sábado, 29 de março de 2014

Capítulo 9


Puxei Amanda de uma vez para nossa barraca e fui dormir com ela reclamando no meu ouvido.
No outro dia, fomos ao lago pela ultima vez e depois do almoço, já iríamos ir embora.
- Cala essa boca, Isabella. Peixe nenhum vem, com você tagarelando desse jeito! – Luan disse alto e todos nos olharam, inclusive os professores.
- Eu falo quando eu quiser. Você que não sabe pescar e fica de graça!
- Parem com isso! Deram de se estranharem agora? – O supervisor disse e nós nos olhamos.
O Luan continuava com a mesma cara emburrada do dia anterior. Eu não tinha culpa se o Gustavo queria ficar comigo e mesmo se eu ficasse com ele, o Luan não tinha nada com a minha vida.
- Desculpa, não vai mais acontecer! – Respondi.
- Acho bom! Se não vou ser obrigado a falar com os pais de vocês, quando voltarmos.
- Não precisa... – Eu disse, já prevendo o sermão que meu pai daria, por estar brigando com meu primo.
- Não são parentes? Vai ser melhor ainda.
- Somos primos e não vai mais acontecer.
- Então parem de brigar e deem exemplo para os menores daqui, primos não brigam! – E assim continuamos a pescar.
Depois dali, mais uma vez fomos para a cachoeira dar um ultimo mergulho.
Estava longe de todos, apoiada com os braços de frente para uma pedra.
Estava um pouco chateada com o Luan, ele estava sendo grosso comigo, por nada.
- Isa? – Escutei sua voz e não me virei.
Ouvi o barulho da água e ele ficou do meu lado, só então o olhei. – Me desculpa?
- Por que você tá assim?
- Não é por nada. Eu só não quero você com o Gustavo, ele é safado. Olha lá! – Ele apontou para um lugar, onde seu amigo ficava com uma garota diferente.
- Eu sei que é. Eu não vou ficar com ele!
- Me desculpa?
- Você é um idiota! – Bati em seu braço e lhe abracei.
Ouvi sua risadinha no meu ouvido.
Nos afastamos devagar e ficamos nos olhando. Ele estava bem próximo, dava para ouvir e sentir sua respiração.
Desviei seu olhar e beijei sua bochecha, Luan sorriu.
Voltamos já no final da tarde, e depois de me despedi de todos, fui para casa, junto com Luan e seu pai, que foi nos buscar.
Contamos para ele com animação,  o caminho inteiro, que ria e Bruninha, que também tinha ido, nos perguntava um monte de coisas. Dizia ela, que sua turminha iria ir no próximo mês.
Aquela semana passou tão corrida, que nem vimos o tempo passar e quando me dei conta, meu pai já estava falando que já era dia de ir para Campo Grande, ver nossos parentes.
Acordei animada naquele dia, me arrumei rápido e já fui correndo para casa do Luan.
Logo todos os carros já estavam prontos e eu fui com os meus tios, meu pai e minha mãe, iriam logo atrás.
Paramos em uma padaria no caminho, já que ninguém tinha comido e eu, Luan e Bruna, acabamos de comer primeiro. Ficamos os esperando do lado de fora.
Passou um grupo de meninos, que me olharam e como no dia do passeio, a cara do Luan se fechou.
- Você anda muito ciumento comigo! – Ri.
- Eu não tenho ciúmes de ninguém!
- Nem de mim? – Bruninha, falava.
- Nem de você! – Ela fez bico e eu ri.
- É mentira, Bruna. Ele tem ciúmes de todo mundo! – Luan revirou os olhos.
E o nosso trajeto até a casa dos meus avós, foi divertido. Com musica sertaneja no rádio e Luan fazendo suas gracinhas, que as vezes, até me irritavam.
Fomos recebidos por nossos avós. Eu fiquei tão emocionada, era meu sonho, de verdade, poder conhecer eles, que não foram diferente.
Minha avó chorou ao me ver e ao ver meu pai, foi linda a cena. Reparei que meu pai e tio Amarildo, se pareciam bastante com o meu avô, que também era engraçado e sempre fazia alguma brincadeira com Luan, que fazia careta.
Meu pai me apresentou a seu outro irmão, Alexandre, que também era bem simpático e alegre.
Ele já parecia com a minha avó, nem parecia irmão dos dois.
Me apresentou suas filhas, que não eram poucas e eu finalmente pude conhecer de verdade, a prima que minha mãe dizia que eu sempre adorava.
Abracei Glória, forte, logo depois do Luan, que também estava muito feliz em revê-la.
- Como essa menina, cresceu! – Ela dizia sorrindo.- Luan também, Bruninha...
- Crescem rápido demais ! – Meu pai falava.
Almoçamos todos em família, em uma mesa enorme e muita falação.
Eu estava tão feliz!
Depois do almoço, deixamos eles conversando e fomos para o vídeo game de sempre, que até na casa da minha avó tinha.
- Quem quer doce ? Eu vou buscar. – Camila, minha prima, falava, enquanto todos gritavam.
Não sei como, mas ela pegou para todos.
Comi, enquanto esperava minha vez de jogar. Meus primos eram tão legais, alegres e divertidos e se pareciam um pouco com o Luan, comigo, com a Bruna. Uns se pareciam com os outros, dava para ver que era tudo da mesma família, era bom isso.
- Dani, sabia que você parece com a tia Lizete? – Eu disse e ela me olhou.
- Sério ? Mas ela não é minha tia de sangue. – Era a mais nova, mas mesmo assim conversava muito bem e vivia com os outros.
Eu, Luan e Jheniffer e Jéssica éramos os mais velhos, depois da Glória.
Dormimos ali naquele dia e no outro dia, depois de passearmos bastante por quase toda a cidade, que era bem pequena. Voltamos para casa, para almoçar.
A despedia foi um horror, minhas priminhas mais novas, choraram até, tadinhas e Bruna não foi diferente, foi chorando no carro.
- Para de bobeira, Bruna. A gente volta! – Luan bagunçou o cabelo da menina, que só fez chorar mais.
- Para, Luan! – Bati em sua mão. – Não fica assim, Bruninha. – Deitei sua cabeça no meu colo e assim foi, até ela pegar no sono.
Luan ria da criança e depois começou a cantar o caminho inteiro, até a menina acordar, a sorte que já estávamos chegando.
Dormir aquele dia inteiro, estava muito cansada.
E assim a semana se passou em completo tédio, mais uma vez. Estávamos esperando o aniversários de Amanda  chegar.
A professora marcou um trabalho em dupla, um dia na aula e escolheu eu e o Luan, para fazermos juntos. Dizia ela que estava escolhendo os alunos que moravam próximos, já que alguns reclamavam que quem morava próximo não queria fazer trabalho com eles e assim ficou tudo resolvido.
Fui para casa do Luan no mesmo dia fazer o trabalho, mas nem tínhamos começado quando escutamos as vozes de Amanda, Gustavo e Fernando.
Ficamos conversando e comendo, confesso que tinha até esquecido do trabalho.
- Estou indo ao mercado, crianças. Façam esse trabalho! – Minha tia disse e eu e Luan, assentimos.  
Bruna estava na escola e meu tio trabalhando como sempre.

sábado, 22 de março de 2014

Capítulo 8


Assim que chegamos no tal parque, da cidade vizinha, já fomos logo conhecer o lugar.
Era realmente lindo, o dia estava ajudando, o sol estava quente e o céu azul.
Depois de conhecer tudo, fomos comer em um enorme refeitório, que tinha ali. Nossas barracas já tinham sido montadas, pelo supervisor das turmas. Ficaríamos ali até no outro dia.
- É lindo aqui ! – Eu disse, enquanto caminhávamos em direção a um lago.
A professora e os outros, estavam um pouco mais na frente. Não dava para se perder, não era muito grande.
- Muito ! – Amanda concordou.
Depois de fazermos uma ótima pescaria, que foi muito divertida, por sinal.
Nos liberaram para tomarmos um banho de cachoeira, e deram mil e uma recomendações.
Os alunos que quiseram, foram sozinhos mesmo.
Não foram todos, mas eu, Luan, Amada, Fernando e Gustavo, fomos.
Já estávamos com roupas de banho mesmo.
Nos sentamos em umas pedras, um pouco longe de todos, que se divertiam bastante.
E depois de muitas piadinhas com o meu biquíni e de Amanda, enfim, entramos. A água estava morna, uma delícia.
Brincamos um pouco também, mas logo nos sentamos de novo e enquanto eu e Luan, comíamos, um sanduíche, da cesta de lanches que tínhamos levado, nem vimos os outros se afastarem.
- Cadê a Amanda? – Olhei em volta e não a avistei.
- Olha ali! – Luan me cutucou e minha boca se abriu, quando vi a cena.
- Amanda e Fernando ? Quem diria! – Ri.
Eles estavam se "pegando", um pouco afastado de todos e acho que só dava para ver, eu e Luan, que estávamos sentados na pedra.
- Ele queria ela há um tempo. – Ele deu de ombros.
- Por que nunca me disse? Eu tinha ajudado! – Reclamei.
- Sei lá! – Ele riu. - Olha ali o Gustavo! – Ele apontou mais uma vez e eu me virei.
Estava ficando com uma menina também. Bem bonita, loira, estudava uma série a frente da nossa.
- Uau! – Luan riu de mim.
Me distrai um pouco e quando me virei para ele de novo, me encarava, com uma expressão esquisita.
- O que?
- Hã? – Ri do jeito, sem noção. – (risos) Não foi nada!
- Por que tá me olhando ?
- Não posso te olhar? – Fiquei sem jeito e desviei meu olhar. – Você vai na festa da Amanda, não vai ? – Mudei o assunto e voltei a olhá-lo.
- Tenho que ir, né. Sou o príncipe! – Sorri. – Você vai fazer também?
- De quinze anos? Não quero! – Fiz careta e ele riu. – Por que não quer também?
- Isso é coisa de menina!
- (risos) Nada a ver! Falta um mês, não é?
- É sim. Quero fazer de dezoito.
- Até lá você vai tá fazendo muitos shows pelo Brasil.
- Quem me dera! Você é muito otimista!
- Tem que ser, não é ? E além do mais, eu confio no seu talento. – Ele sorriu pra mim, sem mostrar os dentes.
- Obrigada! Minha família inteira confia em mim e eu não poderia ser mais agradecido.
- É a verdade, ué. – Luan me abraçou de lado e eu deitei a cabeça em seu ombro.
Fechei os olhos, quando senti a brisa bater no meu rosto.
Era tão boa aquela sensação. Me aconcheguei mais perto dele, afundei o rosto em seu pescoço e envolvi sua cintura com meus braços. O perfume dele era bom, eu nunca tinha reparado.
Abri os olhos e vi que seus braços estavam arrepiados, fiquei sem jeito e levantei a cabeça devagar.
Eu nunca tinha me aproximado de um menino, e mesmo o Luan sendo meu primo, eu estava sem jeito.
- Posso te perguntar uma coisa ? – Ele me tirou do transe.
Ele também estava com os braços em volta da minha cintura.
- Pode! – Respondei com receio.
- Você... – Ele ficou sem jeito.
- Eu?
- Você já beijou alguém?
- Não – Eu estava muito sem jeito, nunca tinha conversado aquilo com ninguém.
Nem com minhas amigas antigas, nem com Amanda, nem com minha mãe, com ninguém mesmo.
- Hum... - Ele ficou pensativo.
- Por que...Quer saber?
- Nada não. - Luan me olhou e voltou a olhar pra frente.
Mudamos o assunto e logo o resto do pessoal, se aproximou de novo.
Voltamos para o lugar que estavam as cabanas, em meio a risadas e do Luan, zoando eles, principalmente, Amanda e Fernando, que ficavam vermelhos fácil.
Passou uma menina em nossa frente, acho que estava no terceiro ano, e sem vergonha nenhuma, piscou pro Luan, que ficou sem jeito.
- Essa mulher velha, não tem vergonha ? – Eu disse.
- Que velha, Isa ? Ela tem dezoito anos. – Gustavo, disse.
- Pra mim é velha... – Dei de ombros.
- Ela é gostosa! Cata, Luan. – Ele bateu no ombro do Luan.
A noite, Amanda “fugiu” para cabana dos meninos e eu fiquei brava com ela.
Tive que ir atrás, antes que o supervisor fosse lá ver como estávamos.
Quando cheguei lá, ela beijava Fernando, do lado de Luan e Gustavo mesmo, que se olhavam.
- Amanda! – Falei alto e ela se assustou. – Tá louca? Vamos voltar, agora!
- Ah não, Isabella!
- Vamos, anda!
- Espera só um pouco. – E assim ela saiu da barraca, com ele.
Revirei os olhos.
Gustavo se sentou do meu lado e começou a puxar um papo estranho. Eu não estava entendendo muito.
- Você tá estranho... – Comentei.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Duas até... – Dei de ombros.
- Fica comigo ? – Quase me engasguei com a própria saliva. – Fica?  - Ele me perguntou de novo.
- È...Eu já vou, depois conversamos.
- Fica comigo, Isa? É só um beijo!
- Não...Você é meu amigo.
- A gente separa as coisas.
- Não! – Olhei para o lado e Luan nos olhava.
Ele estava sentado do meu outro lado.
- Como assim Gustavo? – Ele falou.
- Ué, Luan. Não quer que eu seja seu primo ? – Ele fez uma piada sem graça e Luan o olhou feio, como eu nunca tinha visto. – Qual é ? Você não tem ciúmes nem dá sua irmãzinha, vai ter da Isabella?
- Não estou com ciúmes, você só devia ter me falado que queria ficar com ela.
- Só por que ela é sua prima, tenho que te contar o que quero com ela?
- Parem! Não quero vocês brigando por minha causa e já estou indo.
- Isabella... – Gustavo disse, antes que eu saísse.
- Eu já disse que não, Gustavo! Tchau, Luan. – Beijei a bochecha do meu primo, que continuava de cara fechada. – Desmancha essa cara, se não eu que vou brigar com você.
- É a única que eu tenho.
- Mal criado! Desmancha agora!
- Tchau, Isabella!
- Anda, Luan. Para de graça!
- Tchau, vai antes que te peguem aqui.
- Idiota! – Saí dali, com ele rindo cínico pra mim.

domingo, 16 de março de 2014

Capítulo 7


( 1 ano depois...)

A minha vida continuava a mesma, feliz!
Com os melhores amigos que eu poderia ter e os melhores primos e tios, como vizinhos.
Em um ano, eu ainda não tinha ficado triste nenhuma hora. Só acontecia coisa boa na minha vida, que me fazia sorrir.
Acordei atrasada um dia e fui para o colégio correndo. Era raro aquilo, mas eu perdi a hora e não tinha encontrado Luan pelo caminho.
Quando cheguei, todos já entravam para sala de aula. Me aproximei de meus amigos.
- Nossa, Luan, valeu por me esperar ! – Ele me olhou e riu.
- Ué, pensei que não vinha. Se atrasou muito!
- Perdi a hora. Eu fui dormir tarde ontem.
- É bom pra aprender e ir dormir cedo. – Fiz careta e o pessoal riu.
- Com coisa que você dorme muito cedo.
- Mas pelo menos não perco a hora!
- Êh, mas esses primos se amam muito, em! – Amanda disse, nos fazendo rir.
Entramos para sala de aula e naquele dia, todos estavam atacados, como dizia a professora.
Falamos a aula inteira, o que fez o tempo passar bem rápido e quando percebi, só faltava uma aula para irmos embora.
- Um aviso! Prestem a atenção! – A professora anunciou na frente e pela primeira vez, nós nos calamos. – Vai haver um passeio na sexta feira e quem quiser ir, vai levar um bilhete para os pais assinarem.
- Pra onde? – Luan perguntou, do meu lado.
- Vamos para um parque lindo. Tem lagos, cachoeiras e dá para acamparmos.
- Vamos pescar? – Ele perguntou animado e eu ri.
- Vamos, se der! – A professora, também riu.
E assim a aula acabou e finalmente fomos caminhando até em casa.
O pessoal iria até um certo ponto comigo e Luan, diziam eles, que não queriam ir para casa naquele momento.
- Vocês vão pro passeio ? – Perguntei e todos concordaram.
- Deve ser legal! – Fernando, deu de ombros.
Carla não estava mais andando com a gente.
Ela ainda falava normal com todos e ainda continuávamos bastante amigas, mas não andava mais conosco e eu acho, que era por causa do Luan, claro.
Ela falava com ele também, normal, não tinha mágoa mesmo. Mas deve ter achado melhor, não ficar tão próxima como antes.
- Ah, gente ! – Amanda nos assustou e riu. – Eu decidi e vou fazer uma festa grande de quinze anos.
- Sério, amiga? Faz sim! – Eu incentivei e ela concordou.
- Vou fazer e ver as coisas bem rápido, porque só falta dois meses. Me ajuda, Isa?
- Claro que sim!
- Boca livre, é ? Bom demais! – Bati em Luan, enquanto ele ria.
- E você vai ser o meu príncipe! - Ela se virou para ele animada.
- Príncipe, é? - Ele e os meninos fizeram careta, enquanto ríamos.
No outro dia, não teve aula, mas eu acordei cedo mesmo assim.
Tomei um café da manhã rápido e fui para casa da Amanda.
Onde resolvemos muitas coisas de sua festa naquele dia, já estava meio caminho andado.
Voltei para casa já de tarde e encontrei Luan pelo caminho.
- Tava onde ? – Ele me perguntou.
- Quer saber por que?
- Nossa! Só quero saber.
- (risos) Ficando com um menino ali na praça.
- O que? – Ele me olhou assustado e eu gargalhei.
- Larga de ser palhaço! Estava na Amanda.
- Até assustei agora. Tava fazendo o que lá?
- Mas como você é metido, garoto.
- Quero saber!
- Fica querendo!
- Eu já te disse que você é a prima mais chata que eu tenho?
- Já e eu também já te disse que você é o mais nojento. – Revirei os olhos.
Fui ouvindo as ladainhas do Luan até chegar em casa, nem me despedi dele e já entrei e fechei a porta. Ouvi ele gritar algo, e ri sozinha.
A noite, fomos para casa dele, comer churrasco, como sempre. Meu pai e o tio Amarildo, não cansavam nunca.
- Olha quem chegou! A minha prima que eu tanto amo! – Luan fez graça e me abraçou, fazendo minha mãe rir.
Fomos para a enorme varanda da casa e já fomos comer a comida ótima da tia Lizete.
- Crianças, resolvemos uma coisa. – Revirei os olhos, quando meu pai começou.
- O que ? – Luan perguntou.
- Vamos viajar para casa dos avós de vocês, no próximo final de semana.
Já que nesse, vocês vão para um passeio da escola.
- Sério? – Me animei.
- Sério, filha. Você vai conhecer seus outros primos, seu outro tio e seus avós! – Ele sorriu e eu fiz o mesmo. Era o meu sonho.
- Tem um tempo que a gente não vai lá, não é, pai? – Luan disse.
- Tem sim! Mas agora vamos todos juntos.
- Quero ir no carro que a Isa for! – Bruna logo já disse, nos fazendo rir.
- Que puxa saco! E eu ? – Luan reclamou.
- Vai com a gente, ué. – Ela deu de ombros, enquanto já comia sua sobremesa.
- Vamos fazer assim, então. As crianças vão todas comigo! – Meu tio disse e meus pais concordaram. – Vamos sair juntos mesmo. Não demora muito.
- Ainda bem, porque eu vomito! – Bruninha fez careta.
- Desde que não seja em cima de mim... – Luan deu de ombros.
- Vai ser em você mesmo. – Ela mostrou a língua.
- Olha lá, pirralha. Te bato!
- Mãe! – Ela reclamou.
- Vamos comer, crianças. Você estão muito agitados hoje! – Minha tia riu.
E depois de muito tempo ali, fomos embora para casa.
Acordei cedo até demais no outro dia e agradeci por aquilo.
Desci para tomar café da manhã e Luan estava sentado a mesa com minha mãe, provavelmente, meu pai já tinha ido.
- Que folga é essa? – Me sentei ao seu lado.
- Bom dia, prima linda! Eu dormir bem e você?
- (risos) Já crianças? – Revirei os olhos, para minha mãe.
Depois de ter quase que arrastar Luan, daquela mesa de café da manhã, finalmente fomos para escola e ele ainda foi comendo uma maça.
- Você é magrelo de ruim.
- E você é gorda de ruim, também! – Ele riu e eu lhe bati.
- Não te suporto! – E assim foi o caminho inteiro.
A aula se passou chata e na hora do recreio, Amanda não parava de tagarelar no meu ouvido, sobre sua festa.
Até que a sexta feira chegou e iríamos fazer o tal passei da escola.

sábado, 8 de março de 2014

Capítulo 6


( ... )

Depois de dois meses, eu já sentia que morava naquela cidade há anos e que meus novos amigos, eram de infância. Estava feliz, como nunca.
Fui pra escola naquele dia, brincando com Luan pelo caminho, como sempre. Depois de um tempo, percebi o quanto ele era irritante e me fazia ri. Parecia que nossa época da pré-escola, estava voltando.
Vimos que o portão já estava quase se fechando e corremos, para chegar a tempo. Foi por pouco, mas ainda ganhamos uma bronquinha da professora, que fez nossos amigos rirem.
- Vamos fazer alguma coisa hoje ? – Amanda, sugeriu, quando estávamos no recreio.
- Eu topo ! – Falei animada e todos concordaram também. – Mas o que podemos fazer?
- Não sei. Meus pais já devem ter saído e só chegam a noite.
- Podemos levar bobeira pra comer... – Carla disse rindo.
- Eu concordo ! – Luan disse.
- Novidade, você querendo comer! – Revirei os olhos, fazendo ele fazer careta e os outros rirem.
- (risos) Então fechado! Depois que almoçarem, vão lá. – Concordamos.
E assim foi feito. Depois que saímos da escola, almoçamos até rápido.
Fui com Luan para casa da minha amiga, que não ficava muito longe e Carla também nos acompanhou, já que tinha almoçado na casa dele.
Depois que todos chegaram, arrumamos as guloseimas que levaram, na mesa da cozinha e resolvemos jogar algum jogo.
Depois de muito briga, decidimos jogar, o famoso verdade ou conseqüência.
- Isso não vai dar certo! – Brinquei rindo, enquanto me sentava no chão e eles me acompanharam.
- Peguem leve, principalmente nas conseqüências ! – Amanda disse e eles riram com deboche.
Começamos a jogar e até que estava divertido, só pediam verdade e não tinha nada que deixasse alguém envergonhado.
- Verdade ou conseqüência, Luan? – Gustavo, perguntou a Luan, já que tinha caído para os dois.
- Conseqüência... – Luan resolveu mudar um pouco o jogo e Gustavo, acompanhado de Fernando, riram.
- Então... – Ele pensou um pouco. – Você vai ter que dá um selinho na Amanda.
- O que ? Tá doido, Gustavo?
- O que foi?
- Gustavo, eu estou aqui ! – Carla disse brava e Amanda, corava do meu lado.
- É só um selinho, Carla e é só uma brincadeira. – Ele revirou os olhos.
- O Luan não vai fazer nada...
- Você é dona dele ? Manda nele?
- Sou e mando!
- Quê  ? – Luan a olhou. – Você não é minha dona e nem me manda.
- Sou sua namorada, Luan!
- Só isso...
- Acha pouco?
- Acho, porque nem somos noivos e nem vamos casar. Só temos 14 anos!
- Que se dane! Você não vai fazer isso e pronto!
- Quer saber? Eu vou sim, é só uma brincadeira.
- Isso! – Os meninos colocavam lenha na fogueira e eu os mandava, calar a boca.
- Luan! – Ela gritou, quando ele se levantou e em questão de segundos, selou os lábios de Amanda.
Enquanto os meninos gargalhavam, eu, Amanda e Carla, estávamos de boca aberta.
- Acabou o jogo ! – Me levantei batendo palmas.
Carla saiu dali com raiva, depois de dizer a Luan, que estava tudo acabo entre eles. Os meninos também foram embora, logo em seguida.
- Luan! Por que fez isso? – Perguntei.
- A Carla, está muito chata ultimamente. – Ele fez careta.
- Você não gosta dela?
- Gosto, claro que gosto. Ela é a primeira garota que eu gosto de verdade, nunca tive paixaozinha nem no pré, a Carla é a primeira.
- Então...
- Eu já cansei. Já estamos a alguns meses juntos, com o tempo eu paro de gostar dela. Sou novo ainda!
- Você não vale nada, garoto ! – Bati em seu braço e ele riu.
Nos despedimos de Amanda, que ainda estava com vergonha do Luan e fomos para casa.
- A Amanda ainda tá com vergonha e amanhã no colégio o Gustavo vai se ver comigo! – Eu resmunguei, no caminho, enquanto Luan ria do meu lado.
Briguei com eles mesmo, no outro dia no colégio, não deveriam ter feito isso. Mas diziam eles, que já sabiam que Luan estava “cansado” do relacionamento e só ajudaram.
Então parei de falar, já que Luan ria do meu lado, sem ligar para nada.
No recreio, Luan pegou seu violão e tocou para nós, como de costume, todos os dias.
Algumas pessoas debochavam, faziam piadas, mas nem ligávamos. Era tão bom ouvir ele cantando e ele amava tanto cantar e tocar.
Na hora da saída, vi Carla andando sozinha, um pouco longe e corri até ela.
Pedi que Luan me esperasse no portão da escola.
- Carla! Você tá bem ? – Me aproximei e ela parou. Sorriu e assentiu logo em seguida. – Sério? Me desculpa pelo Luan e pelos meninos, ontem.
- Não precisa se desculpar, Isa. A culpa não foi sua, os meninos são uns otários e seu primo um idiota.
- Concordo! – Disse e ela riu.
- Mas está tudo bem. Nós somos muito novos pra namorar, mesmo. No começo meu pai nem queria, mas eu e o Luan, insistimos muito. Ele sabia que não iria pra frente.
- Queria que continuasse sendo minha prima. Formam um casal tão lindo ! – Fiz bico, enquanto ela ria.
- Mas você vai ser sempre minha prima! – Ela me abraçou. – Pode ficar despreocupada! Não vou guardar mágoa do Luan, ele é um garoto bom. Tá tudo certo, de verdade ! – Sorri.
- Ele é idiota, mas é bom sim! Fiquei mais aliviada, você também é muito boa e eu gosto muito de você! – Nos despedimos, com mais um abraço e eu voltei para o portão da escola.
- Que demora, Isabella! Estava quase te deixando aqui. – Luan resmungou e eu revirei os olhos.
- Estava vendo se a burrada que você fez, afetou uma pessoa tão legal.
- Não fiz burrada nenhuma...Vamos parar com esse assunto!
- Tudo bem! – Cruzei os braços e ele me abraçou de lado.
- Prima mais chata que eu tenho!
- Digo o mesmo!

sábado, 1 de março de 2014

Capítulo 5


Depois de um tempo ali, escutamos a porta abri e tio Amarildo entrar. Ele não me reconheceu e ficou me olhando.
- Quem é essa menina bonita, Luan? – Enfim ele disse, com seu jeito brincalhão de sempre, que nos fez rir.
- É a Isabella, pai. Filha da tia Lili e do tio Alex. Lembra?
- E ainda pergunta? – Ele veio sorridente me abraçar.
Me girou no ar e eu ri.
O levamos até a cozinha e lá ele pode ver minha mãe.
A felicidade estava estampada no rosto deles.
Minha mãe foi para casa buscar meu pai, que também se assustou muito com aquilo tudo.
Mas no final só resultou em uma coisa. Fizemos um churrasco na varanda da tia Lizete, Luan cantava e tocava, deixando o meu e o seu pai, orgulhosos.
- Esse menino tem futuro, Amarildo! – Meu pai dizia.
- Tem muito ! – Luan ficava tão feliz com aqueles elogios.
Acho que tinha ganhado o ano inteiro com aquilo.
Depois sua namorada chegou e fomos eu, Luan, Bruna e ela jogar vídeo game.
Fiquei com Bruna e Luan com ela, claro. Mas acabamos ganhando, a minha prima, apesar de pequena, era boa demais.
- Eu deixei vocês ganharem. Não se acostumem!
- (risos) Deixou nada, Luan. Admite que perdeu! – O respondi e eles riram.
Carla era legal, uma menina simpática e tímida. Conversamos bastante e ela disse que queria ser minha amiga. Gostei dela de verdade.
No outro dia, acordei e fui tomar o meu café, como de costume, para ir para escola.
- Hoje eu não vou te levar, filha. – Meu pai falou e eu concordei.
- Só não decorei muito o caminho, ainda. – Disse.
- Não tem problema, você vai com o Luan. Já falei com ele.
- Incomodando o menino, pai?
- Ele é seu primo, Isabella. Não tem essa de incômodo. – Fiz careta, enquanto pegava minha mochila em uma cadeira ao meu lado.
Me despedi dos meus pais e quando estava saindo de casa, vi Luan atravessando  a rua.
- Vamos ? – Ele sorriu e eu fiz o mesmo.
- Vamos sim ! – Fomos caminhando em passos lentos, até a escola.
Ainda era um pouco cedo. Nós conversávamos e eu acabei me soltando mais.
Ele me contava que continuava sofrendo com o trabalho de seu pai e suas mudanças também, assim como eu.
Nos aproximamos de um grupo de pessoas, quando chegamos. Entre elas, estavam Amanda e Carla.
Luan cumprimentou todos os meninos, deu um beijo na bochecha de Amanda e um selinho em Carla, eram as únicas meninas do grupo.
- E você ? É nova, não é ? – Um menino, me olhava curioso.
Assenti, tímida, pra ele. – Ah!
- Ela é minha prima. – Luan disse.
- Sério, Isabella ? – Amanda, me olhou assustada e eu assenti. – Por essa eu não esperava. – Ela disse, nos fazendo rir.
- Seu nome é Isabella, então ? – Outro me perguntou e mais uma vez eu assenti.
- Vão com calma com ela, é tímida ! – Luan disse rindo e eu o olhei furiosa, enquanto os outros riam de mim.
O sinal bateu e eu dei graças a Deus. Entramos para a sala de aula e até que a hora passou rápido. Na hora do recreio, de novo, me juntei ao mesmo grupo e vi logo que me soltaria mais e me daria bem com eles, que diziam ter gostado de mim.
- Vai fazer o que hoje, amiga? – Amanda, me perguntou.
Estávamos indo embora.
- Nada e você?
- Também não. Vamos naquela praça perto da sua casa?
- Como sabe que tem uma praça lá?
- Você disse pro Luan ontem. – Ela fez careta e eu ri.
- Entendi. Vamos sim!
- Então, depois que eu almoçar chego lá. – Me despedi dela com um abraço e corri, ao ver Luan indo um pouco mais pra frente.
Estava sozinho e me esperou para irmos juntos, quando o gritei.
Depois que almocei em casa, disse a minha mãe que iria encontrar Amanda, minha mais nova amiga e só depois de mil recomendações, ela me “liberou”.
- Me conta direito essa história de você ser prima do Luan. – Ela já logo falou, me fazendo ri.
Contei tudo pra ela, desde o inicio. Mesmo sendo uma amiga nova, eu já tinha uma confiança e tinha gostado dela desde o inicio. - Se vocês não fossem primos, formariam um casal bonitinho... – Ela me zoou e eu revirei os olhos.
- Larga de besteira. Somos primos de primeiro grau e somos praticamente considerados irmãos.
- (risos) Tô brincando, amiga. Eu que queria ser sua prima! – Ela fez bico, me fazendo gargalhar.
- Olha lá. A Carla parece ser uma boa pessoa.
- E é. Ela é gente boa demais, eu só brinco assim mesmo, porque o Luan é o mais bonito da escola.
- Você acha?
- Você não achou?
- Ainda não vi todos direito! – Rimos.
- Sabe que te olhando agora, você se parece um pouco com ele e com a Bruna. – Ela me avaliava.
- Sério ? Você conhece a Bruna?
- Conheço, um amor. Sério, são bem parecidos.
- Deve ser porque me pareço com meu pai e ele um pouco com o dele e eles são gêmeos. – Dei de ombros.
- Nossa! Gêmeos?
- É...
- Deve ser legal... – Conversamos por horas naquela pracinha, que não era movimentada e trazia uma paz enorme.
Chamei minha amiga para ir até minha casa, conhecer minha mãe e quando estávamos em frente à casa, ouvi a voz do meu primo e logo vi ele correndo em nossa direção.
- Vamos lá em casa, jogar?
- Quer, Amanda?
- Eu quero! – Ela disse animada, nos fazendo rir.
- Vamos lá em casa primeiro. – Entramos para minha casa e eu apresentei Amanda para minha mãe, que pareceu gostar bastante dela também.
- Tia, o que é isso ? Ta com um cheiro bom, eu quero! – Luan olhava, o que minha mãe fazia.
- (risos) Vou servir pra vocês. É um doce novo.
- Como você é metido,  Luan ! – Eles riram com a minha frase, inclusive ele, que me abraçou e beijou meu rosto.
Fomos para sua casa logo depois e eu levei um pedaço do doce para meus tios e Bruna, também, que se lambuzou toda, enquanto Luan ria dela.
Jogamos o resto daquela tarde.
Finalmente, minha felicidade estava completa naquela cidade.