- Você acha que a gente vai ficar nessa até quando?
- Nessa como?
- De ficar escondido? – Suspirei.
- Não pensa nisso, só temos 15 anos...
- Falar nisso. Parabéns, princesa. Já são meia noite. Mais tarde eu te dou seu presente, no churrasco lá em casa. – Tinha passado da meia noite, já era meu aniversário, meus 15 anos e teria um churrasco para comemorar, na casa do Luan.
Eu estava desanimada para festas, apesar de querer muito, achei melhor uma coisa pequena.
- Não precisa... – Falei tímida, pelo modo que me chamou. – Obrigada!
- Claro que precisa, acho que você vai gostar. Os outros não vão saber que é pra você, mas você vai.
- Não entendi...
- Você vai entender na hora. – Ele me deu outro beijo, antes que eu perguntasse algo.
No outro dia, meus pais saíram cedo e disse que o churrasco do meu aniversário tinha mudado o horário e seria a noite. Não me deram nem tempo de perguntar nada.
Fiquei sozinha em casa, ligava para todos, mas ninguém me atendia, nem o Luan e eu fiquei um pouco triste por aquilo. Passei o dia do meu aniversário sozinha e esquecida.
A noite, chegou uma Bruninha desesperada na minha casa e eu me assustei.
Ela trazia um vestido lindo e falou para que eu me trocasse e aquele seria o vestido que eu iria usar, e que os seus e os meus pais, já estavam acendendo a churrasqueira.
Me arrumei rápido, já que já estava de banho tomado.
- Mas eles nem me avisam a hora que é pra eu me arrumar! – Reclamei e Bruninha riu.
- Eu avisei...
- Em cima da hora. E eu estou chateada com todos. – Saí andando na frente e escutei sua risadinha atrás de mim.
Fui em direção a casa do Luan, mesmo achando aquele vestido de brilhos, curto, um pouco exagerado para um churrasco.
- A gente vai passar pra pegar o bolo ainda, Isa. – Bruna apontou para um táxi, parado na porta de casa.
- Como assim? Nem isso eles fizeram? – Ela negou com a cabeça eu revirei os olhos, enquanto entrava. – Vou te contar, viu...Você devia ter me falado, Bruninha. Eu iria com outra roupa! – Fui reclamando e tagarelando no ouvido da minha pobre priminha, o caminho inteiro.
Paramos em frente a um lugar completamente desconhecido pra mim, mas desci sem questionar, não estava entendendo nada mesmo, não ia fazer diferença.
Bruna me puxou pela mão até dentro do local e quando eu coloquei meu pé na porta, não acreditei, quando vi luzes se acendendo e todos os meus amigos e minha família inteira, ali dentro.
Fui abraçar um por um, briguei com minha mãe pela surpresa, que eu odiava, mas ao mesmo tempo agradeci.
Falei com os meus parentes que estavam ali, só para isso e depois fui falar com meus amigos ingratos, que fizeram teatro o dia todo.
- Não precisavam me ignorar também. – Fiz bico, enquanto eles riam.
Só então fui reparar o local. Lindo.
Todo enfeitado com arranjos de flores nas mesas. A mesa do bolo, perfeita, decorada com rosa e dourado, que era a cor do meu vestido.
Comemos os salgados, que estavam servindo e eu voltei a passar em mais mesas, tinha bastante gente da minha escola. Tirei muitas fotos.
Minha mãe me levou para um canto, em um certo momento e disse que minha festa de 15 anos, teria que ser a tradicional. Me deu um vestido de barbie lindo, pra eu vestir.
Ela me ajudou com o cabelo também e quando me olhei no espelho, não acreditei em tamanha beleza que eu estava.
Voltamos para junto de todos, que pararam para me olhar chegar e eu fiquei vermelha como sempre.
Dancei a valsa com tanta gente, que no final minhas pernas se movimentavam sozinhas.
Com meu pai, tio Amarildo, meu avô, meu tio Alexandre e até com o Luan, meu pai fez questão e minha cara quase caiu.
Fui tirar algumas fotos na mesa do bolo, até ouvir um toque de violão muito conhecido, vindo da parte onde dancei com todos.
- Mãe, o que é isso?
- O Luan está tocando, filha. Ele pediu tanto, que seu tio deixou. Ele tem talento, deixa ele aproveitar! – Minha mãe sorriu e eu também.
- É, são raras as chances que ele tem de tocar pra mais um pouco de gente, que não seja nossa família. – Ri fraco.
- Ele sonha alto demais!
- Eu acredito nele...
- Vocês ainda estão na faze de sonhar. – Revirei os olhos e fui para mais perto do pequeno palco, que Luan tocava.
O pessoal da escola, estavam curtindo seu pequeno show e ele parecia feliz com aquilo, o que me deixou sorrindo a toa.
Não eram todas as pessoas da escola que curtiam o Luan cantando, só as legais e foram só essas que provavelmente, Amanda, chamou para irem para o meu aniversário.
- Vou cantar agora uma música nova...Minha segunda composição. – Luan disse e eu vi que até sua mãe se assustou. Eu também não sabia que ele andava compondo.
Parei para prestar a atenção na música, assim como todos. Senti seu olhar em mim, mas ele desviava sempre, com certeza, para não dar na cara.

E eu que achava que...
A vida fosse só uma viagem,
Que o mundo tinha me esquecido!

E eu que achava que...
O amor não existia pra todo mundo,
Que era coisa de cinema!

Aí você apareceu...
Com um olhar me convenceu,
Anjo de asas coloridas,
Amor além da vida!

Eu não resisti a tanto amor...
O meu coração se entregou,
E venha o que vier,
Eu vou estar, pra sempre com você!


sábado, 26 de abril de 2014

Capítulo 14


Depois daquele dia, eu e Luan começamos a “ficar” sempre que dava vontade e o combinado era, não ficar com mais ninguém.
As vezes eu achava que já estava passando um pouco dos limites aquilo tudo, mas eu estava gostando tanto, que ele me fazia esquecer tudo e até não ter medo de nada.
Um semana depois, em uma quinta feira, voltei brava com o Luan da escola. Ele não tinha ido naquele dia.
Fui até sua casa, chamei, mas ninguém me respondeu, forcei a maçaneta e estava aberta.
Então subi até o quarto do Luan, abri a porta e ele dormia como um anjo, quase me esqueci do que fui fazer ali, quando vi aquela cena. Mas logo me lembrei.
- Luan! – Peguei um travesseiro que estava do seu lado e o bati em suas costas nuas.
Gritei, por que aparentemente, não tinha gente em casa.
- Tá doida, Isabella? – Ele acordou assustado.
Me sentei de braços cruzados em sua cama. – Que cara é essa?
- Você pode me dizer por que essa sua língua não cabe na boca?
- Do que você está falando?
- Você contou pro Gustavo e pro Fernando que a gente tava ficando, seu idiota!
- Ah! É isso... – Ele voltou a se deitar e afundou a cabeça no travesseiro.
- Você ainda acha pouco? – O olhei indignada.
- Eles estavam falando que eu era bv e não queria perder, porque todas as meninas eu recusava.
- E daí?
- Eu tinha que me defender...
- Me poupe, garoto!
- Para de drama...Fica gritando igual uma louca, vão escutar.
- Não tem ninguém em casa, que eu sei.
- É saíram mesmo.
- E você? Por que não foi na aula? – Antes que Luan me respondesse, escutamos alguns passos e logo minha tia apareceu da porta.
Quase morri, mas ela sorriu pra mim.
- Veio ver seu primo? Meu bebê tá dodói, Isa! – Ela brincou.
- Ta com que? – Olhei pra Luan, assustada.
- Tá com febre! Cuida dele um pouco, que eu vou preparar alguma coisa pra comerem. – E assim ela desceu.
- Por que não me disse que estava doente?
- Por que você chegou me batendo? – Fiquei com a consciência pesada.
- Ta, desculpa ! – Suspirei.
- Vem aqui... – Ele me puxou pelo braço, mas eu resistir. – Sério.
Fui até ele, que me abraçou e fez com que eu deitasse ao seu lado.
Ficou fazendo carinho no meu cabelo. Fofo. – Vai cuidar de mim?- Ele sussurrou e eu o olhei.
- (risos) Vou cuidar do bebê da tia Lizete! – Luan fez careta e me roubou um beijo.
Ficamos daquele jeito, até novamente eu escutar barulho de passos e eu me levantar correndo da cama, fazendo Luan gargalhar.
Acabou que eu fiquei aquele dia inteiro cuidando do bebê e me esqueci completamente de ficar com raiva dele. Mas ele não tinha nada que ter contado nosso segredo, nossa sorte que os meninos eram bastante amigos e não iam contar nada pra ninguém.
Luan melhorou e no outro dia mesmo já estávamos indo para escola, só que de carro.
Meu pai fez questão de nos deixar lá, já que era caminho de seu trabalho e ele estava indo um pouco mais tarde naquele dia. Foi o caminho inteiro perguntando se Luan estava melhor, tinha ele como um filho mesmo.
Nem deu tempo de conversar com ninguém e o sinal já tocou, fomos direto para sala de aula.
Na hora do recreio, Amanda me chamou em um canto e nós nos afastamos dos meninos.
Sentamos na arquibancada da quadra.
- Me diz que história é essa de você e do Luan?
- Quem te contou? – Me assustei.
- O Fernando. Você não ia me contar?
- É que eu e ele combinamos segredo, mas ele contou para os meninos e eu ia te contar também, claro.
- Vocês estão ficando sério mesmo?
- Eu nem sei direito... – Fiz careta.
- Claro que estão, se não podem ficar com outras pessoas.
- Eu nem sei o que deu em mim. O Luan é meu primo! Mas eu só aceitei isso, por ter certeza que isso é atração de adolescente e porque é proibido, daqui a pouco passa.
- E se não passar? – Ela fez a pergunta que eu mesma me perguntava todos os dias e nunca tinha resposta.
- Vai passar! – Suspirei. – Eu só tenho 14 anos! – Resmunguei.
- Não são mais criancinhas, já tem idade e cabeça.
- Eu sei disso. Vamos esquecer isso, logo passa. Deve ser porque também eu tirei meu bv com ele.
- Tá falando sério?
- (risos) Eu tô! .
- Eca! – Minha amiga fez careta, enquanto eu gargalhava. – Queria ter visto o que saiu.
- Até que não foi mal. Até parece que você não teve uma primeira vez, todo mundo tem. Pra tudo! – Dei de ombros.
- Imagino! – Ela ironizou e fez careta.
Conversamos até o sinal pra entrar na sala tocar e encontramos com os meninos já lá, eles reclamavam que tínhamos os abandonado. Dramáticos.
Depois da escola, fomos todos para a casa do Luan, iríamos almoçar por lá mesmo.
O caminho inteiro fomos fazendo bagunça, gritando, cantando.
Amanda fez eles pegarem nossas mochilas, mesmo contra vontade e o que não faltou também pelo caminho, foi as brincadeiras comigo e Luan, que me deixavam mais vermelha que tomate.
- Sério, Luan. Se você não beijar ela vamos achar que é tudo mentira. – Fernando, provocava Luan, enquanto eu o fuzilava com os olhos.
- Para, Fernando! – Eu gritei, os fazendo rir.
Não sossegaram enquanto não viram ao menos um selinho vindo de nós, mas sossegaram quando chegamos a casa do Luan.
Fui em casa rapidinho, trocar a minha roupa e escutei meus pais dizendo que sairiam no outro dia e dormiriam fora, até no domingo.
- Pra onde vão? – Me meti na conversa dos dois.
- Vamos para São Paulo, resolver algumas coisas.
- São Paulo ? – Fiz careta. – E eu?
- Vai ficar com seus tios. Eles já sabem.
- Pai, é...Posso fazer uma festinha pros meus amigos aqui?
- Que festinha, Isabella?
- Não sei, a gente vai comer, jogar vídeo game. – Dei de ombros. – São só três, mas o Luan e a Bruna.
- Tudo bem, mas eu vou falar pra sua tia ficar de olho! – Bati palmas animada e ele riu.
Abracei os dois e fui correndo para o meu quarto.
Aproveitei e tomei um banho logo de uma vez, troquei de roupa e voltei para onde todos estavam. Minha tia distribuía um doce para eles.
- Também quero! – Gritei assim que cheguei.
- Já guardei um pra você, minha filha. – Ela falou.
Contei para eles da festinha que eu estava planejando, era só um passa tempo mesmo.
Todos ficaram animados e combinamos de irem para minha casa no final da tarde e ficarem até a noite. Amanda e Bruna dormiriam comigo.
- Não vão ficar com medo de dormirem sozinhas? – Luan disse.
- Não! – Dei de ombros.
- Se quiser a gente pode ficar! – Gustavo disse rindo e eu revirei os olhos.
- Nada disso! Vocês vão embora! – Bruninha disse brava e nós rimos.
- Sua prima parece mais com você do que comigo, Isabella! – Luan falou.
Gargalhamos.

domingo, 20 de abril de 2014

Capítulo 13


- Eu não consigo ficar perto de você, sem te beijar! – Ele disse, assim que encerramos aquele beijo.
- Nem eu! – Confessei derrotada e pude senti seu espanto.
- É sério?
- Sério, eu não consigo mais me segurar. É uma sensação muito...
- Estranha. – Ele completou e eu assenti.
- E diferente também, só que ao mesmo tempo...
- Boa! – Mais uma vez assenti. – Eu acho que a gente tá gostando um do outro...De verdade!
- Isso não pode acontecer.
- Não só pode, como já está acontecendo, Isa.
- E agora?
- Eu quero beijar você, sempre que der vontade.
- Eu também gostaria, mas não vai dar.
- Nem escondido? – Levantei minha cabeça, que estava abaixada e apesar do escuro, eu podia sentir seus olhos, me encarando.
- Não é certo! Isso é coisa de adolescente, logo passa. – Minha cabeça, falava mais alto.
- Então, já que você acha isso, a gente vai ficando até passar.
- Não!
- Então você acha que é uma coisa mais forte.
- Não é nada mais forte. – Falei alto, mas logo voltei a falar baixo. – É tudo coisa de adolescente, sim!
- Então aceita minha proposta?
- Pra quê ? – Cruzei os braços.
- Pra passar logo. Aceita? – Pensei bem, eu queria tanto, mas ao mesmo tempo achava aquilo tão errado.
- Eu aceito! – Luan se assustou com minha resposta e pra falar a verdade, eu também.
- Eu vou poder te beijar sempre, agora? – Ele falava animado.
- Só escondido e eu não quero que conte pros seus amigos.
- Está bem! – Pudi notar o sorriso em sua voz. - Posso começar por agora? – Ri.
- Pode... – E assim, nos beijamos mais uma vez.
Nos beijamos tanto ali, atrás daquele sofá, que eu não queria mais ir embora.
Estava muito bom, mas tínhamos que sair dali.
Voltei para sala sozinha depois de um tempo.
- Cadê a Bruna?
- Procurando você e o Luan. – Dani riu.
- Até desisti de ficar escondida, ela não me acha! – Rimos.
Logo Bruna voltou emburrada, dizia que não achava Luan.
- Onde você tava, Isa? – Ela insista em me perguntar.
- Segredo! – Eu ria, junto com os outros.
Luan deu um jeito de ir para outro lugar, para não perceberem que estávamos juntos e logo saiu também.
Resolvemos parar e fomos comer um doce. Vimos um filme de comédia e depois tia Lizete, arrumou as coisas para dormirmos.
No meio da madrugada fui até a cozinha, roubar um pouco de doce.
- Para de me assustar? – Disse, assim que me virei e dei de cara com Luan.
De braços cruzados e escorado na mesa da cozinha.
- (risos) Tá roubando doce, não é?
- Chato! – Mostrei a língua para ele.
Coloquei uma colherada na boca e Luan se aproximou tão rápido, que eu quase não me dei conta, quando já me beijava.
Grudei as mãos em seus cabelos grandes também e retribui o seu beijo, com a mesma intensidade.
- Chega! Quero comer! – Me afastei dele, que ainda continuou me segurando pela cintura e peguei meu pratinho, que estava em cima da mesa.
- Me dá também?
- Pega você!
- Nossa! – Ri.
- Abre a boquinha, neném! – Luan fez careta, mas abriu a boca.
Coloquei a colher em sua boca, enquanto ria.
- Você me sujou.
- Você que nem sabe engoli um doce, um bebê mesmo.
- Limpa pra mim?
- Deixa eu pegar um papel...
- Não, limpa assim... – E assim ele me beijou de novo.
Me melou toda, enquanto ria e eu tentava me afastar dele.
Depois daquele nossa bagunça na cozinha, voltamos para sala, estávamos dormindo um do lado do outro.
Luan alisou meu cabelo e me deu um selinho.
- Boa noite! – Ele sussurrou.
- Boa noite! – Eu disse no mesmo tom e sorri.
Ele beijou minha testa e eu fechei os olhos, dormir sorrindo.
No outro dia, fomos para um clube que ficava ali perto, na piscina, já que o calor estava demais.
Brincamos muito de bola, junto com todos e eu e Luan fomos encarregados de ir comprar sorvete para todos.
E no caminho ele pegou na minha mão, eu gostei daquilo, mas fiquei com receio.
- Se alguém conhecido vê...
- Fica tranqüila, eles sabem que a gente sempre fica assim. – Luan sorriu e então eu resolvi não falar mais nada.
Me levou para trás do banheiro, onde me roubou muitos beijos.
Eu estava gostando tanto daquilo, ele estava sendo tão carinhoso comigo, me tratava igual uma namorada, diferente do jeito de primo.
Mas eu estava curtindo e tinha certeza que aquele negocio diferente que eu estava sentindo dentro de mim, ia passar.
Era só uma questão de tempo, era um passa tempo, coisa de adolescente.
Acho que também por eu nunca ter me envolvido com garoto nenhum e meu primo ser o primeiro menino que eu ficava bem próxima.

sábado, 12 de abril de 2014

Capítulo 12


Depois do aniversário de Amanda, apesar do Luan ter feito aquilo comigo, eu resolvi esquecer tudo e me aproximei dele de novo. Estávamos como antes, muito amigos, acho que ele também tinha resolvido esquecer aquela besteirada toda.
Fomos para a escola felizes, em uma quinta feira, já que no outro dia seria feriado.
- Três dias em casa, é bom demais! – O pessoal comemorava, enquanto eu ria.
- Vocês não gostam de estudar mesmo, não é?
- Não é todo mundo que é igual a você, Isa. – Fernando falava.
- (risos) Pois deveriam. Tenho que estudar muito, quero ser médica.
- Tenho certeza que será uma ótima, amiga! – Amanda disse.
Nos despedimos deles no final da aula e fomos, brincando o caminho inteiro.
- Leva minha mochila, Lu? – Eu reclamava.
- Eu não, Isabella. Já estou levando a minha!
- Por favor? Tá pesada.
- Me dá essa merda aqui, daqui a pouco vai querer que eu te leve no colo também.
- Até que não seria uma má idéia. – Entreguei minha mochila pra ele, enquanto ria.
- Vai sonhando!
- Me leva de cavalinho?
- Sai fora !
- (risos) Por favor! – Grudei em suas costas e enquanto Luan não parou, para que eu pulasse ali, eu não parei de reclamar.
Me levou da metade do caminho, até em casa daquele jeito, tadinho.
Minha mãe que saia de casa, ria da cena.
- O que é isso, crianças?
- Tia, a Isabella está me escravizando.
- (risos) Mãe ele que me ofereceu, porque é um cavaleiro. Não é, priminho? – Apertei suas bochechas, enquanto ele fazia careta.
- (risos) Vamos para casa da sua tia, Isabella.
- Então vamos direto pra sua casa, Luan.
- Desce logo, garota! – Ele esbravejou.
- Não, você vai me levar até lá.
- O que? Não!
- Anda! – Bati meu pé em sua bunda e ele voltou a andar.
- Tá achando que eu sou cavalo mesmo, não é ? – Gargalhei de sua fala.
Minha mãe também foi rindo, até chegarmos na casa do Luan.
Fiz questão que ele me soltasse só dentro da sala, onde estava tio Amarildo, que também riu com a cena.
- Coloca o garoto na rédea mesmo, Isa.
- Até você pai ? – Luan disse indignado.
Seguimos para cozinha, da onde vinha um cheiro bom, com certeza, tia Lizete fazia o seu melhor almoço.
Olhei para Luan, que também me olhava e fomos correndo até lá, enquanto minha mãe reclamava.
- Chegaram, crianças! – Revirei os olhos, com a fala da minha tia.
Só então olhei em volta e vi as pessoas que estavam na cozinha.
Meu tio, com suas filhas e mais alguns primos e meus avós, a casa estava cheia.
- Viemos pra ficar até domingo! – Eles diziam, enquanto eu e Luan abraçava todos.
Meu pai saiu cedo do trabalho e tio Amarildo estava de folga, então aquela tarde rendeu.
Fizeram churrasco, almoçamos, cantamos, tocamos e no final da tarde, até tomamos um banho de mangueira.
Fui para casa, só para tomar um banho e trocar a roupa, logo voltei para lá de novo e resolvi dormir na minha tinha, mesmo contra a vontade da minha mãe.
- Está muito cheio aqui, Isabella! – Ela falava.
- O que é isso, Lílian. Deixa a menina ficar, as crianças todas estão aqui. – Tio Amarildo me ajudava e eu sorria.
Enfim, meus pais concordaram e eu pudi ficar ali e dormir junto com todos.
Estávamos combinando de dormirmos todos na sala, um colchão grudado no outro.
Começamos a brincar de pique esconde pela casa toda, enquanto os adultos conversavam na cozinha.
- Não acham que já estão muito velhos pra brincarem disso, não? – Meu avô falava para eu e Luan.
- (risos) Não, vô. Estamos novos ainda! – Eu respondi e voltamos rindo pra sala.
- Tá com a Bruna! – Camila gritou e Bruna começou a contar.
Corri para uma outra salinha, pequena que tinha na casa, não costumavam ir muito ali, mas ficava do lado da sala grande.
Me escondi atrás de um sofá e estava muito escuro, apesar de um pouco de medo, continuei ali, encolhida.
Até que sinto alguém se sentar do meu lado e só não gritei de susto, para Bruna não me encontrar.
- Isabella?
- Quer me matar, Luan ? – Só dava para ver seu vulto.
- Você que quase me matou de susto.
- Fala baixo, seu idiota! – Coloquei a mão na sua boca, não sei como, mas consegui acertar sua boca.
- Idiota não! – Ele reclamou, mas baixo e eu ri.
Ouvimos passos e ele se aproximou mais de mim, o abracei por impulso.
Senti uma mão do Luan no meu cabelo e virei o rosto, para o lado em que ele estava.
Ele encostou sua cabeça na minha e pudi sentir respirando mais fundo o cheiro do meu cabelo, me arrepiei.
Senti seu polegar no meu rosto, passando por minha bochecha e logo chegando nos meus lábios.
Fechei os olhos e abri um pouco a boca, ele passava seu dedo com delicadeza por lá.
Senti suas duas mãos no meu rosto, o virando mais para ele e sua respiração cada vez mais próxima.
No começo eu quis sair correndo dali, mas me arrepiava, só de pensar o quão perto ele estava de mim.
Coloquei minhas mãos, por cima das suas, que estavam em meu rosto e as acariciei.
Eu estava mais estranha que de costume, uma sensação diferente estava em mim.
Nunca tinha sentido nada igual.
Então finalmente, senti seus lábios, primeiro só roçarem os meus.
Ele me deu vários selinhos com delicadeza e depois só encostou, ficando parado.
Ele também devia está tão confuso quanto eu.
Então criei coragem, não sei da onde e dessa vez, quem tomou a iniciativa para começar um beijo de verdade, fui eu.
Ele logo correspondeu e o nosso beijo acelerou, de uma maneira, que eu nunca pensei que pudesse beijar.
Sentia sua língua na minha boca e antes a sensação que era de nojo, como no nosso primeiro beijo, agora era uma sensação mais que deliciosa.
Eu tentava segurá-la com meus lábios e Luan os mordia.
Nosso beijo era molhado, aquele tinha sido o nosso melhor beijo, sem dúvidas.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Capítulo 11


Olhei para o lado e sai correndo daquele quarto. Pude sentir os olhares de Luan sobre mim, com certeza, confusos.
Meus pais e eu, ficamos mais um tempo ali, comendo mais bolo.
Eu estava quieta, Luan ainda não tinha descido, com certeza, morrendo de vergonha.
- O que foi, filha? – Minha mãe, me tirou dos pensamentos e eu parei de mexer, no pedaço de bolo, que estava no meu prato.
- O que ?
- Está aérea. Aconteceu alguma coisa?
- Claro que não, mãe. Impressão sua, estou calada porque estou morrendo de sono! -  Forcei um bocejo.
- Já está tarde mesmo, vamos, Alex?
- Vamos sim! – E assim, nos despedimos deles.
- O Luan não vai descer mais? – Minha mãe me olhou.
- Não sei... – Dei de ombros.
- Deve está cansado. – Minha tia disse e todos concordaram.
Fui direto para o meu quarto, assim que chegamos em casa e me joguei na cama.
Tudo que estava acontecendo comigo, era tão estranho. Eu não sabia se era certo ou errado, não sabia direito nem o que era. Eu só tinha 14 anos.
Fui dormir, em meio aos meus pensamentos.
No outro dia, não sai de casa, e meus pais estranharam, já que eu gostava bastante de ir aos domingos, a casa de Amanda. Mas não estava realmente bem.

( ... )

E o tão sonhado dia chegou. O dia da festa de 15 anos da minha amiga.
Ela estava animada e eu também peguei um pouco de sua animação.
Passamos a manha inteira resolvendo os últimos detalhes de sua festa e a tarde no salão de beleza. Onde revolvi mudar radicalmente e cortei meus cabelos, que estavam, de baixo dos meus seios, em cima dos ombros.
Nunca tinha me visto tão linda, mas claro que a aniversariante estava bem mais que eu.
Fomos para sua casa colocar as roupas e depois já seguiríamos para a festa.
- Você é doida, Isa. Cortou muito o cabelo. – Amanda, reclamava.
- Eu gostei assim. Aqui é muito calor! – Fiz careta e ela riu.
Ficamos um tempo em silêncio e eu comecei a pensar em algumas coisas.
- O que foi, que você se calou do nada? – Minha amiga me tirou dos pensamentos, me fazendo olhá-la.
- É...Eu preciso te contar uma coisa. – Sentei na sua cama.
- O que?
- Senta do meu lado... – E assim tomei coragem.
Contei tudo que tinha acontecido comigo e Luan, pra ela.
Eu tinha uma confiança muito grande nela, era a minha única amiga de verdade, o resto eram só colegas.
- Você ta falando sério? – Ela estava assustada.
- Estou... – Suspirei. – Eu sei que é errado, mas...Foi mais forte que nós.
- Quem disse que é errado?
- Tá doida, Amanda? Somos quase irmãos.
- Tira isso da sua cabeça ! Não tem essa de quase irmãos, vocês são primos só.
- E isso é pouco?
- É pouco sim. Meus tios, são casados e são primos.
- Sério?
- Juro! Amiga, se for pra acontecer de ficarem mais, vai acontecer.
- Eu não quero mais.
- Tem certeza? – Não respondi aquela pergunta e nem sei o porque.
Minha cabeça dizia que não, mas meu corpo, até meu coração, não sabiam o que queriam, estava confusa.
- Vamos terminar, daqui a pouco a festa começa! – Me levantei e pude ver pelo espelho, que Amanda sorria, ainda sentada na cama.
Assim que chegamos, não demorou nem dez minutos e muitos da nossa escola, começaram a chegar.
Luan, Fernando e Gustavo, estavam juntos e eu me sentei em uma mesa com eles, já que Amanda, tirava mil e uma fotos.
- Você tá bonita, Isa! – Gustavo disse e eu assenti sem graça, sorrindo sem mostrar os dentes.
- Obrigada, todos estão! – Desviei meu olhar e pude ouvir seu suspiro.
Olhei para o lado e vi que Luan me olhava, enquanto bebia seu refrigerante.
- Cortou o cabelo ? – Ele me perguntou.
- Cortei, ficou bom?
- Ficou! – Foi só o que ele me disse.
Me levantei e fui até a mesa que meus pais e meus tios estavam.
Fiquei um pouco com eles, mas logo enjoei também e comecei a andar pela festa.
Falei com alguns colegas da escola e conversei um pouco com a Carla.
- Amiga ! – Amanda me gritou e eu fui até ela.
- O que foi?
- Perdi minha coroa lá fora, pega pra mim? – Ela fazia uma voz manhosa.
- Como conseguiu, Amanda?
- Sai correndo! – Ela deu de ombros e riu.
Neguei com a cabeça e fui até a parte externa da festa. Era um clube bem bonito e naquela parte, ficava alguns balanços. A noite estava linda e estrelada.
- Isa... – Ouvi uma voz conhecida e me virei.
- Luan?
- Eu vim...Conversar com você.
- O que foi?
- Sobre o que anda acontecendo com a gente...
- Eu já disse que não aconteceu nada entre nós.
- Para de fugir! – Ele resmungou irritado.
- Não estou fugindo!
- Nós não estamos pecando.
- Não quero falar sobre isso, vou procurar a coroa da Amanda. – Antes que eu saísse, ele segurou meu braço.
- Ela não perdeu nada. Só me ajudou a te trazer até aqui.
- Que cachorra!
- Imaginei que ela soubesse, por ser sua melhor amiga e ela disse que me ajudaria.
- Luan...Me deixa, sério. Vamos ser igual antes, melhores primos! – Sorri.
- Eu não consigo esquecer...
- Fingi que nada aconteceu então.
- Não dá!
- Você está fazendo drama.
- Não estou, você que é uma medrosa.
- (risos) Eu? Medrosa?
- Vamos sentar ali... – Ele apontou para os balanços e saiu me puxando, antes mesmo que eu respondesse alguma coisa. – A noite tá bonita. – Ele olhava para o céu e eu fiz o mesmo.
- Muito!
- Você não vai querer mesmo ficar comigo de novo, não é?
- Nunca! – Ainda não nos encarávamos.  Ouvi seu suspiro.
Depois de longos minutos ali, só olhando o céu, em completo silêncio.
Nos levantamos e decidimos voltar para a festa, poderiam estar sentindo nossa falta.
- Espera. – Ele disse, já que eu estava indo na frente.
Parei para esperá-lo.
- O que ? – Me virei e fui pega de surpresa com um selinho.
Arregalei os olhos e antes que eu pudesse dizer algo, Luan saiu correndo na minha frente.
Ria como uma criancinha, que tinha aprontado todas. – Você me paga, garoto! – Gritei inconformada, mas acabei rindo também, daquele moleque sem noção.

sábado, 5 de abril de 2014

Capítulo 10


- Vou pegar rapidinho, então... – Luan se levantou.
Se referia ao seu violão, que todos insistam para ele pegar.
- Luan, temos que fazer o trabalho.
- Relaxa, Isa. A gente vai fazer!
- É, deixa ele tocar um pouco! – Fernando disse e então, eu me dei por vencida.
Luan subiu para seu quarto e eu subi logo depois, para o banheiro, já que o de baixo, Amanda usava.
- Isa! – Luan me viu e me chamou.
Entrei em seu quarto.
- O que foi?
- O violão ta aqui em cima, sobe e pega pra mim? – Ele apontou pro guarda roupas.
- Por que não pega?
- Esse banco ta velho, tenho medo de cair.
- E eu posso ? – Arregalei os olhos, enquanto subia.
- (risos) Eu te seguro, boba! – Peguei o violão e o entreguei para Luan, que o colocou em cima da cama.
Assim que estava descendo, o banco quebrou uma perna e antes que eu caísse no chão, Luan me segurou e por não agüentar meu peso, fomos para o chão.
- Você está bem? – Ele perguntou.
- Eu cai em cima de você, eu que deveria estar perguntando isso!  - Ri, mas logo parei, quando percebi que ainda estava por cima dele.
Minha respiração acelerou do nada e Luan levantou sua cabeça.
Eu imaginaria tudo, menos que ele fosse fazer uma coisa e foi exatamente o que ele fez.
Me beijou.
Um beijo lento, sem jeito e muito estranho, foi rápido também, mal nossas línguas se tocaram, já nos separamos. Ficamos nos olhando, ainda na mesma posição.
Foi esquisito, muito esquisito.
Me levantei rápido e ele logo em seguida. Eu estava nervosa e completamente sem jeito.
- Eu... – Ele começou.
- Não aconteceu nada! – Eu lhe interrompi.
- Não?
- Não. Não poderíamos ter feito isso, somos primos, como irmãos e irmãos não se beijam. Se meu pai descobrir! – Falei sem parar.
- Calma! Primeiro, não somos irmãos e segundo, o tio não vai saber.
- Eu espero! – Sussurrei olhando para baixo e tomei um susto, quando Luan me abraçou.
- Ele não vai saber. Vamos esquecer?
- Vamos! Foi estanho... – Eu disse.
 - Muito! Mas é que...Foi bom pra você? – Ele passava as mãos pelos cabelos grandes.
- Não sei, eu tinha beijado antes. Pelo menos, não sou mais “bv”. – Ele riu fraco.
- É, pode ser...
- Pode ser o que?
- Acho que é melhor pensar no lado positivo! – Luan riu e nós descemos novamente, para sala.
- Que barulho foi aquele lá em cima? – Amanda perguntou, quando nos viu descendo.
- Eu cai! – Eu disse e não demorou muito, para ouvir as gargalhadas.
Luan também gargalhou com eles. – Parem! A culpa é do Luan, que me deu um banco velho pra subir e pegar esse violão, pra tocar pra vocês! – Revirei os olhos, enquanto eles ainda riam e só pararam, quando Luan tomou fôlego e começou a tocar.
Pedimos várias músicas e depois de duas horas, só de músicas, finalmente o pessoal foi embora e eu e Luan, começamos nosso trabalho.
- Posso te pedir uma coisa? – Luan disse.
- Pedi... – Dei de ombros, ainda concentrada no livro que lia.
- E se...A gente se beijar de novo, pra tirar a impressão estranha do primeiro beijo?
- O que? – O olhei assustada. – Você tá doido? Não pode mais acontecer isso, já disse pra esquecer!
- Calma, Isa! Foi brincadeira... – Ele riu.
Não acreditei muito, mas fingi e voltei a me concentrar em um livro.
O resto da semana, se passou em um clima muito tenso entre eu e o Luan, que nossos amigos perguntavam o por que daquilo.
Mas na frente de nossos pais, eu fazia de tudo para não perceberem nada e acho que deu certo.
O aniversário do Luan, finalmente tinha chegado e como ele não queria festa, sua mãe preparou um almoço, com churrasco em sua casa.
Ajudei ela e Bruna a fazerem os doces e fui para casa rápido, tomar um banho e me arrumar.
Assim que voltei para lá, Luan estava sozinho na sala, já vestido, com seus cabelos molhados e com seu perfume espalhado por lá.
- Oi... – Fechei a porta atrás de mim. – Cadê os tios e a Bruna?
- Minha mãe está no banho, no banheiro dela, a Bruna no do corredor e o meu pai, no meu. – Ele riu.
- Nossa! Todos tomando banho ao mesmo tempo.
- Pois é...E o tio Alex e a tia Lili?
- Estão vindo, já! – Sorri e me aproximei sem jeito. O abracei – Parabéns e tudo de bom!
Estou feliz por poder passar essa data com você pela primeira vez. – Eu ainda não tinha falado com ele, pois dormiu até tarde.
- Obrigado! Eu que estou feliz por estar com você e ... Não é a primeira vez, é a quarta já. – Ele riu.
- Mas eu não me lembro das outras! – Fiz bico, enquanto me afastava dele.
- Eu também não, mas minha mãe que sempre diz.
- A minha também me conta muita coisa. Sei muito nossas histórias!
- (risos) Eu não sei todas, depois você me conta algumas.
- Pode deixar! – Estávamos muito próximos.
Eu não queria ficar tão próxima, mais meu corpo parecia não obedecer minha cabeça.
Ouvimos o barulho da maçaneta girando e eu me afastei rápido dele.
Meus pais falaram com ele e minha mãe, o abraçou tanto, que ele quase perdeu o ar.
- Vai quebrar ele, mãe. É muito magrelo! – Eu disse.
- E você é uma gorda. – Fomos para cozinha rindo e não demorou muito, para meus tios e minha prima, descerem.
Os convidados começaram a chegar também, Luan cantou e tocou, como sempre e nós nos divertimos muito.
No final, quando todos já estavam indo embora, fui no banheiro do quarto do Luan, já que todos estavam ocupados e quando sai, ele estava no quarto.
Fui andando de cabeça baixa até a porta, quando senti uma mão no meu braço e assim que levantei a cabeça para olhá-lo, senti seus lábios gelados e com receio, nos meus.
Fiquei assustada no começo e não me mexi, parecia uma estátua, mas logo relaxei um pouco e olhei para ele, que me beijava com os olhos fechados, fiz o mesmo.
Coloquei as mãos em sua nuca e ele apertou minha cintura.
Comecei a beijá-lo de verdade, diferente da primeira vez, aquilo estava ótimo, parecia que já tínhamos muita prática em beijar.
No começo foi estranho, o gosto da saliva dele na minha boca, eu sentia até um pouco de nojo quando lembrava, mas no segundo beijo, foi muito bom.
O gosto estava melhor, a língua dele estava melhor dentro da minha boca, eu estava gostando daquele beijo.
Espera. Eu estava gostando de beijar a boca do meu primo?
Aquilo não estava nenhum pouco certo.
Despertei daquilo tudo e o empurrei com brutalidade, para bem longe de mim.
Ele me olhava assustado e eu também estava assustada, andava de costas, em direção a porta.